quarta-feira, 26 de novembro de 2014

“Una-se pelo fim da violência contra as mulheres” - ONU

Nos primeiros seis meses de 2014 morreram 24 mulheres, vitimas de violência doméstica. Um estudo que a ONU fez diz-nos que 7 em cada 10 mulheres no mundo, foram ou são vitimas de violência doméstica. Mas afinal o que leva um marido cometer violência ou um homicídio, à mulher que prometeu cuidar, tratar, amar, ser fiel, fazê-la feliz (?) Pois bem, na minha opinião há vários motivos, mas nenhum me aparece socialmente e pessoalmente aceitável. 

A mulher há uns anos atrás era tratada como uma "coisa", um objecto, sem significado, houve e há homens que até pagaram/pagam dotes para se casarem com uma mulher. A mulher também era vista como um objecto sexual e algo (chamo-lhe algo, porque não era tratada com dignidade) e que só tinha como função fazer as lides da casa. Por esta triste realidade ter existido, e por haverem ainda homens em pleno século XXI com uma mentalidade muito atrasada para a atualidade em que vivemos, é que existem crimes sem sentido, como estes. 

Há homens que hoje em dia, não aceitam que as mulheres se vistam com saias/vestidos, blusas decotadas, como também não aceitam o facto de a mulher trabalhar e por o dinheiro, juntamente com ele, em casa para alimentar a sua família. A realidade mudou e a mulher começou a ganhar a partir do seculo XIX, um valor na sociedade. E qual a razão afinal por isto ter chegado tão tarde? A mulher é um ser, igual ao homem. Visivelmente mais frágil e sensível, mas com tantos direitos como o homem. Se o homem não aceita a mulher em igualdade perante a lei, na sociedade e noutros tantos aspectos, como podemos respeitar então nós mulheres, os homens? 

A violência entre o casal começa quando existe uma violência verbal, ameaças, violência sexual, agressões físicas, entre outras coisas e quem pratica (na maioria dos casos) é o homem, ou até namorado e o crime acontece, com o excesso destes comportamentos e situações, anormais, que leva o homem a sentir-se poderoso em fazê-lo. Há vários tipos de crimes, e um deles é o crime pela a honra. A honra é algo que os homens gostam de ter. Um homem que não se sente honrado, não se sente homem. Estes casos de violência acontecem por exemplo, a mulher ter pedido o divórcio, a mulher ter cometido adultério, ter tido relações sexuais ou gravidez fora do casamento e o crime é cometido para "não manchar o nome da família". 

Outro tipo de crime é associado à mulher recusar-se a ter qualquer tipo de relacionamento intimo com o homem e o que acontece, é violações, assassinatos, entre outros... 

Mas há outras razões para se cometer um crime, como os ciumes, a falta de compreensão do marido, os desentendimentos que levam anos entre o casal. Mas nenhuma destas razões são aceitaveis para se tirar a vida de outra pessoa. 

A ONU lançou seis maneiras de combater ao feminicidio (É o termo utilizado para designar a violência contra a mulher, que pode ou não levar à morte.), vou passar a citar:

"- Reforçar a vigilância e rastreio de violência por parceiros íntimos (...)

 - Certificar e sensibilizar profissionais de saúde (...)

 - Certificar e sensibilizar policias : junto de entidades de proteção às crianças, a polícia é o principal serviço que pode dar suporte às menores afetadas pelo feminicídio

 - Aumentar a prevenção e pesquisa de intervenção: segundo a OMS, esta é a melhor maneira de reduzir o feminicídio no mundo, pois intimida a violência de parceiros. Entender como os crimes acontecem torna o trabalho de prevenção mais fácil

 - Reduzir a posse de armas e fortalecer as leis sobre armas: o risco de morte entre as mulheres vítimas do feminicídio cresce três vezes quando existe uma arma em casa

 - Reforçar a vigilância, investigação, leis e consciência de assassinato em nome da "honra" (...)"

(Estas seis maneiras de combater ao feminicidio foram retiradas apartir de um site brasileiro http://noticias.terra.com.br/mundo/violencia-contra-mulher/


Mafalda Alegria - LH1

2 comentários:

Unknown disse...

A violência doméstica é um crime que tem vindo a ser cada vez mais comum. Em 2013 a percentagem era de 84,2%, segundo a APAV. Ultimamente ouve-se falar muito neste tema, devido ao número de assassinatos de mulheres em Portugal, que tem vindo a aumentar. Foi importante este texto que publicaste e seria interessante discuti-lo numa aula.

João Simas disse...

Então preparem-se para discutir. Em Portugal continuam a aumentar os números e provavelmente porque há mais vítimas a queixarem-se e não por o problema ser menor antigamente. Na História também há retrocessos. Por exemplo, num país como o Afeganistão há umas dezenas de anos as mulheres tinham mais liberdade do que hoje.