sexta-feira, 23 de março de 2012

Como é fixe ser retrógrado!

Desde há uns tempos a esta parte, tenho vindo a constatar que existe uma certa mentalidade ultra-conservadora e até mesmo retrógrada que está a aumentar na nossa sociedade. Frases como "Volta, Salazar volta!", "os gays são pessoas doentes" são cada vez mais ouvidas. Recentemente, o novo cardeal português D. Manuel Monteiro de Castro, afirmou o seguinte: "...cabe à mulher educar os filhos e por isso devem ficar mais tempo em casa...".

Ser conservador é tão legítimo como ser sportinguista e, gostemos ou não, e apesar de não ser tão comum como ser benfiquista é uma forma de estar na vida bastante natural. Mas não é sobre conservadorismo que pretendo falar, mas sobre o facto de se possuir um pensamento retrógrado

Os portugueses, alguns, têm memória seletiva: lembram-se muito bem dos Descobrimentos, mas não se lembram das condições de vida que existiam há 50 anos atrás, nem das taxas de emigração. Talvez fruto desse esquecimento tenham eleito conscientemente Salazar como O Grande Português, não se importando de gastar 60 cêntimos+IVA, quando, certamente, 30 anos antes tinham celebrado a queda do regime a que este senhor tinha presidido. Numa fase mais recente, ouve-se, não só em cafés, mas também em lugares mais eruditos, exclamações épico-dramáticas demonstrativas de um sebastianismo desesperado, apelando a um regresso utópico (ou bem real), não de António de Oliveira Salazar, mas de um "salazar", como se um ditador, por ser ditador, possa ser mais eficaz que um democrata, por ser democrata. Para meu espanto, estas frases são ainda aplaudidas por quem as ouve como se de algo bom se tratasse, como se tivesse alguma piada.

Felizmente, para escrever este texto não tive dificuldades em encontrar exemplos. O mais recente é o do Cardeal D. Manuel Monteiro de Castro que, se não estou em erro, recebeu o título de Cardeal há pouquíssimo tempo. Na sua opinião, "...cabe à mulher educar os filhos e por isso devem ficar mais tempo em casa...". Ora esta frase seria perfeitamente natural há 38 anos atrás ou há 100 anos atrás, mas hoje não! A Declaração Universal dos Direitos do Homem consagra o direito à não-discriminação com base no género e o que Cardeal fez foi simplesmente uma violação a este princípio. Independentemente da sua opinião pessoal, creio que as declarações feitas a título profissional devem ser cuidadas e recatadas, nomeadamente, quando se representa uma instituição centenária ou milenar como a Igreja Católica. Para além de difamatórias e discriminatórias, estas declarações demonstram o pensamento retrógrado da Igreja ou pelo menos de alguns dos seus representantes, que se mostram outras vezes desagradados com a perceção que a opinião pública tem sobre o seu trabalho, a sua missão e princípios. 

Enquanto alguns falam de retrocessos civilizacionais (e com razão!) eu prefiro destacar os retrocessos mentais que estão a acontecer, sem que ninguém se lhes dê muita importância...

Hoje, mais do que nunca, devemos decidir de que forma queremos evoluir. Existem dois escolhas possíveis que podemos fazer: a do retrocesso mental, da mente fechada a novas ideias e do medo ou o caminho da abertura de espírito, da procura da igualdade e do desenvolvimento cultural e civilizacional. Eu já fiz a minha escolha! Peço-vos que façam a vossa.


Reflexão acerca da influência da China no Mundo

Cada vez mais a China tem uma influência determinante em diversos aspectos da vida mundial. Esta influência baseia-se em larga medida no poder económico que entretanto adquiriu desde a sua abertura ao mercado global. É esse poder económico que lhe confere a possibilidade de influenciar também muitas das decisões políticas tomadas nos diversos fóruns mundiais. (G7; G20; Nações Unidas). Este poder económico surge da aplicação de um capitalismo de Estado, no qual realizaram uma abertura ao mercado mundial de bens e serviços e de capitais sem descurar a centralização das principais decisões de política socioeconómica no partido único do regime. A enorme riqueza entretanto acumulada pelo Estado Chinês baseia-se na exploração de mão de obra intensiva de muito baixo custo, tendo em conta que a população da China representa 21% da população mundial, a força de trabalho que esta representa permite-lhe dotar as suas exportações de uma competitividade sem paralelo. Simultaneamente, através de uma política rígida de contenção salarial e de controlo social é o Estado que acumula uma quantidade "astronómica" de riqueza, com a qual realiza grandes investimentos no exterior através da aquisição de empresas, de terra arável e sobretudo de títulos de dívida pública dos mais variados países, a começar nos E.U.A de que são os principais financiadores e terminado em Portugal, o que faz com que a China tenha vindo aos poucos a ganhar prestígio e influência em todo o mundo . Mas é importante referir que esta riqueza acumulada através de enormes excedentes comercias na balança de "Import/Export", só são possíveis graças a uma manutenção dos rendimentos das famílias na China em valores muito baixos, impedindo desta forma um aumento do consumo interno que potenciaria o aumento das importações. Muitos "opinion makers" acusam a China de praticarem no mercado mundial uma política de "dumping" social. Pois é à custa do suor e baixas condições de vida do povo chinês (Ausência de: Direitos Humanos, Direitos do trabalho, segurança social, entre outros...) que o Estado chinês consegue manter esta enorme competitividade no mercado global e que tem conseguido aos poucos tornar-se na segunda potência mundial!

quinta-feira, 22 de março de 2012



Aristides de Sousa Mendes,
o cônsul desobediente.




Na época em que os nazis ocupavam a Europa, os Judeus não se encontravam seguro em lado algum. Estes estavam sempre em rico de serem presos, desapossados dos seus bens e enviados para campos de concentração. Daí que muito deles tentassem, a todo o custo, conseguir um visto que lhes permitisse a entrada num país neutral ( um país independente). E, a partir daí, talvez pudessem alcançar a terra de liberdade com que a maioria deles sonhava: a América.
também os consulados português foram "inundados" de pedidos desse tipo, mas nenhum se viu confrontado com uma avalanche tão grande como o consulado Portugal em Bordéus, chefiado por Aristides de Sousa Mendes. Após a invasão dos alemães em França (1940), afluíram ao porto de Bordéus milhares de refugiados. Salazar, que ocupava o cargo de Chefe do Governo com o de Ministro dos Negócios Estrangeiros, ordenou ao cônsul Sousa Mendes que não passasse vistos sem que cada processo fosse individualmente analisado em Portugal.
Todavia, o cônsul português de Bordéus todos os dias olhava, angustiado e compadecido, as imensas filas que se iam formando em frente do consulado. E perante, o avanço alemão, Aristides resolveu ignorar as ordem de Salazar e passou milhares de vistos a judeus que, deste modo, conseguiram escapar aos nazis e, muito provavelmente, à morte. Calcula-se que Sousa Mendes tenha salvo, assim cerca de 30 mil pessoas. Mas a desobediência custar-lhe ia muitíssimo. O ditador ordenou que este regressasse de imediato a Portugal e demitiu-o das suas funções, sem direito a remuneração ou a reforma. Sousa Mendes e a sua numerosa família passaram assim muitas dificuldades, tendo o antigo cônsul morrido praticamente na miséria, em 1954.
(Muito) Mais tarde já em pleno regime democrático, foi reconhecida a nobreza da sua atitude e procedeu-se à sua reabilitação. Em 1989, por votação unânime da Assembleia da República , este, foi reintegrado na carreira diplomática e por decisão do presidente da República de então, Mário Soares, condecorado com a Ordem da Liberdade. E assim, finalmente, fez-se justiça ao cônsul.


São pessoas como estas que nos fazem ver outra perspectiva de vida, são a estas pessoas que devíamos dar valor perante as suas acções que marcaram e marcam a história da politica em Portugal.

quarta-feira, 21 de março de 2012

TGV e o caso do "dinheiro fantasma"



O Governo decidiu deixar cair “definitivamente” o projecto da alta velocidade. A decisão foi clarificada pelo Ministério da Economia depois de o Tribunal de Contas (TC) ter detectado ilegalidades na adjudicação da obra da linha do TGV Poceirão-Caia ao consórcio Elos, liderado pela Soares da Costa e pela Brisa.
Fonte: Público

Substituam o TGV por Indiana Jones e talvez saia daqui um belo filme de aventuras dentro de um escritório de "contabilidade" pois depois de tanto argumento, tanta polémica e controvérsia. Depois de tanta preocupação (inclusivé com a bitola utilizada) a duvidosa informação, eis que o Governo deixa cair o projecto.
Sempre que me "enrolava" á volta desta questão (ainda bem que não o fazia literalmente), questionava-me se o TGV iria ser uma despesa desprezível ou uma bem-vinda adição para o nosso desenvolvimento e nunca me "sentei" numa resposta definitiva.

Foi uma "Estrada dos Tijolos Amarelos" que caminhámos, excepto que esta acabou a meio e nunca chegamos ao Feiticeiro de Oz (neste caso, o TGV), nem voltámos ao Kansas (ou seja, perdemos dinheiro).

É curioso ver uma notícia publicada na "Sábado", em Abril de 2011, que diz que até então a obra teria custado aprox. 300 milhões de euros sem um único quilómetro de linha construído e que "Portugal arrisca-se a perder mais de 600 milhões de euros se não avançar com o TGV até 2015 [...]"
E a quem é que este dinheiro todo beneficiou? Uma única pessoa que com este dinheiro tenha acordado no dia seguinte a murmurar "Aquele punhado de euros melhorou mesmo a minha vida!"...

Talvez vários insectos tenham ficado contentes por não terem sido "apanhados" pelo TGV...


Organização das Nações Unidas - ONU

Após a sociedade das Nações unidas (SDN) ter caído, essencialmente por falta de força devido à ausência de apoio por parte dos Estados Unidos, Roosevelt com o mesmo espírito universalista, zelou pela criação de um novo organismo. Mais consistente, por ter o apoio das maiores potências vencedoras da segunda guerra mundial, foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU). O Projeto foi acordado na Conferência de Teerão em 1943 e ratificado na Conferência de Ialta, iniciando a 25 de Abril de 1945, com a afirmação dos 51 delegados na Carta das Nações, a sua vontade de promover a paz e cooperação internacionais.

Segundo a Carta das Nações, a organização foi criada, essencialmente para: Manter a paz; Desenvolver relações de amizade entre os países do mundo; Desenvolver a cooperação internacional e funcionar como centro harmonizador, nunca perdendo de vista valores como a igualdade, a justiça e o respeito, quer entre os homens e as mulheres, quer entre as nações grandes e pequenas.

A ONU tomou uma feição profundamente humanista, como meio de impedir as atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial. Esta ideia foi reforçada pela aprovação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, em 1948, que passou a integrar os documentos fundamentais das Nações Unidas.

Esta nova declaração ultrapassa, em muito, a sua antecessora Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada pela assembleia constituinte francesa em 1789. Este documento não se limita a definir os direitos e as liberdades fundamentais pois os seus redatores atribuíram um espaço importante para as questões económico-sociais, por as considerarem imprescindíveis a uma vida digna e verdadeiramente livre.

A ONU agrega hoje todos os povos do mundo e embora tenha desenvolvido um importante papel em relação à cooperação internacional, a sua atuação ficou aquém das expectativas em relação à paz mundial: Ficou inúmeras vezes bloqueada pelo veto dos cinco membros permanentes ( EUA; Rússia; Inglaterra; França e China) e não consegue ainda chegar aos conflitos localizados, ficando então por resolver. No entanto devemos a resolução e a ausência de determinados conflitos a esta organização que embora não totalmente perfeita, é o guardião do mundo desde há muito tempo.

Cientologia - Controvérsia Galática





Um tribunal dos subúrbios de Moscovo proibiu os livros do fundador da Igreja de Cientologia, adiantaram fontes oficiais.

O Tribunal de Shchyolkovo declarou que o livro "What is Scientology?" ("O que é a Cientologia?") e outros escritos de L. Ron Hubbard "contêm incitações a atividades extremistas", refere um comunicado do gabinete do procurador-geral. Segundo o comunicado, assim que a decisão do tribunal entrar em vigor, os livros de cientologia serão colocados na lista negra em todo o país. O tribunal tomou a decisão na sequência de um pedido interposto por procuradores locais.
[...]
Yuri Maximov, porta voz do grupo de Cientologia na Rússia, salientou que há "dezenas de milhares" de devotos da Cientologia naquele país. E a imprensa russa tem escrito que alguns empresários e políticos influentes russos estarão entre os seguidores da crença. A Igreja Ortodoxa, dominante na Rússia, denunciou a Cientologia como uma "seita totalitária" e o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem comunicou que as autoridades da cidade de Moscovo infringiram os direitos do grupo, ao recusarem registá-lo por diversas vezes. O grupo reclama ter cerca de dez milhões de membros em todo o mundo, incluindo as estrelas de cinema Tom Cruise e John Travolta.


Admito que a notícia não é nova (na verdade é de Julho de 2011), mas ainda assim é importante discutir. E é importante discutir o porquê de afinal os livros terem sido banidos.
Mas antes, tentar incidir alguma luz sobre a Cientologia também conhecida como "aquela coisa em que o Tom Cruise e o John Travolta acreditam".
E não é por desrespeito que digo isto, aliás penso que esta religião, em países como os Estados Unidos (na França, Reino Unido e Alemanha não é tratada como tal) não merece tanta chacota quanto isso e apenas a tem porque é uma das novas religiões e não uma que esteja connosco á já algum tempo.

Se fosse o Cristianismo a aparecer agora, não sei se o número de pessoas com "cara séria" face aos seus ideais ia ser o mesmo (afinal de contas, "Jonas e a Baleia" não é das coisas mais credíveis que possam ler).

Criada em 1952 pelo autor de ficção científica L.Ron Hubbard, a Cientologia diz que há 75 milhões de anos; vários planetas reuniram-se numa "confederação das galáxias", governada por um líder maléfico chamado Xenu. Como os planetas estavam com problemas de superpopulação, Xenu mandou bilhões de seus habitantes para a Terra,onde foram atirados para um vulcões e mortos com bombas de hidrogénio.
Os seres humanos são "habitados" por "thetans" (a alma imortal), e quando o ser humano em causa morre, o "thethan" faz uma viagem até Vénus onde é re-implantado.

Ah, pois... Muito bem...

O meu ponto de vista é até que ponto é que tal direito pode ser negado, visto que deverá existir liberdade na escolha (ou falta desta).
Mas, até que ponto é que a Cientologia é uma religião e não um negócio (em que as pequenas "missões" da Cientologia pagam 10% do montante que adquirem á Igreja "principal").
De notar ainda, que a Cientologia ainda envolve tais conceitos como o "copyright" e as "trademarks", marcando ssi uma linha ainda mais ténue entre os dois territórios (religião vs. negócio).

E não tenho a certeza se "extremista" será a melhor maneira de colocar o rótulo nos livros de L. Ron Hubbard que pelas suas palavras (pelo menos, aproximadamente) disse que "A única maneira de controlar pessoas é ao mentir-lhes[...]" e "não se fica rico a escrever ficção científica. Se se quer ficar rico, começa-se uma religião".

Eu até compreendia se a Rússia tivesse vontade de banir a Cientologia depois de visionar o (extraordinariamente mau) Terra: Campo de Batalha com o John Travolta - conhecido por alguns (talvez 3 ou 4 pessoas) como "falso estimulador Cientológico" -, mas assim continuo com as minhas dúvidas se era necessário um movimento tão "extremo" por parte da Rússia...

Nobel da Paz desrespeita Direitos Humanos

A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, numa entrevista conjunta com o ex-primeiro minintro britânico Tony Blair, ao ser confrontada com as leis liberianas que condenam atos homessexuais, defendeu tais ações dizendo que a sua sociedade tem valores tradicionais que quer preservar.




Ellen Johnson Sirleaf ganhou o prémio Nobel da Paz em 2011 devido à sua luta pela segurança e pelos direitos das mulheres na participação na vida política e num trabalho pacífico, tudo através de um método não-violento.










Nesta entrevista são confrontados dois lados completamente opostos. Quando Tony Blair esteve no poder foram aprovadas inúmeras leis a favor dos gays e das lésbicas como, a título de exemplo, a permissão para pertencerem ao exército. Temos num lado o Reino Unido liberal, que aceita a diferença, a inovação, é tolerante. Já Libéria, por outro lado, é um dos países africanos que proíbe explicitamente a homossexualidade e onde a intolerância é cada vez maior. Temos como exemplo desta intolerância e desta discriminação os ativistas anti-homossexuais que querem aprovar ainda mais projetos lei que condenem quem tem outra orientação sexual. Duas dessas propostas são: o ato sexual entre duas pessoas do mesmo sexo seria punível com cinco anos de prisão e o casamento entre pessoas do mesmo sexo passaria a ser um crime de dez anos de prisão.


Pergunto eu como é possível que uma vencedora do prémio Nobel da Paz e defensora dos direitos das mulheres possa ser tão retrógrada ao ponto de condenar quem possui uma orientação sexual que não vá de acordo aos valores tradicionais? Não andarão um bom governo e a Declaração Universal dos Direitos do Homem de mãos dadas?

Esta senhora ao tomar estas medidas e ao punir severamente os homossexuais está a ir contra o Artigo 2º da Declaração universal dos Direitos do Homem que diz o seguinte:




"Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania."




Ellen Sirleaf, não pode, segundo o documento acima citado, condenar aqueles que têm uma orientação sexual diferente Está implícito no artigo 2º que todos os seres humanos são iguais e livres independentemente daquilo que vestem, daquilo em que acreditam e podemos incluir em "qualquer outra situação" a orientação sexual. Esses direitos a que TODOS os cidadãos do mundo podem recorrer são por exemplo o direito a todas as liberdades, incluindo a liberdade de escolha e de expressão! Se a pessoa "A" ama a pessoa "B" que é do mesmo sexo pode escolher ficar com ela e mostrar ao mundo que estão juntas sem serem punidas!


O argumento usado pela presidente da Libéria não é assim tão bom. Se formos analisar bem a História, se não tivesse sido essa quebra dos valores tradicionais, Ellen Sirleaf nunca teria chegado a presidente, as mulheres continuariam sem direitos num mundo em que os homens governariam. Por isso a ruptura com os valores tradicionais, a inovação e a tolerância são sem dúvida acontecimentos marcantes da História que são necessários e ninguém, adaptando para o contexto da situação acima descrita, tem o direito de mandar ou de escolher de quem o indivíduo "A" tem de gostar e tem de estabelecer uma relação só porque têm (citando Ellen Sirleaf) "valores tradicionais (...) que gostariam de preservar"!

Desemprego, sinónimo de… Cultura!

Depois deter falado sobre desenhos animados no último texto, venho mais uma vez falar sobre um notícia cultural, que mais uma vez, achei interessante. “Entrada livre para desempregados em museus e teatros”.
A secretaria de Estado da Cultura revelou que, a partir de 27 de Março, dia mundial do teatro, os desempregados passarão a poder visitar museus, monumentos e palácios tutelados pelo Estado sem pagar entrada. Também poderão ir ao teatro com descontos limitados a um número máximo por sessão, nos Teatros Nacionais. A secretaria de Estado da Cultura pretende, que as pessoas que se encontrem sem emprego não se sintam com o acesso à cultura limitado.
Na minha opinião, penso que esta notícia até acaba por ser positiva. É verdade que muito pouco o Governo tem apoiado a cultura ( até pelo contrário), e esta notícia acaba por ser uma novidade. Todas as pessoas devem ter acesso à cultura (e a muitas outras coisas que não tem acesso), e esta medida vem, de certa forma, ajudar estas pessoas que vivem com algumas dificuldades. Mas também penso que é importante pensar que existem pessoas que só recebem o salário mínimo e que acaba por não ter este benefício que a pessoa desempregada tem, e esta poderá ter um subsídio maior que o salário mínimo. Estas pessoas não se sentirão com “o acesso à cultura limitado”?
Para finalizar, é de louvar ver que, afinal, o Governo não se esqueceu da cultura, mas fica a ideia que quem está no desemprego acaba por estar numa situação mais vantajosa de que muitos que tem emprego.

Há 50 anos 1500 jovens eram presos em Portugal

Entrevistas do Expresso sobre os acontecimentos de 1962:
http://expresso.sapo.pt/a-noite-em-que-a-policia-prendeu-1500-estudantes=f712832

terça-feira, 20 de março de 2012

O renascimento do espírito de Guy Fawks





Guy Fawkes Mask


Como continuação ao texto anterior achei interessante fazer referência às mascaras de “marca” usadas pelo grupo Anonymous, referindo a história por de traz de tal objecto e as sua influências.



Guy Fawkes nasceu a 13 de Abril de 1570 em Iorque e morreu a 31 de Janeiro de 1606 em Londres. Foi um soldado inglês católico que teve participação na "Gunpowder Plot " que tinha como finalidade assassinar o rei protestante Jaime I (sucessor da Rainha Elizabeth I) da Inglaterra e todos os membros do parlamento durante uma sessão em 1605, objectivando o início de um levante católico. Guy Fawkes era o responsável por guardar os barris de pólvora que seriam utilizados para explodir o Parlamento do Reino Unido durante a sessão.
Porém a conspiração foi desarmada e após o seu interrogatório e tortura, Guy Fawkes foi executado na forca por traição e tentativa de assassinato. Os outros participantes da conspiração acabaram com o mesmo destino.
A sua captura é celebrada até os dias actuais no dia 5 de Novembro, na "Noite das Fogueiras" (Bonfire Night).
Este dia é referido no filme “V for Vendetta”, como uma recordação do verdadeiro significado deste dia, uma vez que o povo estava esquecido do verdadeiro evento desta data. Neste filme o Reino Unido vive num governo autoritário conhecido por “Fogo Nórdico”, e V (personagem principal) decide no dia 5 de Novembro fazer um apelo para que dai a um ano todos os insatisfeitos contra o governo se apresentassem frente ao parlamento para lutar pela sua liberdade.
Devo apenas referir também que o protestantismo começou na Europa Central no início do século XV devido à oposição contra a igreja católica. Os protestantes crêem apenas na existência de Jesus Cristo e de Deus como o criador,  não crêem nos anjos nem no espírito santo. Também acreditam que a salvação apenas se pode atingir através da fé, enquanto que os católicos acreditam que a salvação também provem das boas obras. Devido a estas assimetrias de ideais existiu sempre uma grande fricção entre os fieis como é referido na lenda de Guy Fawkes em que este, lutou e morreu por aquilo em que acreditava.
 

"Da Vinci perdido..."

Como este não é um blog em que, obrigatoriamente temos de escrever sobre Política ou sobre Economia, resolvi escrever sobre uma notícia recente que me interessou bastante. Num mundo em que os temas principais são a crise, as dificuldades económicas, conflitos entre vários estados e a má gestão dos países, é para mim necessário procurar outros temas e outras áreas de pesquisa. Este meu texto é sim relacionado com História, Arte e Da Vinci. Este texto é baseado num artigo, publicado na National Geographic na edição de Março de 2012, que mostra o contributo que a Ciência pode dar à História e à Arte.




Em janeiro de 1998 apareceu num leilão da Christie's uma cara bonita anónima com autor desconhecido. Supostamente era uma obra alemã do séc. XIX. Foi comprada por uma nova-iorquina e vendida dez anos mais tarde a Peter Silverman, o homem que desconfiou que a obra não era o que diziam e que iniciou uma complexa investigação. Resolveu mostrar a obra a Martin Kemp, um especialista em Da Vinci professor de História de Arte na Universidade de Oxford. Esta obra é especial porque possui uma excelente utilização das cores, uma grande precisão nas linhas, a forma como os fios de cabelos foram pintados, a expressão que o rosto da rapariga transmite e o facto de mostrar traços de alguém que pinta com a mão esquerda (como o próprio Da Vinci). Para ser de Da Vinci tinha de ter sido pintado entre 1450 e 1519. É agora que entra o papel decisivo da Ciência... Conseguiram datar o velino (material em que tinha sido pintada a rapariga) e este era de 1440 a 1650. Analisando o vestuário e o cabelo da rapariga descobriu-se que pertencia à Corte de Milão, durante a década de 1490. Os investigadores (cientistas e historiadores) chegaram ao nome de Bianca Sforza - filha ilegítima do Duque de Milão, casou-se em 1946 com o comandante das tropas milanesas e patrono de Da Vinci. "La Bella Principessa", como lhe chamaram, teria 14 anos quando se casou morrendo pouco tempo depois. Deparam-se agora com uma questão: de onde apareceu este quadro? Martin Kemp recebeu uma dica de outro professor de História de Arte. Deveriam procurar na Biblioteca Nacional de Varsóvia (Polónia), no livro Sforziad - obra comemorativa do casamento de Bianca. O volume foi parar à Polónia quando um elemento da família Sforza se casou com alguém da realeza polaca. Nessa obra faltava efectivamente uma página que teria sido cortada. Volta a ser necessário o recurso à Ciência de modo a se provar que aquela pintura pertencia ao livro, o que se veio a confirmar. A autenticação de uma obra do génio Leonardo Da Vinci é muito complicada de se fazer devido ao valor que tem uma obra deste e até que se chegue a um consenso é necessário muito tempo.

Anonymous, já estão na boca do mundo




Quem São?

Anonymous é uma rede descentralizada de indivíduos focados na promoção do acesso à informação, liberdade de expressão e transparência. O grupo produziu manchetes internacionais (Capa de edição de jornal), expondo a igreja da Cientologia, apoiando movimentos anti-corrupção no Zimbábue e na Índia; e forneceu plantaformas seguras para os cidadãos iranianos para criticarem o seu governo.
Uma fracção dos anonymous passou de transparência a nível político para o nível corporativo. Para este fim, usaram a sua única habilidade para expor companhias/empresas que praticam um mau governo corporativo e que estão envolvidas em grande escala em actividades fraudulentas.

O que fazem?

Fornecemos ao público reportagens investigativas expondo companhias/empresas corruptas. A sua equipa inclui analistas, contadores forenses, estatísticos, especialistas em computação e advogados de várias jurisdições. Todas as informações apresentadas nos seus relatórios são adquiridas através de canais legais, factos verificados e examinados minuciosamente antes do lançamento. Isto tanto é para a segurança dos seus associados como para grupos /indivíduos que confiam no seu trabalho.

 
Apoio ao Occupy Wall Street

Diversos membros do Anonymous demonstraram apoio ao movimento Occupy Wall Street, atendendo aos protestos locais e criando blogs que davam cobertura ao movimento.


Video:  http://www.youtube.com/watch?v=8lrGZnKf888

Para quem quiser mais informações sobre este grupo, Facebook: http://www.facebook.com/pages/Anonymous/27327392498?ref=ts; http://www.facebook.com/AnonymousLegionPt

Subida no preço das propinas...?

Decidi reflectir um pouco sobre este assunto referente à subida dos preços das propinas, pois para além de querer dar a conhecer a minha opinião, quero igualmente conhecer as opiniões dos meus colegas que, possivelmente, irão rumar, para o ano, tal como eu, em direcção à faculdade.

O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), aprovou dia 13 deste mês uma nova recomendação sobre as propinas. Esta recomendação baseia-se no aumento das propinas, no valor de 30 euros, para dessa forma se financiarem bolsas a estudantes universitários. Desta maneira, as propinas que, geralmente, são de 999,71 euros, passarão a ser de 1029,71 euros.

Agora vejamos esta ordem de lógica: temos cada vez mais alunos a desistir das faculdades por não terem possibilidade de pagar as mesmas. No entanto, uma fatia dos restantes, apesar de ter dificuldades, continua a frequentá-la. É a esses alunos que vamos aumentar as propinas? São esses alunos que, já em dificuldades, vão conseguir dar mais 30 euros para aqueles que já não conseguem? Será que isso irá realmente criar consenso? Irá criar novos lugares nas faculdades, ou apenas criará mais desistências?

Não podemos esquecer a quem estamos a pedir esse esforço! AOS ALUNOS! Não devem ser os alunos a fazer este esforço, não devem ser os alunos a ter a obrigação de sustentar os seus amigos, colegas. Essa função deve pertencer ao Estado. Pela lógica proposta, ao aumentar a ajuda (dada pelos próprios alunos), aumentaria também a procura de ajuda.

Assistimos constantemente a alterações, a rupturas na história, mas nada parecido com isto. É necessário que todos tenham consciência do que se vai passar no próximo ano lectivo. Vão ser os estudantes a pagar pelo Estado. De qualquer forma, já me questiono, qual é realmente a função do Estado? Onde andas ''tu'', Democracia? Agora, que precisamos de ti mais do que nunca…

segunda-feira, 19 de março de 2012

Como se despede um Presidente?

Recentemente, o grupo «Iniciativa Democrática», da Rede Social Facebook, entregou na assembleia da República uma petição, com aproximadamente 40 mil assinaturas, pedindo a demissão do Presidente da República Português. Esta petição surgiu devido à opinião de muitas pessoas que consideram intolerável que o Presidente venha a público afirmar que «quase de certeza que [o seu salário] não vai chegar para pagar» as despesas. Estas declarações tornaram-se, se possível, ainda mais ofensivas, tendo em conta que foi o Presidente que promulgou os variados cortes nos salários e pensões dos portugueses.
Após a entrega do documento, este foi rejeitado pela Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, justificando-se esta decisão na separação de poderes e na «incompetência para apreciar» o assunto (o texto refere atos criminais que o presidente praticou).

Nuno Marreiros terá de se dirigir então à Presidência da República para apresentar a petição, que curiosamente fala do próprio Presidente. Resumidamente, será obrigado a entregar um pedido de demissão ao homem que quer «despedir». Qual será a resposta?

Esta situação, na minha opinião, coloca em causa alguns valores democráticos, pois, numa democracia, quem tem o maior poder é o povo, que por sua vez decide quem o governa, e quando. Como se despede o Presidente? Ao que parece, não basta dizer «Adeus», é bem mais complicado.
Tunisia, um país que relembra Portugal à 50 anos!

Escrevo sobre a Tunisia pois tenho um amigo meu que à poucos dias atrás fez uma viagem de trabalho a este pais para analisar e conhecer o estado da agricultura neste local. As observações feitas são inacreditáveis. A Tunisia é um país que relembra Portugal aqui à 50 anos atrás, é tudo ainda do outro mundo! Em primeiro lugar os solos são fantásticos ( não é que isto relembre portugal em alguma época da sua história mas achei por bem referi-lo). Os trabalhadores vivem nos montes, não têm água, tomar banhinho é uma coisa não muito frequente e se o quizerem fazer terão que aquecer a água ao lume para poderem tirar algum sebo que tenham no corpo, electrecidade é mesmo à luz das velas poque também não a têm. Os acessos às propriedades e aos montes onde vivem os caseiros chegam a ser de centenas de kilometros por estradas de terra, que quando chove ficam intransitaveis por qualquer veiculo e por isso sem possivel acesso. E numa herdade de apenas 800 hectares chegam a trabalhar ( e a viver naturalmente) vinte e tal destes empregados nestas condiçoes, que obviamente só recebem ordenado se trabalherem nesse dia, dias em que não trabalham não recebem! Com um engraçado ordenado de 10 dinares diários, que representa 5 euros! Lavrar com pequenos tratores que caem de podres ou até mesmo com carros de bois é o mais usual! As condições são mesmo "à antiga"!
Realço, para terminar o meu texto, dois dois produtos agricolas vindos deste incrivel pais que aconselho vivamente a todos! Tamaras e pistachos tunisianos são duas reliquias do melhor que há! Se puderem provem!

Domingos Perloiro

domingo, 18 de março de 2012

Pseudo-reflexão sobre as taxas moderadoras



Recentemente, um familiar meu teve que se deslocar até às urgências de um hospital público. O motivo que o levou a deslocar-se até era mesmo urgente ( e não uma falsa urgência!) e depois de lá ter passado algum tempo pagou 27,55€ (20€ do episódio de urgência + 7,55€ referentes às análises que foram realizadas na mesma unidade hospitalar). A questão que me surgiu foi: 27,55€ por um cuidado de Saúde importante é muito ou é pouco dinheiro?

A Saúde é o bem mais precioso das nossas vidas e a sua inexistência determina o terminar das mesmas. É a Saúde que nos dá alguma qualidade de vida e a sua falta ou a sua presença em quantidades modestas provoca uma grande quebra na nossa qualidade de vida. Mas qual deve ser então o preço da Saúde? "Não tem preço" seria uma resposta unânime e imediata, mas proponho a reflexão sobre alguns aspetos.

Por um lado, enquanto nos poderemos queixar em pagar cerca de 30€ por uma consulta médica de urgência não temos tanta relutância em dar mais de 50€ por um bilhete para um concerto, em pagar 20€ ou 30€ por um bilhete para assistir a um jogo de futebol ou em desembolsar a mesma quantia numa refeição fora de casa para duas pessoas num restaurante de preços médios. Se não nos importamos de pagar valores elevados por coisas tão supérfluas como as anteriormente enumeradas, porque não pagar preços elevados pela Saúde que é um bem simplesmente imprescindível? Why not?
Será que a Saúde, por ser tão importante, deve ser a nossa despesa principal, assim como o é a habitação e a alimentação?

Ou, por outro lado, será que a Saúde, por ser algo tão básico e tão necessário deve ser algo universal pelos seus preços e ser o mais barato possível para ser acessível a todos os cidadãos?

O Serviço Nacional de Saúde apesar de ser alvo de muitas críticas (ideologicamente bem definidas, obviamente) é o garante do acesso universal à Saúde e apesar de ser caro (embora seja pago de forma maioritariamente indireta) permite que ninguém seja impedido de aceder aos serviços que disponibiliza e permite também que todos tenham direito a cuidados de Saúde dignos.

A questão é: será que a Saúde, por ser um dos bens mais importantes, deve ser aquele em que mais investimos ou, pelo contrário, deve ser o mais barato?

Eu não cheguei a conclusão nenhuma e foi esse o motivo que me levou a escrever esta reflexão, portanto, aguardo ansiosamente pelas vossas eventuais conclusões.