Soube agora que grande parte dos portugueses vai ser sujeito a esforços gigantescos, começando pelos salários, com dois subsídios a desaparecerem, continuando pelos cortes nas pensões, e ainda mais
meia-hora de trabalho diário para alguns.
As últimas eleições não foram há muito tempo. Nelas, verificou-se uma passagem de poderes de PS para PSD/CDS. O PS vinha sendo criticado pelos cortes que tinha feito, bem como por outras razões. Muda-se o governo, o povo vota em massa na direita, e o que vêmos: mais do mesmo, com uma única diferença: as medidas tomadas são muito mais violentas. É bom recordar, que, dentro do conjunto de dois partidos que agora governam, eleitos pelo povo, encontram-se algumas pessoas bem conhecidas: uma, por exemplo, há algum tempo, decidiu comprar dois submarinos por uma modesta quantia. Tudo, claro, para defender Portugal dos possíveis ataques inimigos. Com esse dinheiro podia-se ter feito muita coisa positiva: criar postos de trabalho, desenvolver a economia, a indústria...
Salazar bem dizia: Deus, Pátria, Família. Família vai haver menos, pois os possíveis «novos pais» não vão ter dinheiro para sustentar os filhos. A Pátria está falida. Resta-nos orar a Deus, esperando que a Alemanha nos conceda mais uma tonelada de dinheiro que nos salve durante mais um mês (ou não).
O pior é que estas medidas não são a solução. Tem-se visto na Grécia: quantos mais cortes, mais a economia se afunda, mais o país empobrece. Tenho medo que isso aconteça a Portugal. Talvez seja hora de mudar para ideiais políticos do outro lado da assembleia.
Para mim, como aluno do 12º ano, estes cortes significam definitivamente o fim da viagem de finalistas. E para vocês?
Claro que eu tenho perfeita noção de que vivo em muito melhores condições do que a maioria dos portugueses. Esses não se vão preocupar com a viagem de finalistas: nunca sequer pensaram em fazê-la. Esses vão-se preocupar com o pão de cada dia, pois cada vez mais pessoas em Portugal (milhares, ou até milhões) passam fome.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
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7 comentários:
Então se a solução não são os cortes nos subsídios? Qual é? É que é extremamente difícil (quase impossível) mudar a mentalidade de alguns dos portugueses que se habituaram a viver acima das suas capacidades... Cada vez mais noto, a procura de umn emprego e não de um trabalho... ( Se é que me entendem..)
Fico mais descansado em constatar que escreveste um texto à altura das tuas capacidades.
Embora concorde na globalidade com a tua opinião, exitem uns pontos em que sabes que discordo.
As medidas que ontem foram tomadas começam a demonstrar algum desespero e falta de rumo por parte do Governo. Na minha opinião, o Governo começa a exagerar nesta tendência de querer colocar-se, de certa forma, no papel de aluno bem comportado que faz tudo o que lhes mandam e isto não deve continuar pois a soberania continua e continuará a estar apenas e só nos Portugueses.
Contudo, parece-me de extrema importância que não saia da tua cabeça nem da cabeça dos Portugueses, porque é que estas e outras medidas são implementadas e quem é que nos deixou "com as calças na mão". Os submarinos custaram 1000 milhões de €, mas já estão pagos. Apesar de não ver a mínima utilidade nestes veículos e sem querer desculpar o actual Ministro dos Negócios Estrangeiros, pergunto: quanto custam e custarão aos nossos bolsos as PPP's, contratos realizados contra o interesse público realizadas por políticos com interesse deliberado em favorecer os amigos do partido que comandavam (e comandam) as grandes empresas do PSI20.
Quanto à acção do Governo, creio que as medidas têm sido mal ponderadas. Veja-se o seguinte caso: o corte dos 13º e 14º mês vão originar uma quebra drástica no consumo, desemprego na hotelaria, restauração e comércio, o que significa mais subsídios de desemprego... Não sei o que será melhor, venha o diabo e escolha. Termino por aqui: acho que entrámos no ciclo da recessão.
Manuel Cotovio
Sebastião,
Creio que a solução não é o corte nos subsídios e enumero algumas das razões no meu primeiro comentário.
Além disso, é um corte injusto porque só afecta os F. Públicos.
A alteração da mentalidade dos portugueses tem que ser feita com todos os portugueses e não deve ser feita tirando os subsídios a alguns. É preciso haver educação financeira e o fim do crédito fácil, o que já acontece.
Quanto à questão do emprego vs trabalho concordo a 200%
Abraço.
Sebastião,
Eu não vivo acima das minhas possibilidades. Aliás, a minha família não tem qualquer dívida no banco. E eu acredito que é o que se passa com a maioria dos portugueses, sendo que bastantes trabalham afincadamente todos os dias, com medo de perder, muitas vezes, a única fonte de sustento da sua família.
Queres então dizer que por causa de alguns poucos irresponsáveis (que gastam em demasia) todos os portugueses devem sair prejudicados financeiramente?
Manuel,
Concordo com a tua opinião, só acho que quando dizes que é um corte injusto que só afecta o sector público, a mim não é o que mais me preocupa, pois, pelo rumo que tem sido tomado o sector privado, brevemente, vai também ser afectado.
Como é óbvio estes cortes afectamj o consumo e o poder de compra mas parece-me que é a única maneira de mudar a mentalidade do portugueses, que pelo que tenho constatado a única maneira de viverem ao nível das capacidades é obrigados. Muito devido ao crédito fácil como referiste.
Abraço
A principal preocupação do Estado é reduzir drasticamente as despesas, e não se está a preocupar com as receitas, ou seja, vai-se acentuar a descida da economia. Quanto aos trabalhadores por entidades privadas, vão ser afectados também, porque as pessoas não tem dinheiro para comprarem os produtos dessas empresas, e estas vão se ressentir, é só uma questão de tempo... a verdade é que isto é um murro no estômago para muitos portugueses, mas temos que ver estas medidas com esperança, como eu escrevi no meu texto a luz ao fundo do túnel nunca se apagará!
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