domingo, 19 de dezembro de 2010

Música, política e sociedade

Carl Orff (séc. XX), em Carmina Burana, inspirou-se num cancioneiro medieval (séc. XIII) com o mesmo nome.
O antigo cancioneiro tem músicas de várias origens, geográficas até, umas religiosas, outras profanas. Aqui segue uma, um pouco brejeira, em latim pouco cuidado, cantada provavelmente por frades um pouco relaxados ou goliardos. Os goliardos eram estudantes que frequentemente andavam de universidade para universidade (um "Erasmus" medieval) à procura de outros professores e outros saberes. Frequentemente entretinham-se em paródias (coisa que não é desconhecida hoje), em meios menos recomendáveis pela moral vigente. Alguns contestavam o sistema político e social e a moral dominante através da música. Por exemplo em "in taberna quando sumus" (quando estamos na taberna).


Carl Orf reaproveitou o tema, dentro de um espírito nacionalista, que vem ainda do romantismo (embora ele não seja) de procura das raízes, tal como antes Wagner ao pôr em cena figuras da mitologia germânica (Nibelungos, Valquírias ...) ou por cá Almeida Garrett (com o romanceiro ...), Alexandre Herculano (Lendas e Narrativas) ou músicos como João Domingos Bontempo.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Um pouco de ópera potente!!!!



Nunca tinha ligado minimamente a ópera e há uns meses achei estes vídeos e iniciei uma pesquisa sobre este grupo: Carl Off, desenvolvendo o meu gosto sobre o mesmo e devo dizer que adoro! É potente, deixa qualquer pessoa com guerra e vontade de lutar por algo, óptima música para ser mostrada a exércitos antes de guerras!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Música e política

De um grande realizador: Luchino Visconti. Do filme "Senso", sentimento. Retrata uma cena no teatro alla Scala em Milão, quando a Itália ainda estava parcialmente ocupada pelo Império Austríaco e em luta pela unificação e independência. Os oficiais austríacos ficaram um pouco atónitos perante uma manifestação não violenta, com música, palmas e alguns símbolos italianos.
Visconti, o realizador, era um aristocrata de uma longa e poderosa família, mas (ele) de esquerda. Isso permitia-lhe conhecer os palácios e ao mesmo tempo os meios populares. Tinha um cuidado imenso nos cenários, chegando até a usar perfumes da época, coisa que não se sente no cinema, mas que contribui para um ambiente mais realista. Era homossexual assumido mas de uma grande coragem.



A segunda cena é de uma ópera de Verdi, Nabucco. É o coro dos judeus que cantam "va pensiero". Quando os italianos cantavam isto, não pensavam num tempo passado (o cativeiro da Babilónia) mas na sua "patria sì bella e perduta", ocupada por uma potência estrangeira. É um verdadeiro hino à Liberdade.



Também o nosso Camões fez poesia sobre Babilónia e Sião, em "super flumina", onde também à referência indirectas à "alegoria da caverna" de Platão:

Sôbolos rios que vão
por Babilónia, me achei,
Onde sentado chorei
as lembranças de Sião
e quanto nela passei.
Ali, o rio corrente
de meus olhos foi manado,
e, tudo bem comparado,
Babilónia ao mal presente,
Sião ao tempo passado.
...
E vi que todos os danos
se causavam das mudanças
e as mudanças dos anos;
onde vi quantos enganos
faz o tempo às esperanças.
Ali vi o maior bem
quão pouco espaço que dura,
o mal quão depressa vem,
e quão triste estado tem
quem se fia da ventura.
...

Isto é só para mostrar que o mundo não é a preto e branco e que "coisas inúteis", como a Música, a Literatura, a Filosofia, a Política ..., podem ser essenciais.

António Gedeão ou Rómulo de Carvalho

Uma grande figura da cultura portuguesa, poeta e professor de Física que prova que literatura e ciência não são incompatíveis.





Repare-se nos antigos antigos alunos: cientistas, juristas ... e no seu método enquanto professor.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Nacionalismo

Segundo determinadas fontes, o nacionalismo é o “sentimento de valorização marcado pela aproximação e identificação com a nação”; já, para o general estadista francês, Charles de Gaulle, o nacionalismo existe “quando o ódio pelos demais povos vem primeiro”.
Pactuando com a primeira afirmação, questiono: porquê olhar para o nacionalismo como algo negativo, quando existe a possibilidade de enobrecer uma nação, não rebaixando qualquer outra?!
A nível cultural, há um imenso descrédito quando se fala de música portuguesa. Só assim se vê quem nunca conheceu a obra do Freddie Mercury português: António Variações.
Nós, Portugal, criámos um estilo musical tão divulgado por este mundo fora: o Fado! Não é caso para nos orgulhámos? Não só pela criação em si, mas pela sua qualidade! E considero que basta expor estes dois grandes exemplos para não ter que me justificar mais quando digo que há que nos orgulhar da música FEITA por portugueses!
Nasceram, no nosso país, escritores de grande prestígio, tais como Almeida Garrett (século XXIII) e Fernando Pessoa (século XX). Refiro estes dois nomes, não só pelos seus grandes trabalhos literários, mas também pela sua popularidade, para que ninguém duvide da sua importância, que os levou a serem referidos aqui.
Já na pintura e afins, é caso para salientar o nome de Rafael Bordallo Pinheiro que, segundo fontes “deixou um legado iconográfico verdadeiramente notável”. Fora desenhador, caricaturista e jornalista.
Julgo não ser necessário referir mais ícones portugueses produtores de cultura. É certo que temos muito para nos orgulhar daquilo que é português. E temos que apoiar, elogiar e valorizar o que e tão nosso, não colocando nunca de parte a boa influência estrangeira que será sempre bem recebida.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Tráfico de orgãos

Aumenta cada vez mais os casos de tráfico de orgãos em Moçambique,o tráfico de órgãos humanos está a aumentar em Moçambique, com pelo menos um caso registado a cada duas semanas. A denúncia é da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, que acredita que o número real de casos pode ser bem superior ao oficialmente registado.Em Moçambique, os casos de homicídio, tráfico de órgãos e feitiçaria cruzam-se com frequência, o episódio mais recente ocorreu na passada quinta-feira, na província do Tete, com a detenção de uma mulher de 68 anos que alegadamente se dedicava ao tráfico de órgãos há quase meio século. A mulher foi denunciada pelos próprios familiares após ter alegadamente cortado um pé a um neto recentemente falecido, que tencionava depois vender a feiticeiros. A maior parte das vítimas são crianças e o destino dos órgãos é normalmente a África do Sul. Genitais (tanto masculinos quanto femininos), olhos, língua e orelhas são os órgãos mais procurados e aqueles que maior valor atingem. Na maior parte dos casos, os órgãos são retirados com a vítima ainda viva. Trata-se de um gravissimo problema que ocorre nos dias de hoje, com tendencoa para aumentar cada vez mais, sobretudo na sociedades africanas, é um autentico negócio onde uma grande rede de pessoas sem escrupulos lucra com os orgãos de meninos e meninas. Mas muitas vezes sao os próprios pais a aceitarem que o façam por viverem em más condições, é realmente bastante grave. Penso que devia ser um assunto muito mais abordado nos orgãos de comunicação social para que alguem com poder, faça com que este enorme crime social termine de vez.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

"Sudão: mulher foi chicoteada no meio da rua."

O Sudão, país no qual me vou focar neste texto, é um país africano, predominantemente muçulmano: 75% da população está ligada ao Islão.

O Islamismo é uma religião monoteísta que se baseia nos ensinamentos religiosos do Alcorão, que é tomado como a palavra literal de Deus, revelada ao profeta Maomé. Deus é visto como o criador a quem se deve louvar; cada capítulo do Alcorão (com a excepção de um) começa com a frase "Em nome de Deus, o beneficente, o misericordioso". Deus é adorado excessivamente, mas é algo que se deve respeitar, pois é uma crença. O islamismo defende ainda a predestinação, pois Deus criou o mundo e as criou as pessoas que, assim sendo, estão determinadas por este.

Existem ainda os “cinco pilares” do islão. Recitar e aceitar a crença (chahada), orar cinco vezes ao longo do dia (salá), pagar esmola (zakat), praticar jejum no Ramadão, nono mês do calendário islâmico, (saum) e fazer, pelo menos uma vez na vida, a peregrinação a Meca (haj).

São aspectos da religião, e penso que devem ser respeitados, visto que nenhum ofende a integridade como ser humano.

Infelizmente, isso não acontece noutras situações. A religião influencia altamente as leis do país, criando ideias totalmente inúteis através de interpretações lamentáveis da religião. As leis de países islâmicos são feitas com base na sua religião, o que além de estabelecer leis absurdas não cede a liberdade de escolher uma outra religião, sendo impossível, pois a lei do país obriga ao seguimento daquela… Ao falar de leis absurdas consigo até pôr de lado as que implementam manifestações de cultura pouco proveitosas. Mas refiro-me principalmente àquelas leis que afectam directamente o ser humano, mais especificamente a Mulher. A Mulher tem um estatuto especial, no qual é estritamente sublinhado que esta é inferior ao homem. A Mulher não pode exercer cargos de grande importância, sendo a sua tarefa fundamental tomar conta da casa e da família; é, ainda, normalmente mal vista caso não corresponda a um ser digno, "respeitável" e fiel.

Eu pergunto-me como será possível que a maioria da população de um país não consiga reconhecer a maldade e a injúria que é aos direitos humanos tratar a Mulher a este nível.

E o pior é que não ficamos por aqui. Há mesmo leis que implementam a prática da violência contra a Mulher, vista como um ser fraco, vista de uma maneira tão inferior, tão ignorante, que não tem sequer oportunidade de se defender contra aquilo de que é acusada. A lei islâmica Sharia institui que “uma mulher considerada adúltera deve ser enterrada até ao pescoço (ou axilas) e apedrejada até à morte”.

Perante situações como estas, eu pergunto-me como é que é possível existirem interpretações tão deploráveis das religiões. Como é que de uma crença numa entidade divina que supostamente defende a paz, pode surgir o apedrejar de um ser humano?

Vejamos o exemplo da notícia que me levou a escrever este texto. Uma mulher foi chicoteada no Sudão, no meio da rua, rodeada por vários homens que assistiam sem terem sequer um reflexo de compaixão. Tal aconteceu APENAS porque a mulher em causa, debaixo das suas vestes, vestia calças. Aceito e compreendo se a religião defende o uso de vestuário específico. Mas agredir alguém por o fazer de uma maneira errada, ou até por não o fazer, no meio da rua, sendo isso LEGAL e compreensível? Lamento, mas isto não é religião, isto não pode ser cultura, é maldade.

Deixo-vos a hiperligação da notícia, que contém um vídeo, pois alguém filmou a situação e pôs na Internet. Repare-se que no vídeo alguém diz “ela é uma rapariga má, deixem as pessoas vê-la a ser agredida”. Chamo ainda a atenção para o facto dos homens que chicoteiam a mulher serem agentes policiais...

(Pode ferir a sensibilidade de pessoas mais frágeis.)

Sempre que posso e consigo tento aplicar o relativismo cultural, mas em situações como estas, vejo-me incapaz de evitar o etnocentrismo. Não é aceitável, há o bem, e há o mal. E isso não pode ser cultural, a violência apenas não pode ser entendida como uma prática do bem. É triste existirem religiões que o fundamentem, e muito mais triste é existirem Estados cujos governos o implementem nas suas leis.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Racismo


Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

E é com este poema de António Gedão que inicio a minha critica ao racismo.

O racismo desde sempre existiu e apesar da evolução do tempo ele continua presente nos nossos dias, existem muitas pessoas que dão demasiada importância à aparência exterior e nem se dão ao trabalho de pensar que por dentro somos todos feitos da mesma matéria.

São vários os exemplos de formas de racismo e muitos deles fazem parte da história.A crença de que existem raças superiores ou inferiores foi utilizada para justificar a escravidão e o domínio de determinados povos por outros. Estes são apenas dois exemplos:

O Nazismo – Escravização da Europa Oriental e perseguição aos judeus eram as provas pretendidas pelos nazistas da superioridade da raça ariana sobre os demais grupos diferentes e raciais também.

O Apartheid - Uma demonstração vergonhosa para o ser humano sobre o racismo ocorreu em pleno século XX, a partir de 1948 na África do Sul, o apartheid manteve a população africana sob o domínio de um povo de origem europeia.

Para mim não existe uma raça e não é pelo aspecto exterior que deve-mos julgar uma pessoa.

É importante sensibilizar as pessoas, todos nós existimos por uma razão e todos nós devíamos conseguir coabitar uns com os outros, sem brigas e sem descriminações pois, na verdade, independentemente da cor, da classe social, todos nos temos o mesmo fim.

Não deveria existir uma cor ideal para viver-mos felizes!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Educação e Justiça, o essencial.

Apresento estas duas temáticas, pois são aquelas a que sou mais sensível, visto não necessitar de grandes cuidados de saúde, e de viver numa cidade segura. Entre outros, educação, justiça, saúde e segurança, cabe ao Estado oferecer aos seus cidadãos, como requisitos mínimos para se considerar aceitável. São as principais funções do estado, actualmente, e aquelas a que não pode nunca falhar, sem interferir gravemente na vida das pessoas.
Mas quero apenas concentrar-me nos temas titulares.
A educação. Porquê? É o futuro de uma pessoa, e do país. Ao privarmos alguém de receber a melhor educação possível, estamos a privar essa pessoa de ter um futuro, porque o mercado de trabalho é cada vez mais exigente, e a mão-de-obra desqualificada é abundante em Portugal, embora, se esteja a progredir, ainda não como desejado. A educação ainda não é para todos. Não basta construir escolas, não basta tornar o ensino obrigatório até ao 12º, nem sequer seria suficiente pagar os livros escolares aos alunos (ainda não é feito). Actualmente é quase impossível atingir uma profissão digna, (com vencimento superior a 1000€, e acho pouco), com o 12º, (excepto com cunhas ou favorecimentos), nos países nórdicos, este nível de escolaridade é impensável, não só porque para o cidadão é mau, mas é terrível para um país. Uma vez que a mão-de-obra de um certo país é desqualificada, este nunca pode ser responsável por formar executivos competentes, por criar produtos carregados de tecnologia, ou capaz de produzir com qualidade, estes países ficam sujeitos à escravatura actual que se vive no mercado laboral, aos salários baixos, e ao fosso entre rendimentos.
A meu ver, se o estado for capaz de garantir igualdade no acesso à educação, então cada indivíduo fica responsável pela sua qualificação. Em termos práticos, e a meu ver, o estado deve garantir o financiamento dos estudos universitários aos alunos de classes mais desfavorecidas com média de secundário superior a 17 valores, na universidade dentro do país à sua escolha. Não só os estudos mas também alojamento, entre outros. (Medida apresentada pelo meu grupo para o parlamento dos jovens)
Assim, impedir-se-ia que um aluno inteligente, e dotado de capacidades cognitivas elevadas, de acordo com os parâmetros actuais, não ficasse nunca barrado nos estudos, ou fosse obrigado a escolher uma universidade de categoria inferior, devido a questões financeiras.
A escolha de 17 valores parece-me excelente, no sentido de não ser algo inalcançável, e de não permitir que seja qualquer um a beneficiar dos dinheiros públicos. Desta forma, aqueles que mais se esforçam e que obtêm assim os melhores resultados não ficariam nunca impossibilitados de obter a mesma formação que os outros. É o mínimo que podemos exigir.


A justiça: cancro da sociedade portuguesa. Não tem outra discrição. Sob ponto de vista cívico, acho que não vale a pena estar aqui a dizer que todos temos direito à justiça, isso não se deveria pôr em causa no século XXI, (mas é posto, e com razão, infelizmente), mas trato os malefícios que a inexistência de justiça pública causa ao país. Foi António Barreto, um sociólogo muito prestigiado no nosso país e com orientação política conhecida (esquerdista), que disse que à excepção de casos políticos, havia mais justiça no tempo do estado novo que há agora, ou seja, a justiça funcionava melhor, embora fosse imperfeita. O que se passa aqui, neste país é que os tribunais não funcionam, temos casos que duram anos e anos a fio, sem se resolver nada, e após dez anos, quando os casos são resolvidos, não é justiça nenhuma, justiça faz-se na hora, não é dez anos mais tarde. Os tribunais são supostamente a garantia das classes baixas que não são explorados, nem enganados pelas classes mais altas sem custos para as segundas e compensações para as primeiras. É o garante que podemos andar na rua, e caso sejamos vítimas de qualquer crime, haja uma pena para o criminoso. Os tentáculos da corrupção estendem-se até aos bolsos de cada português para puxar as notas mais gordas, e onde estão os tribunais portugueses para os travar? Não estão.
Assim não vamos lá, e em principal, estas duas são obrigações que o estado tem para connosco. São obrigações que não são de agora, são de há cem anos.

Seguidamente apresento um vídeo com a primeira parte de uma entrevista com o Professor Henrique Medina Carreira, um senhor que prezo muito em ouvi-lo falar. Pertence à elite, e contra ele próprio fala, apresenta a sua opinião, a meu ver, de forma o mais claro possível, para que todos entendam.


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

"Living Darfur"

Sei que é algo diferente, mas gostava de vos deixar aqui um video que encontrei enquanto pesquisava informação para o trabalho de grupo, sobre a "vida" em Darfur, como se sobrevive num cenário degradante e sem qualquer tipo de esperança como este.
Não devemos ignorar, devemos auxiliar.


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Afinal quem era o leviatã?

Após o professor nos ter entregue aquela folha para lermos em casa, saltou-me à vista a palavra "Leviatã" e de imediato coloquei no ar a pergunta: "Quem é o Leviatã?" pois já ouvira falar do mesmo algures. Talvez no filme "Atlântida: O Continente Perdido", filme que vi em criança há alguns anos atrás.

Depois de uma breve passagem pela wikipédia, diz-se que o Leviatã é um monstro de grandes proporções, bastante falado pelos marinheiros da Idade Moderna, sendo que há referências ao mesmo por todo o lado.
Foi no Antigo Testamento, no Livro de Jó, que o Leviatã foi falado e caracterizado pela primeira vez: "monstro que se representa sob a forma de crocodilo, segundo a mitologia fenícia" (Velho Testamento, 1957: 614). Por ser citado várias vezes de várias maneiras diferentes, foi frequentemente confundido com outros animais.
Neste mesmo Livro de Jó, o Leviatã é o maior dos monstros marinhos, indestrutível por todos os materiais na Terra existentes, e ninguém ousa provocá-lo pois não sairá vivo de tal afronta.
Existem pois então, várias citações na biblía deste monstro: por vezes representado sob a forma de crocodilo, hipopótamo, peixe, baleia ou mesmo um enorme polvo gigante com tentáculos de centenas de metros.



Existe ainda um livro do famoso filósofo inglês Thomas Hobbes (publicado em 1651) com este título, que trata da estrutura da sociedade organizada (daí o excerto na ficha que nos foi entregue pelo professor).

Liberdade de expressão

   A liberdade de expressão nem sempre existiu. Noutros tempos, as pessoas nao podiam escrever sobre determinados temas pois estavam sujeitas à censura. Mas hoje em dia também não é assim tao diferente.
    Actalmente e oficialmente, todos tem o direito à liberdade de expressão, mas atenção, não podendo ir contra as ideas de pessoas "importantes" . É verdade que na maioria das vezes, quem escreve, escreve para vender, para marcar a diferança e por vezes recorre à mentira, à invensão e ao destorcer da realidade. Mas se há, como dizem, liberdade de expressão não se deve punir quem escreve o que sente e o que pensa.
   Como às vezes o que consta nos artigos nao agrada nem favorece a pessoa em questão, mostrando sim a verdade, verdade essa que não interessa ser descoberta, o seu autor pode vir a ter alguns problemas...
   Pois bem, onde está a liberdade de expressão? Há liberdade para uns, mentira para outros e é assim que funciona a liberdade de expressão actualmente. Mas não podemos esquecer que escrever é uma arte e expressá-la também. Portanto à que aceitar e tentar entender os pontos de vista de quem escreve e tenta comunicar através da sua arte.......

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Conceito de Familia

Economicamente, o conceito de família baseia-se na função de consumir. A família faz parte de um circuito económico, no qual estabelece relações com os restantes elementos do circuito, (estado, instituições financeiras e instituições não financeiras) excluindo-se apenas o exterior ou resto do mundo.
Para a economia não é relevante os “laços de sangue” em cada agregado familiar, assim sendo o sistema económico não considera “absurdo” o casamento homossexual pois tem os mesmos resultados independentemente de ser esta situação ou uma ralação conjugal “clássica”.
Assim sendo, o conceito económico e social de Família são completamente díspares.
Em Portugal a população, maioritariamente católica, é obviamente contra (na maioria dos casos) o casamento homossexual, esta opinião estende-se á geração mais jovem que aparenta ser mais conservadora que a anterior, utilizando o argumento de que não se pode constituir família nessas condições pois a função básica (reproduzir) não é possível.
Ou seja, compreende-se que o conceito de família é também um valor: o valor da hereditariedade e da continuação da linhagem familiar.
Na minha opinião, o conceito de família é sensível, tanto a nível económico como a nível social.
Logicamente este conceito varia de sociedade para sociedade; falemos no caso da sociedade muçulmana em que um homem pode casar com varias mulheres em simultâneo sem ser julgado por isso.
Em suma: Escolhi este tema com o objectivo de alertar a forma como se emprega a palavra família, pois esta tem variadas interpretações que vão ao encontro das nossas convicções e valores morais. Há que pensar, antes de definir o que é família, pois tem vários níveis e vários subtemas envolvidos como: a homossexualidade, a adopção por homossexuais, as uniões de facto, os direitos da mulher, os direitos das crianças, etc.
Maria Leonor A. Ribeiro

Um Alentejo diferente do mundo urbano.

Vale a pena ler este livro. Dá para perceber melhor este Alentejo da província, com figuras locais e universais. Aqui fica o convite.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Touradas, ... música, contestação e mitos.



Letra do poeta Ary dos Santos, cantado por Fernando Tordo num festival da canção, ainda nos tempos da censura. Através do tema da tourada, uma crítica à sociedade.

Ou esta de uma célebre ópera, a Carmen de Bizet, quando os europeus de Além-Pirinéus, achavam a Península um lugar exótico, onde havia mulheres andaluzas (Carmen) que seduziam os homens e os levavam a paixões e crimes desmedidos, próprios do romantismo.

Ortografia... através dos tempos

A polémica é antiga. Por exemplo em finais do século XVII, um grande erudito, o Padre D. Rafael Bluteau, em Prosas Portuguesas, livro editado em 1727, escreve assim:

Na sexta Conferencia em 18 de Março (1696):
XIX. Se a Ortographia ha de seguir as origens ou a pronuncia, como Philosofia com P e H, ou com F.
Pareceo a alguns Academicos, que sempre se havia seguir a pronuncia. Fundavaõ-se em que esta era a mayor excellencia da lingua Portugueza, escrever como pronunciava, em que as letras dobradas, donde se naõ exprimem, eraõ inuteis, em que isto era dar huma regra geral para todos escreverem certo, e em que desta opiniaõ eraõ Duarte Nunes de Leaõ, Joaõ de Barros nas suas Ortographias, e os outros Autores, que escreveraõ da Lingua; e que o Ph dos gregos se pronuncia suave, e asperamente o F dos latinos; e que seguindo a nossa Lingua o F, com a pronuncia de Ph se escutava este. Assentousse, que nem sempre se escrevesse como se pronunciava, porque aquelles nomes, que conhecidamente encerravaõ as origens sem corrupçaõ, se escrevessem na sua etymologia, quando as letras naõ fossem como a pronuncia, e assim Coro, e naõ Choro; Monarquia, e naõ Monarchia; e que os ZZ se evitassem muitas vezes, suprindo-se com hum S.
"Oratorio Requerimento de Palavras Portuguezas, Aggravadas, Desconfiadas, Pertendentes, Presentado no Tribunal das Letras (...)", pág. 18, in D. Raphael Bluteau, Prosas Portuguezas, 1729

Repare-se que o ph só foi alterado em 1911, que as palavras proparoxítonas não eram acentuadas, havia consoantes duplas etc., até à primeira lei efectuada no início da República.

Nas alterações efectuadas, uma das linguistas mais consideradas, que esteve na comissão sobre ortografia (antes escrevia-se ortographia) escreve o seguinte:
[…] Esse estado anormal foi tomando proporções de verdadeira calamidade nos últimos decénios do século passado […]
II- SERIA CONVENIENTE QUE A ORTOGRAFIA FOSSE OFICIALMENTE REGULARIZADA E SIMPLIFICADA?
Conveniente e urjente, tanto sobre o aspecto científico, como sob o estético, e sobretudo pedagójico.
Num país, atrasadíssimo quanto á instrução e educação, em que quatro milhões estão á espera dos benefícios da luz espiritual, o que importa é facilitar o ensino da leitura e escrita; acabar com todas as complicações desnecessárias; eliminar todos os artifícios eruditos […] o ensino elementar da leitura e da escrita não é fim, mas apenas meio, indispensável para o desenvolvimento da faculdade de pensar, raciocinar, julgar, protestar e emendar o que encontramos imperfeito e obnócsio no nosso caminho: faculdades, sem as quaes não pode haver verdadeira liberdade.
[…]
Importa que Portugal e o Brasil realizem simultaneamente e de modo idêntico a reforma planeada, escrevendo de aqui em diante da mesma maneira, racionalmente simplificada, todos os vocábulos da sua língua comum, apesar do timbre diverso com que cá e lá se pronunciam as vogais tónicas e átonas.

in Carolina Michaëlis de Vasconcelos, Lições de Filologia Portuguesa, 1911, pp. 101 e 102
Repare-se, entre outras, no uso do j ou nos acentos ou ainda cs em vez de x.

Para alguns esclarecimentos sobre o actual Acordo Ortográfico veja-se, por exemplo, o Portal da Língua Portuguesa:
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/

Apenas duas perguntas: foi por causa da ortografia que compreenderam melhor ou pior o texto? Modificaram a pronúncia ao lerem as palavras escritas de outra forma?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010





Tiago Marques





Pena de morte... sim ou não?

Actualmente como é possível que estados soberanos ainda executem um acto tão bárbaro como a pena capital? Numa realidade em que se está constantemente a discutir os direito fundamentais dos homens e as suas violações, como é possível que quase se olhe para o outro lado quando é em relação a esta atrocidade?

Pois eu acho que é completamente inaceitável que tal aconteça. É ainda mais grave quando são grandes democracias, como o Japão ou os Estados Unidos da América que simplesmente escapam impunes a violações da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Será assim tão grande o desejo de ver alguém a sofrer e vontade macabra de ver alguém morto que simplesmente passe despercebida esta realidade? É necessário salientar que esta forma de sentença aplicada, nos países já referidos e em muitos outros, não garante que o acusado seja inocente ou não e para além disso esta pena é irreversível, ou seja, se mais tarde se vem a descobrir que na verdade determinada pessoa era inocente, já nada poderá reverter o facto de ter sido assassinada pelo Estado e pela Justiça. Só nos Estados Unidos mais de 1200 pessoas foram injustamente mortas por esta prática, o que é que podemos fazer para “compensar” essas pessoas? NADA! JÁ ESTÃO MORTAS!
Os Estados Unidos executam 52 pessoas, em média, por ano e já foram executados 1200 inocentes em cerca de 80 anos (balanço mais recente). 1200 inocentes em 80 anos são muitas pessoas, mas como sera em relação à China, que executa 1700 presos, em média, por ano? em 80 anos quantos inocentes serão?

Se o crime foi tão grave que é necessário uma sentença mais rígida e se têm um desejo assassino assim tão grande, optem pela pena perpétua sem liberdade condicional, o condenado fica na prisão para até que morra. Uma grande vantagem da pena perpétua é ser reversível, se mais tarde se prova a inocência do sujeito pode-se voltar atrás na sentença e fazer os ajustes necessários, seja anulando a pena e restituindo a sua liberdade ou reduzir a pena.

Pessoalmente sinto-me orgulhoso de estar num dos primeiros países a abolir a pena capital na sua Lei Fundamental, em 1867. Chega de sujeitar pessoas à tortura de serem mortas sem terem culpa de nada, ou para aqueles que realmente são culpados de um crime, chega de os sujeitar a uma tortura psicológica de saberem que vão morrer e que não vão poder fazer nada para impedir isso e a uma tortura física quando estão a ser executados.

Porque é que o Estado pode cometer um homicídio e simplesmente escapar impune? É por ser um dos regentes do país e por isso é superior a todos os outros e pode “escapar” à Justiça? O pior é quando a pena de morte é classificada como um homicídio premeditado e a “sangue-frio”, e que esse mesmo crime é punível com a morte. Sendo assim o Estado tem que morrer?

Os estudos científicos mais recentes sobre a relação entre a pena de morte e as percentagens de homicídios, conduzidas pelas Nações Unidas em 1988 e actualizadas em 1996, não conseguiram encontrar provas científicas de que as execuções tenham um efeito dissuasor superior ao da prisão perpétua.

Todos os sistemas de justiça criminal são vulneráveis à discriminação, ao erro, à parcialidade e à corrupção. Nenhum sistema é, nem será, capaz de decidir com justiça, com consistência e sem falhas quem deverá viver e quem deverá morrer, aliás porque não cabe a ninguém, por mais poderoso que possa ser, decidir quem deve viver e quem deve morrer.

A pena de morte é, na maior parte das vezes, discriminatória e muitas vezes usada de forma incorrecta contra os pobres, as minorias e os membros de comunidades raciais, étnicas e religiosas, atingindo inevitavelmente vítimas inocentes. Os prisioneiros executados não são necessariamente os piores, mas aqueles que eram demasiado pobres para contratar bons advogados ou que tiveram de enfrentar juízes mais duros. Algo que é bastante comum em estados não democráticos, principalmente estados ditatoriais ou comunistas/fascistas.

Enquanto a justiça humana for falível, o risco de se executar um inocente não pode ser eliminado.

Finalizo, questionando-vos se já chega de mortes e atrocidades, e se ainda se justifica uma medida tão antiquada na sociedade actual?



Tiago Marques

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O legado de Lula

Penso que não haja dúvidas sobre a cada vez mais destacada posição que o Brasil ocupa no mundo. Sobretudo na segunda metade do século XX, a sua aposta na expansão económica tem sido forte, por isso de país subdesenvolvido, o Brasil está a tornar-se um país do grupo dos desenvolvidos, e sem dúvida, com mais ofertas e investimentos que Portugal. Na minha opinião o que faltará ao Brasil para se tornar num país verdadeiramente desenvolvido seja o factor da educação, já que há uma percentagem enorme de insucesso escolar associado a factores como a criminalidade. É caso para dizer que a metrópole, que é Portugal, foi destronada por uma das suas colónias.
Estes últimos tempos no Brasil foram marcados por eleições. Devo confessar que tanta gente para votar deve ser no mínimo confuso e exaustivo, na medida em que é impossível conhecer todos os candidatos aos vários cargos de administração. E alguns dos candidatos eram do mais absurdo que podia existir, recordo-me de um que era o “Tiririca”, e o slogan da campanha deste candidato a deputado federal era: “Vota no Tiririca pior que tá não fica”. Eu penso que lá as eleições não são tão levadas a sério como em Portugal. Mas o mais importante era o facto de ser o último mandato de Lula da Silva na frente do Brasil, já que este não se podia voltar a recandidatar, pois tinha exercido dois mandatos consecutivos. Eu acho que se ele pudesse voltar a recandidatar-se voltaria a ganhar, mas como não pode decidiu apoiar uma colega do seu partido, Dilma Rousseff. Lula da Silva é um exemplo de como um simples trabalhador pode chegar a comandar um grande país, durante muitos anos trabalhou na metalurgia, como prova disso vemos que ele não possui um dedo, já que foi vítima de um acidente de trabalho. Uma pessoa humilde que deu um novo rosto ao Brasil, penso que ele foi um bom governante, tentou estabelecer boas relações com Portugal, com tratados e trocas entre os dois países.
E estas foram umas eleições complicadas, já que tiveram de ir à segunda volta para definir o novo Presidente da República. Se não estou em erro, penso que Dilma será a 36ª a ocupar o lugar na presidência e a primeira mulher com este cargo. Ela tem um historial imenso na luta contra a ditadura, tendo mesmo estado presa. Logo na juventude começou a interessar-se pelos ideais socialistas, actualmente faz parte do Partido dos Trabalhadores. Com o Golpe militar de 1964, começou a contestação pela igualdade. Dilma nasceu em Belo Horizonte, mas estudou e consolidou os seus estudos no Rio Grande do Sul. Este estado é em tudo parecido ao Alentejo, não só em termos climáticos, mas também pelas próprias pessoas. É, sem dúvida, um lugar com uma história associada à luta pela liberdade de um cariz muito especial, por isso, Dilma Rousseff não poderia ter escolhido um lugar melhor para se envolver em questões políticas e revolucionárias.
Já que Lula da Silva escolheu Dilma como sua substituta, acredito que ela fará um bom trabalho, já que vai continuar na mesma linha de governação. Penso que é bom ter uma mulher à frente de um país, o que prova que as coisas estão a mudar. Não é fácil gerir um país como o Brasil, com tantas culturas, costumes, povos, é incrível pensarmos como dentro do mesmo país pode haver tanta diversidade. Por isso, não vai ser um mandato fácil e espero que Dilma Rousseff faça um bom trabalho e melhore questões básicas para elevar o Brasil a outro patamar.



Ana Rita Dias

E as mulheres?

Mulher. O que significa ser mulher na civilização Indiana, mais concretamente nos países subdesenvolvidos? Do meu ponto de vista ser mulher significa ser escrava, ser mulher significa ser usada pelo homem e ser sua propriedade. Nesta civilização as mulheres são obrigadas a trabalhar para o homem e também a cumprir todas as suas ordens. Sobreviver à infância é como que uma vitória, pois algumas mulheres são levadas a praticar um aborto quando são informadas que a criança que esperam é uma menina.
Nesta sociedade, as mulheres são descriminadas em relação ao homem, como exemplo temos a ausência de direitos bem como a ausência de educação escolar. Estas mulheres que são violadas, maltratadas e desrespeitadas reconhecem-se sem ajuda por parte dos tribunais e das leis, visto que quando apresentam queixa sobre qualquer uma das infracções acima referidas elas são dadas como culpadas, nunca o sendo o homem.
Comparativamente, em Portugal as mulheres já possuem algum reconhecimento, de modo que a oferta de empregos já vai sendo igualada à dos homens, bem como os salários, embora ainda existam (como em todos os lugares) injustiças. A mulher em Portugal é vista como capaz e autónoma, não se vivendo mais o ideal de que a mulher deveria ser dona de casa e que deveria obrigatoriamente cuidar dos filhos. É importante referir também, que a mulher desde sempre trabalhou, verificando-se isso mesmo, no século XX aquando das emigrações por parte dos homens, o que levava a mulher a trabalhar arduamente no campo para sustentar os filhos; a título de exemplo da coragem das mulheres, temos também o caso da Segunda Guerra Mundial na qual as mulheres russas pegaram em armas e defenderam o seu país, tal como os homens.
Na minha opinião, é uma pena a mulher ainda ser vista como uma dona de casa, principalmente nas regiões do Norte de Portugal, em que esta se vê privada dos seus direitos enquanto mulher. Posto isto, questiono-me e deixo-vos uma questão: será que em pleno século XXI as mulheres têm os seus direitos reconhecidos?



Ana Sofia Fragata

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O aborto e a sua (i)legalização

A legalização do aborto sofreu várias fases no último século. Até 1984 o aborto era proibido em todas as situações (até abusos sexuais!). Foi então que neste ano o aborto foi legalizado apenas em situações de risco para a mãe, para o feto e/ou em caso de violação.
Em 1997, para as situações de violação e má formação do feto, o prazo do aborto foi alargado. Esta situação, contudo, continuava a excluir todos os outros tipos de aborto provocados que, juntamente com a não resposta por parte dos hospitais públicos ou publicamente reconhecidos, resultou numa alta de aborto clandestino e perigoso.
Como consequência desta situação, o aborto foi a principal causa de morte materna durante vários anos, levando muitas portuguesas aos hospitais com complicações de saúde devido a abortos ilegais.
Foi então que em 2007, após uma grande luta por parte de várias entidades e organizações de forma a combaterem o aborto inseguro e ilegal, este foi finalmente despenalizado e legalizado até às 10 semanas de gravidez por qualquer mulher que o desejasse, independentemente das razões da sua escolha, até às 16 semanas em caso de violação, até às 24 semanas em caso de má formação do feto e a qualquer altura quando representa um risco para a saúde da mãe.

Terá sido uma lei viável? Defendo que sim, creio que o aborto deva ser legal em qualquer situação até determinado período de tempo. Claro que não defendo que uma mãe aborte aos 6 ou 7 meses de gravidez, mas defendo-o quando é desejo da mulher não ter o filho, independentemente das suas razões.
Fala-se muito na religião e no aborto e na ligação entre si, está claro que a Igreja não defende o aborto, então e se o Papa fosse mulher? Decerto que perceberia bem melhor.
Na minha opinião defendo que é preferível realizar-se um aborto numa instituição segura e legal, de modo a evitar complicações na saúde da mulher que vai abortar (situações que ocorriam com frequência quando os abortos eram ilegais).
Creio que se estivéssemos ainda no século XX, esta situação seria bem diferente e mais de metade das pessoas que estão neste momento a ler este texto não concordariam comigo, o que se verificou no Referendo de 1998, onde 50,9% dos votantes responderam que não, à pergunta: "Concorda com a despenalização voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas dez primeiras semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?".
E em pleno século XXI, ano quase 2011? O que acham sobre este assunto?

Carolina Pena

Consultei os seguintes sites, para complementar este texto:

http://www.aborto.com/

http://pt.wikipedia.org/

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Novo Acordo Ortográfico

É de esperar que Portugal enquanto Estado Nação preserve a sua própria cultura mas não estaremos nós a perder um pouco (significativo até) da nossa identidade? E eis que estamos, passo a corrigir, já perdemos, uma vez que o tão polémico Novo Acordo Ortográfico se propõe a entrar em vigor no presente ano de 2010.
Bem, o facto de existirem duas línguas oficiais portuguesas, "a lusitana e a brasileira, tem sido considerada como largamente prejudicial para a unidade intercontinental do português e para o seu prestígio no Mundo." Ora, como solução afigura-se este acordo, a chamada "uniformização".
O "português europeu" está para o "português brasileiro" como o "inglês britânico" está para o "inglês americano" e estas diferenças devem ser preservadas porque são constituintes da identidade de cada país.
Se a inexistência deste acordo não significava a impossibilidade de comunicação entre brasileiros e portugueses, afirmo que a justificação para este acordo é puramente promover a internacionalização da língua e quem sabe, colocá-la no top 3 das línguas mais falados no Mundo.

Embora, quer o português de Portugal, quer o português do Brasil tenham origem na mesma língua, o latim, foram alvo ao longo dos tempos de influências diferentes. Influências de outras línguas e de outras culturas, daí que estas particularidades devam ser respeitadas e preservadas. Esta uniformização não se justifica. E ainda dizem que os portugueses não têm “nacionalismo”. Obviamente que este acordo foi pensado, e muito, desde o inicio do século XX que este acordo está a ser feito e em 1986 propunha-se a uniformizar cerca de 99,5% da língua “mas conseguia-a, sobretudo, à custa da simplificação drástica do sistema de acentuação gráfica, pela supressão dos acentos nas palavras proparoxítonas e paroxítonas, o que não foi bem aceite por uma parte substancial da opinião pública portuguesa.” Decidiu-se então uniformizar “apenas” 98% do geral da língua.


Apoiado em http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?action=acordo&version=1990b


Raquel Pinto

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Máfia Portuguesa.

Não se trata da característica máfia italiana, com os seus homens de óculos escuros que fogem à lei. Estes mostram a cara, e são protegidos pelos tribunais. Refiro-me à grande maioria de políticos, militantes, ou membros do Partido Socialista, (PS) ou da Juventude Socialista (JS).
Primeiro vamos às origens. Em 1995 António Guterres vence as eleições legislativas, e torna-se Primeiro-ministro de Portugal com maioria absoluta, substituindo Aníbal Cavaco Silva; substituindo o Partido Social Democrata (PSD) pelo PS. Cavaco Silva deixa o país com indicadores económicos crescentes, uma economia em aceleração, estradas novas foram construídas, e o país acarretava fundos vindos da UE para o seu desenvolvimento e coesão com os restantes países da União Europeia. Contudo, havia muito trabalho pela frente: as injustiças sociais eram tremendas, especialmente as desigualdades na satisfação das necessidades. A saúde era diferente para os ricos e para os pobres, e o mesmo se verificava na educação, e segurança.
O país pedia urgentemente medidas sociais que permitissem eliminar estas assimetrias. O mesmo foi explícito pela UE, através dos fundos estruturais como o FEDER e o Fundo de Coesão.
As medidas criadas pelo governo são na sua maioria a atribuição de fundos sociais para os mais necessitados, os subsídios, e também o aumento do número de empregados no Sector Público Administrativo, ou seja, pessoas que trabalham para o estado, e cujo ordenado advém do estado. Estas medidas incrementaram uma dependência enorme do estado por parte da população portuguesa, e esta dependência saiu-nos muito cara.
Ao longo dos anos, os indicadores económicos melhoraram, o PIB cresceu como nunca antes visto, assim como outros indicadores económicos, fruto do aumento do consumo privado (as pessoas têm mais dinheiro fruto dos subsídios e fundos atribuídos pelo estado) e também do investimento gerado pela colocação financeira das poupanças dos particulares.
O país crescia, mas crescia à custa do estado. E ao mesmo tempo, o Partido Socialista ganhava poder nas sombras, ex-ministros passavam para altos cargos em empresas, tribunais, hospitais, universidades, autarquias, entre outras instituições poderosas. Ao mesmo tempo que o país crescia sobre uma felicidade criada pelos fundos comunitários (europeus), o PS instalava-se em todos os órgãos de importância.
A mítica expressão "Jobs for the boys", reflecte aquilo que aconteceu em Portugal nos anos seguintes, e mantêm-se até hoje, em 2010 sob o governo de José Sócrates.
Como foi referido anteriormente, os Socialistas apoderaram-se dos altos cargos nas diversas instituições. O sistema montado é simples. Uma vez no governo, inúmeros membros do PS são colocados nas mais altas funções de empresas, hospitais, universidades, tribunais, etc. Estes membros, são responsáveis pelo " Favorecimento Mutuo " que consiste basicamente na cedência e acatamento de favores entre eles. Concursos das empresas são viciados, favorecendo aquelas cuja maioria dos accionistas são, membros do PS, ou o estado em si.
Sentindo injustiça, temos necessidade de recorrer a tribunais, mas isto torna-se difícil quando no topo da hierarquia judicial estão presentes "amigos" do partido Socialista. O mesmo acontece com a aprovação de projectos.
Para dar exemplo de um caso em particular, que me é bastante próximo; o dono de cerca de 60 hectares na zona da beira baixa, a serem futuramente plantados com floresta, assinou um contrato com uma empresa de corte de madeiras, para efectuarem a respectiva plantação, e o futuro corte, dividindo despesas e possíveis lucros.
Claro, este projecto necessita da aprovação da câmara. O responsável por tal aprovação, consta ter sido "colocado" no seu actual cargo pelo PS. O projecto foi chumbado, sem justificação decente. Segundo o proprietário, o mesmo senhor havia já chumbado dois projectos em anos anteriores. O que quereria ele para poder conceder a aprovação? Todos os requisitos haviam sido cumpridos, não se justificavam entraves. Quanto a mim, ele queria um suborno, ou seja, ele queria conceder-nos o favor de aprovar o projecto, pela cedência de dinheiro. O proprietário rejeitou, e o projecto não foi concretizado. Este jogo de amizades, no qual um "banco de favorecimento mútuo" é criado, chama-se corrupção.

Em 2004, surgiu o Euro, que teve lugar em Portugal. Inúmeros fundos destinados supostamente à criação de emprego, diminuição de assimetrias regionais, desenvolvimento agrícola e das pescas foram desviados para a enorme festa na qual Portugal seria o palco. A construção dos estádios roubou milhões de euros ao país, e actualmente temos um Portugal estritamente dividido entre litoral e interior, estando os primeiros sobrelotados de gente, em crescimento e expansão, ao passo que o interior vai morrendo a cada dia que passa. Os sectores que produziam foram morrendo, assim como as indústrias do Norte do país. Tudo por causa do Euro2004, mais um espectáculo para entreter o povo, depois da expo.

Agora, sigamos em frente para 2005, quando José Sócrates chega ao poder. Um novo governo PS chegava dando continuidade ao trabalho começado por Guterres.
Contudo, este novo governo vai ter algo para enfrentar, a crise financeira mundial.
Todas as crises têm um efeito recessivo numa economia como é bem sabido. Um abrandamento da produção, do consumo, do investimento, resumindo, uma quebra nas receitas tanto do estado como das empresas, um crescimento do desemprego, fruto da contracção das despesas e modo a minimizar os gastos, e o detrimento do nível de vida das pessoas. Apesar disso, o novo primeiro-ministro afirma que Portugal pode passar ao lado da crise, e chega mesmo a contratar ainda mais pessoal para o sector público administrativo, aumentando as despesas do estado. Finalmente, a crise chegou. As primeiras empresas começam a fechar, surgem mais desempregados e o estado vê-se forçado a atribuir cada vez mais subsídios de desemprego, e fundos de apoio aos desfavorecidos que são cada vez em maior número.
A elevada dependência do estado por parte das pessoas tornou-se insustentável, e levou a crescimento tremendo da dívida pública. Como se não bastasse, havia outro problema, criado não apenas pelo envelhecimento da população, mas também pelo governo socialista.

As reformas, que o estado paga às pessoa que durante toda a vida descontaram para a segurança social são atribuídas necessariamente pelo número de pessoas que pagam as contribuições no tempo actual. Explicando melhor, a nossa reforma quando terminamos a nossa vida de trabalhador, é-nos dada derivada do montante que é pago ao estado pelas pessoas que trabalham e descontam actualmente, ao contrário do que muitas pessoas pensam, quando dizem que descontam uma vida inteira para receber depois, sim isso é verdade, mas quando descontam, é para pagar as reformas dos aposentados nessa altura, e futuramente outros pagarão as suas.
Observando as pirâmides etárias actuais, é possível verificar um envelhecimento da populão em Portugal, o que está já a originar um grande número de aposentados. Derivado deste problema, o estado acresceu a idade da reforma para os 65 anos. Acontece que mesmo assim, há excesso de aposentados, excesso de reformas. As acumulações de cargos por parte de ex-ministros, entre outros, originam a acumulação de reformas. Até Aníbal Cavaco Silva, têm três reformas diferentes. As reformas contam portanto como uma rubrica crítica, nas despesas correntes do estado. E não são as reformas de 2000€ que pesam, mas sim, as de 10.000€ para cima.
Isto, entre outras coisas levou o país à falência. Como vimos, a corrupção impede o desenvolvimento. Se o projecto referido no exemplo anterior tivesse sido aprovado, contribuiria certamente para um crescimento do PIB, e até das exportações, e como este, muitos outros. A acumulação de reformas, a corrupção, as extravagâncias dos estádios de futebol, juntamente com a degradação da produção nacional, a dependência tremenda do estado, levou Portugal à banca rota. Estima-se que vamos perder cerca de 20 a 30% do poder de compra, e tudo, fruto de erros feitos pelo PS, que nos últimos quinze anos minaram o país com um sistema de favores mútuos que impede o desenvolvimento, e causa cada vez maior injustiça social, enquanto eles, os PS, se favorecem uns aos outros.

Recentemente analisou-se o currículo do nosso Primeiro-ministro. Nem vou fazer referência à possibilidade de o seu curso lhe ter sido "entregue", mais uma vez um favor, mas apenas aos inúmeros casos de favores que este concedeu quando foi presidente da concelhia da Guarda, inúmeros projectos para a construção de casas em zonas inadequadas foram aprovados pelo mesmo, que actualmente alega nada ter recebido pela aprovação de tais projectos. Há alguém que aprove algo ilegal sem nada receber em troca? Penso que não.

Por favor, invoco a necessidade de se pôr um fim a este sistema corrupto que o PS criou, a justiça em Portugal não funciona, e é estritamente necessário numa democracia que os tribunais sejam favoráveis ao povo, caso contrário o estado e as empresas simpatizantes fazem o que querem dos trabalhadores. Portugal mergulhou na banca rota porque em vez de ensinar-mos os portugueses a pescar, oferecemos o peixe; em vez de criar facilidades na criação de empresas, retirar-lhes entraves burocráticos, de modo a permitir aos privados terem independência, atribuímos cada vez mais fundos sociais, oferecendo dinheiro fácil e certo, que gera despesas enormes para o estado.
O povo português não pode mais depender do estado, caso contrário, tornamo-nos passageiros de um barco cujo comandante é corrupto e foi pago para nos afundar. Contudo, tem autorização legal para se salvar a si próprio.

(Escrevi este texto partindo de algumas ideias expostas no livro "Anos Perdidos" de Miguel Sousa Tavares)

António Martins

Novamente as Touradas

Após a realização de uma corrida, o touro é encaminhado para o matadouro, e a sua carne é cozinhada em restaurantes. Na verdade, na tourada o que se faz é utilizar um animal já sentenciado como forma de dinamização da cultura. Sim, porque as corridas fazem parte da cultura Portuguesa. Acabar com as touradas significa apagar uma parte da nossa cultura, e também erradicar uma arte.
Durante a corrida, os diferentes touros postos numa arena, onde tanto a fera como o homem podem perecer. Em alguns casos a vida dos touros é poupada, dada a sua bravura e dinamica. Não esquecer também, que antes da tourada, os touros vivem em pasto livre, durante vários anos, são tratados impecavelmente, e criados especificamente para a ocasião. Não são utilizados quaisquer touros, apenas os criados e tratados para tal.
Em suma: a tourada é uma arte e uma tradição, e mais ainda é uma forma de cultura. Quando é aplicada, admite-se que o touro sofre na arena, mas horas depois ele é morto, de qualquer forma, e não esquecer que o ser humano também arrisca, e demonstra muita coragem na apresentação em frente às presas deste explêndido animal, que nos proporciona um espectáculo sem igual.