quinta-feira, 5 de março de 2015

Grécia - Será possível a recuperação?

Passado pouco mais de um mês das eleições, que consagraram Alexis Tsipras e o seu Syriza como o novo rosto da Grécia, podemos afirmar com toda a convicção que este homem e o seu partido pretendem realmente romper com a austeridade que se verificou no país durante 5 anos a fio. Mas esta pretensão só poderá passar a realidade se todos os membros da União Europeia, incluindo Portugal, se unirem em torno dos princípios que estiveram na origem da sua criação, ou seja, promover a paz no continente europeu, a coesão, a solidariedade entre Estados e o desenvolvimento e bem-estar equitativo da população da Europa, caso contrário, se ficarem sozinhos numa luta desigual, Tsipras e o Syriza poderão falhar aqueles que são os seus objetivos.
E para mostrar que a vontade de acabar com o período austero vai para além de meras palavras, o primeiro-ministro e líder da coligação governamental com os Gregos Independentes já anunciou que vai apresentar na próxima segunda-feira uma medida legislativa para conceder casa a 30 mil pessoas sem-abrigo e eletricidade gratuita a outros milhares de pessoas que vivem em situação de pobreza. Na próxima semana, o Executivo de Tsipras conta ainda aprovar nova legislação para impedir despejos (de primeiras habitações), melhorar as condições para os contribuintes resolverem dívidas ao fisco e à Previdência, prevendo também reunir informação sobre os suspeitos de evasão fiscal.
O interesse do Syriza converge com o interesse da União Europeia: salvar a moeda, salvar a União Europeia solidária, justa, promotora do bem-estar dos europeus, independentemente da sua condição, preservar a paz e a equidade entre os povos, respeitando as diferenças, na procura da união monetária, fiscal, social e cultural, é este o interesse de todos e de cada um dos membros da UE. Se assim não for, deixa de fazer sentido falar em União Europeia.

Creio que os líderes europeus que não tiverem a coragem de ouvir e negociar com a Grécia e, em vez disso, a excluírem, podem estar a contribuir não só para o desastre do povo grego, mas também do resto da Europa.


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