quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Um país Envelhecido

Já reparámos todos no estado deste país. Todos os dias vemos o notíciario, e com ele todas aquelas peças referentes a novos problemas que surgem em território luso. Eis uma notícia que em tempos causou dores de cabeça ao estado e hoje em dia quase que caiu em esquecimento devido à "invasão" de imigrantes no nosso país.
Falo pois do envelhecimento da população portuguesa. Se remontarmos aos anos 60/70, podemos dizer que se verificou um rejuvenescimento da população. De certo que não foram tempos áureos, mas permitiram à população portuguesa gerar mais e mais população. Tudo bem, na década seguinte, uns mil a mais, uns mil a menos e a população foi-se renovando. Mas olhemos agora para a década de 90. Não podemos dizer que o país se enterrou num clima de crise, que de algum modo influência a taxa de natalidade de um país, mas a verdade é que foi nesta década que começou um clima de "recessão" em relação à taxa de natalidade. Políticas como a influência ao uso do preservativo levaram a que o caso se agravasse.
Recordemos que quem estava à frente do "governo" era Jorge Sampaio e Guterres era o primeiro ministro. As suas políticas socialistas levaram a que as famílias começassem a ter menos dinheiro, recursos para sustentar mais pessoas no seu núcleo. Depois do seu mandato mais primeiros ministros vieram e nada de resultados positivos.
Entrámos no novo milénio, e verificámos ( e de acordo com o INE ) que nos anos futuros a taxa de pessoas idosas viria a ser superior a à taxa de natalidade. Era um facto que preocupava os políticos, mas nada de mais foi adiantado. Novas políticas foram tomadas e para além do clima de crise saíram novas leis de acordo com as licenças de maternidade, tanto para as mamãs como para os papás. As mães saíram prejudicadas e os pais beneficiados, o que no caso podemos dizer que é um "pau de dois bicos" pois, sem mães os bebes não têm "alimento natural", mas com a presença do pai em casa as mães já podem ir trabalhar mais cedo e claro, um pouco mais descansadas.
Logicamente e com algum bom senso, em algumas mais regiões mais afectadas, autarcas resolveram subsidiar os casais com mais filhos. Foi uma acção vista com bons olhos, mas não teve precedentes de maior.
Em modo de conclusão, digo que o nosso país está num estado caótico, poucas coisas vão melhorar o pior a que chegámos. Não há dinheiro, emprego, produção, pessoas e com isso tornámos-nos um país com mais de 35% de idosos, uma pequena percentagem produz para que estes tenham um "final" de vida digno de acordo com os anos de trabalho já prestados. Cabe-nos continuar o seu trabalho, mas sem "sangue novo" para isso, pergunto: Até quando irá o nosso país sustentar tanto a falta de novos como o excesso de velhos?

4 comentários:

Tiago P. Nunes disse...

Concordo plenamente que a falta de juventude é um problema gravíssimo que nos afecta a todos. Concordo com quase todo o que disseste apenas acho absurdo culpares o Dr. António Guterres pela diminuição da taxa de natalidade já que na altura não se vivia pior do que se vive agora, as pessoas tinham emprego, e o Sr. 1º ministro da altura só deu mais tempo aos pais para estarem com os filhos, acho que isso não tem mal nenhum já que os pais tem tanto direito a estar com os filhos como as mães. O que actual governo tem que fazer é aplicar politicas natalistas...pois isso já toda a gente sabe, e porque é que não se aplica estas leis? Porque estas leis custam dinheiro, dinheiro que o mundo não tem, e o pouco que tem terá obviamente a ser gasto em coisas mais importantes como a criação de novas empresas e ajudar as que estam em risco de falir.

João Vinha disse...

A taxa de natalidade e um factor importante, inquestionavelmente. Aliás, tu demonstra-lo ao longo do texto. No entanto eu penso que, tal como o sr. Tiago Nunes enunciou anteriormente, que a baixa taxa de natalidade esta directamente relacionado com a crise que se vivia na altura. Se reflectir sobre o assunto verá que tudo gira à volta da crise (neste caso) ou estabilidade financeira de cada pais. 1ºé necessário assegurar condições de vida aos que já existem, sendo necessário relegar as politicas natalistas para segundo plano. O governo não pode disponibilizar fundos que não tem. Portugal ao entrar para a União Europeia comprometeu-se a cumprir os requisitos do pacto de estabilidade económica (peso da divida inferior a 60% do PIB, défice orçamental inferior a 3% do PIB...), sendo que factores como a natalidade ou a mortalidade não são considerados tão relevantes como estes.
Um dia, quando a situação de calamidade económica a nível mundial se alterar, acho que devem ser tomadas medidas relativas a taxa de natalidade, como por exemplo: Atribuição de subsídios por numero de filhos, promover a povoação de aldeias praticamente inabitadas (através da atribuição de casas, por exemplo) etc. Mas não agora, este não e o momento certo para tal.

João Vinha

João Simas disse...

Os estudos demográficos são essenciais. O problema do envelhecimento está a afectar toda a Europa com muitas consequências sobre o futuro desta. O caso particular de Portugal é que passou muito rapidamente (quando se fala nestes termos há que ter em conta que estamos a tratar de décadas) de uma população jovem para uma população envelhecida, sobretudo no interior.
Seria interessante estudar os efeitos e propor medidas para efectuar a mudança, isto é se vale ou não a pena estimular o crescimento da população e se esse crescimento se faz com mais crianças nascidas no país ou à custa dos imigrantes.
Tem que se ter em atenção que estas mudanças nos comportamentos não se fazem apenas durante um mandato de um governo.

João Simas disse...

Continuando.
Há países onde se estimula a natalidade com:
- menor contribuição autárquica para famílias maiores;
- redução de impostos para essas famílias;
- redução das taxas sobre a água, electricidade etc.
- redução de impostos em viaturas;
- redução de propinas e aumento de bolsas de estudo
- estímulo ao arrendamento de casas para jovens
- creches e infantários
...
O que é que se ganha com isso?
Só em termos económicos, isto vai permitir a renovação de gerações e que os novos paguem as reformas da geração anterior, por exemplo.
Tudo isto tem que ser pensado a médio e longo prazo.
Sem renovação de gerações terá que se "importar" imigrantes.E a tendência destes é copiar o mesmo modelo demográfico, o que levará mais tarde ao mesmo problema.