quinta-feira, 22 de março de 2012



Aristides de Sousa Mendes,
o cônsul desobediente.




Na época em que os nazis ocupavam a Europa, os Judeus não se encontravam seguro em lado algum. Estes estavam sempre em rico de serem presos, desapossados dos seus bens e enviados para campos de concentração. Daí que muito deles tentassem, a todo o custo, conseguir um visto que lhes permitisse a entrada num país neutral ( um país independente). E, a partir daí, talvez pudessem alcançar a terra de liberdade com que a maioria deles sonhava: a América.
também os consulados português foram "inundados" de pedidos desse tipo, mas nenhum se viu confrontado com uma avalanche tão grande como o consulado Portugal em Bordéus, chefiado por Aristides de Sousa Mendes. Após a invasão dos alemães em França (1940), afluíram ao porto de Bordéus milhares de refugiados. Salazar, que ocupava o cargo de Chefe do Governo com o de Ministro dos Negócios Estrangeiros, ordenou ao cônsul Sousa Mendes que não passasse vistos sem que cada processo fosse individualmente analisado em Portugal.
Todavia, o cônsul português de Bordéus todos os dias olhava, angustiado e compadecido, as imensas filas que se iam formando em frente do consulado. E perante, o avanço alemão, Aristides resolveu ignorar as ordem de Salazar e passou milhares de vistos a judeus que, deste modo, conseguiram escapar aos nazis e, muito provavelmente, à morte. Calcula-se que Sousa Mendes tenha salvo, assim cerca de 30 mil pessoas. Mas a desobediência custar-lhe ia muitíssimo. O ditador ordenou que este regressasse de imediato a Portugal e demitiu-o das suas funções, sem direito a remuneração ou a reforma. Sousa Mendes e a sua numerosa família passaram assim muitas dificuldades, tendo o antigo cônsul morrido praticamente na miséria, em 1954.
(Muito) Mais tarde já em pleno regime democrático, foi reconhecida a nobreza da sua atitude e procedeu-se à sua reabilitação. Em 1989, por votação unânime da Assembleia da República , este, foi reintegrado na carreira diplomática e por decisão do presidente da República de então, Mário Soares, condecorado com a Ordem da Liberdade. E assim, finalmente, fez-se justiça ao cônsul.


São pessoas como estas que nos fazem ver outra perspectiva de vida, são a estas pessoas que devíamos dar valor perante as suas acções que marcaram e marcam a história da politica em Portugal.

1 comentário:

João Simas disse...

Deveria citar pelo menos o lívro que tem o mesmo título.