terça-feira, 13 de março de 2012

Portugal precisa de novo resgate este ano

"Um jornal alemão escreve este sábado (passado) que Portugal precisará de um segundo resgate internacional ainda este ano. O «Die Welt» garante que o nosso país sucederá à Grécia nas preocupações com a crise das dívidas soberanas na Europa, citando fontes não identificadas do governo de Berlim.

A restruturação da dívida grega, após o acordo alcançado com os credores privados, dá algum tempo à zona euro para respirar, mas no Outono o risco de bancarrota de países da moeda única em dificuldades financeiras, como a Grécia e Portugal, voltará a agudizar-se, prevê o diário conservador.

Sobretudo se não houver progressos na Grécia, os parceiros europeus poderão «fechar a torneira» a Atenas, o risco de bancarrota regressará, e a crise pode alastrar a outros países do sul da Europa, segundo o «Die Welt».
«O país que suscita mais preocupações é Portugal, e em círculos do governo alemão não se exclui que Lisboa precise de mais dinheiro da União Europeia, ainda no segundo semestre deste ano», diz o matutino germânico.

«Os Estados não conseguirão pagar as suas dívidas se não lograrem ter crescimento económico, e até agora não há sinais de retoma nenhuma nos países em crise», disse o professor de economia da Universidade de Oxford, Clemens Fuest, citado pelo Die Welt.

Para o mesmo especialista alemão, é tudo uma questão de confiança, e no segundo semestre de 2012 a situação dos países em crise não melhorar, os receios dos investidores de perderem o dinheiro investido em Portugal, se também houver uma reestruturação da dívida portuguesa.Fuest não exclui mesmo a hipótese de a crise se agravar, em vez de melhorar.

Isto porque, explicou o economista germânico, o Banco Central Europeu inundou a zona euro com injeções de capital, os bancos compraram ainda mais títulos da dívida pública de países do sul da Europa, o risco que correm aumentou e, provavelmente, também o nervosismo aumentará, se houver sinais de um agravamento da situação, advertiu Fuest."

Fonte: Agência Financeira

Ora esta noticia já não constitui nenhuma surpresa para quem a lê. É óbvio que numa economia que sempre foi das que menos produziu e que menos competitividade apresenta, o programa da troika pouco faz senão a suposta "reestruturação" da divida. Esta reestruturação não cria postos de emprego, facilidades na criação de empresas ou qualquer outra coisa que promova o crescimento económico. Ao invés retira ao país a sua capacidade de criar riqueza, criando unicamente capital imediato com a venda de empresas de forma a se pagar da forma mais rápida a vida que a alemanha tanto quer ver paga. Estas medidas criam assim um ciclo vicioso onde se pede 20 para pagar 15 e só se se consegue arranjar 5. Será o futuro de Portugal igual ao do gregos? Chegaremos a uma banca rota? Só o tempo o dirá, mas a cada dia que passa a imagem negra de um país à beira da total depressão parece ser o mais certo...

1 comentário:

João Simas disse...

Como tantas vezes, nos últimos 8 séculos, Portugal encontra-se numa encruzilhada, com óbvia perda de soberania. Põem-se questões sérias como o destino de Portugal e da Europa, se esta há-de ser apenas uma organização liderada pelo capital financeiro, pelo moralismo que acha que uns trabalham e outros vivem ao Sol, se termos como Igualdade, Liberdade e Fraternidade são apenas para escrever em textos ou levar a sério na vida quotidiana. A vida não é apenas Finanças e há que ver para que serve a economia. Se há soluções diferentes? Há!