quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O desemprego e as medidas anti-crise

No passado fim-de-semana o Conselho de Ministros Extraordinário reuniu-se para estudar medidas de incentivo e estímulo à economia para o próximo ano. Em consequência disso, foi aprovado um pacote de medidas para combater a crise no valor de cerca de 2180 milhões de euros, o que representa 1,25% do PIB nacional. Este plano está direccionado a três grandes áreas: emprego, empresas e investimento público, sendo para o governo prioridade as medidas relacionadas com o emprego, ou melhor a falta dele. É proposta a redução de 3% das contribuições a cargo do empregador, em micro e pequenas empresas para trabalhadores com mais de 45 anos e serão apoiados 513 mil trabalhadores; apoio a empresas em redução temporária de actividade para qualificação; redução em 50% das contribuições na contratação, a termo de desempregados com mais de 55 anos. Ainda não há “números” para o desemprego em 2009 com e sem aplicação destas medidas.
Esperemos que este pacote de medidas anti-crise seja eficiente e possível de concretizar, especialmente em relação ao desemprego que, segundo estatísticas do INE, só no 3º trimestre de 2008 atingiu 433,7 milhares de pessoas em Portugal. Visto que o emprego é um dos factores que influenciam a nossa sociedade e dele depende o poder de compra das famílias e garante a existência das mesmas, penso que também seria importante constar nestas medidas a melhoria de salários e pensões, acima da taxa de inflação prevista para 2009. Este aumento dos rendimentos iria estimular o consumo e aumentar o poder de compra das famílias portuguesas que, dos 15 países da zona euro, são as que têm menos poder de compra.

Todas as medidas anti-crise apresentadas podem ser consultadas no portal do governo: http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT e os dados estatísticos no site do Instituto Nacional de Estatísticas: http://www.ine.pt

1 comentário:

João Simas disse...

Iremos ver até que ponto as medidas podem atenuar uma crise que pode perdurar por alguns anos.
As crises nunca são iguais mas vale a pena pensar nas medidas que foram tomadas após 1929.
Parece que Keynes está outra vez na moda e Marx a ser novamente estudado.