domingo, 16 de outubro de 2011

O Estado e a Igreja



Gostaria de deixar aqui uma pequena conclusão minha sobre este assunto que referi no título, prometo que será rápido e ilustrará essencialmente a diferença entre dois conceitos que muitas vezes são baralhados ( e confesso que me traz uma certa irritação).
A Igreja desde sempre teve um papel muito influente no estado, aliás a igreja foi durante muito tempo o órgão máximo de um país e tudo girava em seu torno. Como foram elementos do clero os primeiros a terem um nível mínimo de educação, este tinha uma grande influência e era então a igreja que ”governava”. Acontece que ao longo dos tempos foi havendo uma tendência para separar estes dois, estado e igreja, como órgãos independentes criando uma cultura de laicidade, ou seja, estado e igreja assumem uma “independência” recíproca sem tomarem influência nas decisões um e de o outro, no entanto não deixando de poder ser demonstrada a opinião do que quer que seja relativamente a quaisquer assuntos. Isto é com certeza uma boa política se assim for aplicada, passa-se que muitas vezes não o é, deparo-me com uma sociedade em que vigora em determinados aspectos o laicismo e não a laicidade. E o que quero eu dizer com isto? Acontece que o laicismo é uma coisa diferente, esta maneira de “pensar” não olha à opinião da igreja, ou seja, nem sequer a assume como uma opinião que possa ser discutida. Estamos assim a por estado e igreja em duas esferas particulares que não devem sequer contactar, o que é um erro! Deve haver entre estas um contacto que permita um enriquecimento de ambas as partes.
Acabo referindo que é sem duvida essencial que estado e igreja estejam separados, no entando deve-se promover o diálogo tendo em conta que os dois têm um papel fundamental na sociedade.

Domingos Perloiro

2 comentários:

Ana Garcia disse...

É desejável que se promova o diálogo entre o Estado e a Igreja (e aqui falo num sentido mais abrangente do que apenas a Igreja Católica), como é desejável todas as instituições com mais ou menos "fiéis" e todas as pessoas singulares sejam ouvidas pelo Estado.
Passámos de um tempo em que a Igreja monopolizava a sociedade, para um tempo em que esta perdeu uma importância significativa em termos oficiais e este cenário pode, de facto, levar à indignação e a questões como esta.
Mas penso que a questão fulcral é o papel do Estado em relação ao diálogo com a sociedade em geral e a intolerância ao mesmo. E aqui questiono se não estaremos a viver uma regressão. Em que direitos básicos como o de opinião começam a ser uma utopia imposta por quem está no poder; em que se usam os meios de comunicação e afins para intimidar de forma subtil, para formatar opiniões... Com o fim de que não se questione nada e com a meta do conformismo.

Manuel Cotovio disse...

Seria interessante discutir esta temática numa das aulas, se houver oportunidade.