Como se sabe, entre o final
do ano que passou e o início do ano presente os casos de mortes nas urgências
dos hospitais portugueses foram demasiados. Porém o número de casos deste tipo
poderá ser bem maior do que aqueles que foram noticiados nos órgãos de
comunicação social. Mas a que se deverá este crescendo de óbitos no Sistema
Nacional de Saúde do nosso país?
As urgências dos hospitais
existem para o atendimento rápido das situações de risco para a saúde, pelo que
é claro que quanto mais grave for a situação clínica mais rapidamente os
pacientes devem ser atendidos, por isso desde o ano 2000 que em Portugal as
urgências hospitalares se regem pelo STM, Sistema de Triagem de Manchester. Este
sistema permite classificar a gravidade da situação de cada doente que recorre
ao Serviço de Urgência, tratando-se de um modelo que hierarquiza essa mesma gravidade
em cinco níveis representados por cinco cores, que vão do vermelho,
correspondendo aos doentes que devem ser tratados em primeiro lugar, ao laranja,
para os segundos, o amarelo, para os terceiros, o verde, para os quartos, e,
finalmente, o azul para os quintos. Em Manchester, onde o STM teve origem, este
sistema contribui para acabar com os problemas até então existentes nas
urgências e o sistema em si pode chegar a apresentar graus de eficiência
superiores a 90 por cento, dois aspetos que não se verificam atualmente no
nosso País. Este facto deve-se ao não cumprimento do STM e à má organização das
urgências dos hospitais portugueses, o que culminou, como já foi referido, na
morte de muitos pacientes que deram entrada nos Serviços de Urgência no estado
máximo de gravidade, alguns deles falecendo após longas horas de espera nos
corredores desses serviços. Até agora ninguém se responsabilizou por tais factos,
o que já é habitual no nosso país, onde a culpa já se acostumou a “morrer
solteira”. A meu ver, estes acontecimentos justificavam uma responsabilização
política e a saída do ministro que está à frente do ministério da saúde e,
consequentemente, da sua equipa, pois trata-se de algo alarmante para o país, e
se não forem tomadas verdadeiras medidas, esta “saga” poderá ter
continuação. Acima de tudo estamos a falar de Vidas de pessoas inocentes, que
viram a sua chegar ao término, por mera incompetência.
3 comentários:
Um tema interessante e que deveria ser mais falado. Acho que no entanto, muito a culpa do que se passa nas urgências é da falta de enfermeiros e médicos mas nada "desculpa" a morte ou as horas "perdidas" numa sala de espera de qualquer que seja o Hospital. Supostamente com a pulseira verde, só se deve esperar umas duas horas, no entanto há quem tenha estado lá mais do que 12 horas, à espera de ser atendido. É lamentava esta historia, e triste para um pais que a maioria da população é idosos, e que estes merecem ser tratados com uma atenção especial. Acho que este é um tema que deveria ser mais debatido.
Considero um tema bastante interessante, pois nestes últimos dias tem-se abordado com alguma frequência este tópico.
Cada vez mais doentes morrem nas urgências por falta de atendimento e profissionalismo, cada paciente obedecendo à cor da pulseira deve ser atendido de forma cuidadosa e rápida.
Pacientes que entram nas urgências em estado grave devem ser rapidamente examinados e tratados, não se pode deixar um sujeito morrer num corredor do hospital como se de um objecto se tratasse.
Como o Gonçalo disse “Acima de tudo estamos a falar de Vidas de pessoas inocentes, que viram a sua chegar ao término, por mera incompetência.” Pessoas inocentes que por falta de médicos, quartos, medicamentos ou até mesmo profissionalismo morrerem por falta de medidas.
Isto reflecte as políticas desastrosas que os nossos responsáveis políticos tem tido nos últimos anos, colocaram o país, na mão do grande lucro, mas cada vez mais existe uma consciência de preocupação para a mudança, mas para existir mudança todos temos que unir forças e lutar para o bem de todos e não só de feudos medievais.
O Serviço Nacional de Saúde era, até há pouco tempo, considerado objetivamente como um dos melhores do mundo. Portugal conseguiu índices, como o da mortalidade infantil, muito melhores que alguns dos países mais desenvolvidos como os EUA. É preciso refletir sobre o que está a acontecer e tomar medidas.
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