sábado, 15 de outubro de 2011

PCP- Um partido do passado, presente e...futuro?













O Partido Comunista Português (PCP), é um partido político de esquerda cuja organização é baseada no centralismo democrático, característica dos partidos marxistas-leninistas.

Fundado em
1921, o PCP é um dos partidos mais antigos e com mais história e que, ainda hoje continua activo. Teve um papel fundamental na oposição ao regime ditatorial conduzido durante muitos anos por António de Oliveira Salazar. Naquela altura, o PCP, apesar de clandestino e ilegalizado, era o partido mais bem organizado e mais forte na oposição, o que fez com que os seus membros vivessem clandestinamente sob a ameaça de serem presos, torturados ou mesmo assassinados pela PIDE.

Após o fim da ditadura, em 1974, com a revolução dos cravos, o partido tornou-se numa principal força política do novo regime democrático, principalmente na classe dos trabalhadores, e continua popular em vastos sectores da sociedade Portuguesa, nomeadamente nas áreas rurais do
Alentejo e Ribatejo e áreas industrializadas como Lisboa e Setúbal, onde lidera vários municípios.

Desde 1976 o
Partido Comunista Português ganha todas as eleições autárquicas, legislativas, europeias ou presidenciais no concelho de Avis.

Avis é uma vila portuguesa
no Distrito de Portalegre, região Alentejo e sub-região do Alto Alentejo, É constituída por 8 freguesias. A questão que se coloca, é o porquê de tanta insistência e preferência da população deste concelho habitado na sua totalidade por 5007 habitantes, por este partido?

Nos anos quentes que se seguiram ao 25 de Abril, quando, no concelho se lutava por um pedaço de Terra para cultivar e lutar contra a fome, os comunistas foram os únicos que ficaram do lado dos trabalhadores instalando em Avis uma das mais importantes Unidades Cooperativas de Produção do país, A COOPERATIVA PRIMEIRO DE MAIO, que levou a cabo nesta região grandes plantações. Com a instalação desta cooperativa, praticamente não havia desemprego no concelho e foi graças a ela que surgiu o primeiro supermercado, e, por consequência mais postos de trabalho surgiram. Por arrastamento, surgiram também as primeiras creches, que acolhiam os filhos dos que trabalhavam na cooperativa. Trabalhadores esses que, no momento, constituem a maior parte da população e dos eleitores do concelho. Esta cooperativa já não existe, mas tudo o que ela arrastou consigo, todo o progresso que trouxe ao concelho, ficaram decerto marcados na memória da terra.

Mas, segundo os responsáveis comunistas, não é só no passado e nas memórias das gentes mais velhas da terra que se encontram as explicações para as vitórias eleitorais. O contacto com o povo e os eleitores é essencial, o facto de todas as reuniões, comícios e festas serem abertos ao público e para o público, a maneira como os comunistas realizam a campanha eleitoral constituem factos que jogam a favor da vitória do partido.

O partido comunista sempre levou avante os seus ideais e sempre teve um peso enorme no concelho de gente mais velha, mas será que os jovens, a nova geração de eleitores, se deixa “encantar” pelas memórias e histórias dos seus avós, os trabalhadores da já inexistente cooperativa?
Avis foi foi e é um concelho comunista. Mas o que será que o futuro traz a esta população? O que pensam os jovens sobre os ideais deste partido?



Uma coisa é certa, o título já ninguém lho tira: Avis é sem dúvida, o concelho mais vermelho de Portugal.

4 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Não esquecer:

Nos anos quentes a seguir ao 25 de abril, não sei bem porque razão, mas roubaram-se muitos pedaços de terra aos seus proprietários!

Sebastião P. disse...

Verdade seja dita!

Manuel Cotovio disse...

O comunismo enquanto sistema político é algo que não me fascina minimamente, embora pense que este partido tem feito um trabalho importante a nível autárquico, claro que nunca instaurando o verdadeiro comunismo. Têm conseguido desenvolver pequenos concelhos e criaram muitas infraestruturas para servir a população.

Contudo, aquilo que o Domingos Perloiro referiu é também uma grande verdade. Apesar do facto de que os trabalhadores rurais tinham muito poucos direitos e más condições de trabalho, aquilo que o PCP tentou fazer também não foi nada correcto, pois acabaram por fazer algo muito, mas muito pior, a que se chama roubo.

Não convém também esquecer que a seguir ao fim de uma ditadura fascista estivémos a um curto passo de entrar numa ditadura comunista, inspirada na URSS