sexta-feira, 23 de março de 2012

Reflexão acerca da influência da China no Mundo

Cada vez mais a China tem uma influência determinante em diversos aspectos da vida mundial. Esta influência baseia-se em larga medida no poder económico que entretanto adquiriu desde a sua abertura ao mercado global. É esse poder económico que lhe confere a possibilidade de influenciar também muitas das decisões políticas tomadas nos diversos fóruns mundiais. (G7; G20; Nações Unidas). Este poder económico surge da aplicação de um capitalismo de Estado, no qual realizaram uma abertura ao mercado mundial de bens e serviços e de capitais sem descurar a centralização das principais decisões de política socioeconómica no partido único do regime. A enorme riqueza entretanto acumulada pelo Estado Chinês baseia-se na exploração de mão de obra intensiva de muito baixo custo, tendo em conta que a população da China representa 21% da população mundial, a força de trabalho que esta representa permite-lhe dotar as suas exportações de uma competitividade sem paralelo. Simultaneamente, através de uma política rígida de contenção salarial e de controlo social é o Estado que acumula uma quantidade "astronómica" de riqueza, com a qual realiza grandes investimentos no exterior através da aquisição de empresas, de terra arável e sobretudo de títulos de dívida pública dos mais variados países, a começar nos E.U.A de que são os principais financiadores e terminado em Portugal, o que faz com que a China tenha vindo aos poucos a ganhar prestígio e influência em todo o mundo . Mas é importante referir que esta riqueza acumulada através de enormes excedentes comercias na balança de "Import/Export", só são possíveis graças a uma manutenção dos rendimentos das famílias na China em valores muito baixos, impedindo desta forma um aumento do consumo interno que potenciaria o aumento das importações. Muitos "opinion makers" acusam a China de praticarem no mercado mundial uma política de "dumping" social. Pois é à custa do suor e baixas condições de vida do povo chinês (Ausência de: Direitos Humanos, Direitos do trabalho, segurança social, entre outros...) que o Estado chinês consegue manter esta enorme competitividade no mercado global e que tem conseguido aos poucos tornar-se na segunda potência mundial!

1 comentário:

João Simas disse...

Há outros factores que podem ter peso. Um deles é a disciplina, uma tradição que vem de há muitos séculos, desde os tempos do Império. Claro que esta disciplina exacerbada leva também ao medo. Outro aspecto é o valor que dão ao ensino. Com muito menos condições que os países mais desenvolvidos (incluindo Portugal), os estudantes chineses são dos melhores nos testes internacionais de Matemática! Por outro lado, verifica-se que o governo da República Popular da China tem tido uma estratégia a longo prazo.