terça-feira, 17 de março de 2015

O aborto em Portugal

Nos dias que hoje correm, há determinados assuntos dos quais existem opiniões diferentes, opiniões essas que muitas das vezes nos levam a argumentações com colegas e até familiares.
Um desses assuntos, é o aborto, e se é ou não um ato que deve ser levado a cabo pelas mulheres que não queiram realmente o bebé.
Em Portugal, o aborto foi legalizado em 2007, dando às mulheres a opção de abortarem até à sua décima semana de gestação, independentemente dos motivos que as levem a querer tomar esse caminho.
Como pessoa racional que sou, mantenho duas opiniões opostas no que toca ao aborto, sendo que, em alguns pontos sou a favor, assim como noutros sou contra.
Sou a favor de que seja feito um aborto, caso (atenção), uma mulher sofra uma violação, que tenha um problema grave de saúde, como muitas sofrem, que as impeçam de levar a gravidez para a frente, acabando por muitas vezes poder resultar na sua própria morte, ou então que saiba que não tem condições para sustentar a criança.. noutros caso sou totalmente contra, no que toca a mulheres que têm a perfeita noção dos métodos contracetivos que hoje existem, sendo eles uma vasta variedade, e que têm o efeito que prevenir gravidezes indesejadas.
Mas aí deparo-me perante uma questão que provavelmente não serei a única a colocar: se não querem um bebé, porque não tomam as precauções necessárias?
Vivemos num século onde já não é aceitável ouvir-se alguém dizer que não faz a mais pequena das ideias de que há métodos contracetivos que ajudam na prevenção de gravidezes indesejadas, portanto, não aceito, de qualquer maneira possível, que uma mulher aborte, sabendo que poderia desde o início prevenir-se!
Vejo casos de mulheres que sonham em ter um filho e não conseguem, e tentam de todas as maneiras e mais algumas preencher esse espaço que lhes falta, sem sucesso, enquanto que outras se limitam a acabar com uma futura vida, só porque não quiseram usar métodos contracetivos para obterem mais prazer, ou simplesmente porque acharam que não iria acontecer um acidente assim.
Desde de que a lei sobre a aprovação do aborto foi aceite, efetuaram-se cerca de quase 100 mil abortos em Portugal, sendo o ano de 2011 o ano em que se efetuaram mais abortos, num número de 20.480. A partir de 2012, o número de abortos tendeu a diminuir, e Portugal encontrava-se abaixo da média europeia.
De acordo com a notícia dada pelo Notícias ao Minuto, embora o número de abortos tenda para diminuir, ainda são frequentes os casos de mulheres que recorrem ao procedimento.
O DN, reconhece que em 2012, cerca que 20,4% das mulheres já tinham efetuado a interrupção uma vez, 4.3% já interromperam por duas vezes, 1.5% já tinha feito duas ou três vezes, e 1.7% tinha feito uma interrupção nesse mesmo ano.
 

1 comentário:

João Simas disse...

É necessário rever algumas imprecisões de linguagem que inquinam este tema. A questão é a interrupção voluntária da gravidez e não o aborto. Até porque nenhuma mulher gosta de abortar. Além disso o problema não é só dela. O problema também é inquinado por pessoas que dizem uma coisa e fazem outra. Os dados estatísticos (possíveis, visto que as pessoas não querem falar do assunto, o que é compreensível)mostram que há uma grande diferença entre os que são contra e a realidade dos factos. O problema já foi discutido na Assembleia da República, já houve um referendo inconclusivo e, mesmo em alguns partidos, houve liberdade de voto, com diferentes posições dentro de alguns partidos. O problema é também social e cultural e nem todos (ou todas) têm o mesmo acesso à cultura, nem todos vivem em famílias estruturadas ...
Mas o problema existe e não dá para "esconder a cabeça na areia".