quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O Jardim que passou a Selva

É com muito desagrado que observo a situação no nosso arquipélago madeirense. Mais uma vez a maioria do povo da Madeira demonstra a sua falta de inteligência, querendo eleger repetidamente, e por maioria absoluta, o homem que há mais tempo governa na Europa. Este homem que diz o que mais lhe convém e, na maior parte das vezes, de forma mal-educada, num regime em que a democracia só está no papel.


Se os problemas que ele causa afectassem apenas os seus eleitores, tudo bem. Mas agora descobriram-se vários «buracos» orçamentais que põem em causa a recuperação financeira do país, causando sérias dificuldades às pessoas com menos recursos do continente, que provavelmente nunca pisaram os solos madeirenses.


Perguntou-se ao excelentíssimo Presidente do Governo Regional da Madeira o que ele achava de toda esta situação. Respondeu o senhor que era tudo necessário, e que tinha salvaguardado os interesses do povo madeirense (que vive numa das regiões mais pobres de Portugal).


Pena é que no continente vivem mais pessoas que na Madeira, que irão sofrer graves consequências devido à arrogância, teimosia e falta de noção da realidade de um político que está contra quase todos os outros políticos, até os do seu próprio partido.

4 comentários:

João Simas disse...

Expressões como "falta de inteligência" não têm interesse. O que interessa é saber o porquê dessa votação.

Anónimo disse...

Desde já peço desculpa pela expressão utilizada. Penso que não foi a mais correcta da minha parte.
Contudo, faz-me impressão a forma como um homem ganha sistematicamente as eleições com m aioria absoluta, baseando a sua campanha em jantares de graça e insultos aos «inimigos», sejam eles comunistas, socialistas, do continente...
Como diziam os antigos romanos, a melhor maneira de pôr o povo feliz é com «pane et circus».
Eu também sei que há, obviamente, pessoas que obtém privilégios com a continuação de poder de Alberto João Jardim. Mas, na minha opinião, quando vamos votar, devemos votar em quem defende os interesses do país, desenvolvendo a economia e melhorando áreas como a agricultura e a indústria, e não em políticos que apenas servem para proteger os nossos interesses particulares.

Beatriz Candeias disse...

Não obstante a falta de cultura democrática, os condicionalismos sociais e económicos impostos pelo governo regional quer à população quer aos vários agentes sociais, incluindo a comunicação social, tenho que discordar com a opinião manifestada. Pela primeira vez, e face ao actual cenário de crise socio-económica, considero que a eleição de Alberto João Jardim foi a decisão mais consciente que o povo madeirense alguma vez tomou. Isto porque Alberto João era de todos os políticos que se apresentavam aquele que detém maior poder reinvidicativo e político, minimizando assim o esforço que a população madeirense teria que tomar para enfrentar os buracos financeiros provocados essencialmente pelas empresas de gestão pública criadas pelo governo regional em resposta às medidas impostas, pela então ministra das finanças Manuela Ferreira Leite, de endividamento zero. Os madeirenses votaram na figura política que para eles, e tendo em consideração a campanha eleitoral, poderá evitar que o ónus da situção recaia exclusivamente sobre eles.

Inês Rosa disse...

Não tenho opinião formada sobre quem deve ser eleito ou não para a presidência da Madeira, até porque não acho um facto relevante para esta discussão. Contudo sei ver com o que concordo e discordo e penso que realmente o povo madeirense devia ter um voto mais consciente e um maior envolvimento na vida política da região. Talvez esta sequência de votações em Alberto João Jardim deve se à falta de conhecimento dos outros partidos, da falta de envolvimento dos mesmos e por isso mesmo o povo fica um pouco limitado na sua escolha. A solução, por isso (e se esse for realmente o problema), talvez passa pela imagem de um novo partido. Partido esse forte que mostrasse que a nível económico, social e politico pudesse fazer a diferença e tornar essa região melhor, sem ''buracos'' orçamentais escondidos.