Quando as coisas não estão fáceis
para qualquer país a população exige que “quem manda” se demita, pois está a
tornar a situação pior do que ela se encontrava. Na realidade, toda a gente se
queixa mas quando chega o momento de decidir, um número significativo de
população não participa. A desculpa é “são todos iguais, uns mentirosos”.
Na realidade a demagogia existe
em toda a parte, mas também existem partidos em toda a parte. Cada partido tem
uma filosofia, cabe aos cidadãos, à partida conhecedores da realidade de cada
partido e informados das medidas que estes pretendem tomar para o próximo
mandato, escolher a filosofia com que mais se identificam, para que esta possa
por em prática as suas ideias e tentar por o país para a frente.
Embora os números tenham vindo a
alterar-se, parece-me que a população não leva as eleições como um ato sério,
contribuinte para a vida de todos nós. Vejamos:
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Nas eleições legislativas de 2011 a abstenção
foi de 41.1%. Dos 9.429.024 eleitores inscritos apenas 5.554.002 votaram. Em 1975 a abstenção foi
apenas de 8.34% dos eleitores. Já em Setembro de 2009 as abstenções estavam
nos 40.32%.
As abstenções, como
comprovado pelos números a cima transcritos, têm vindo a aumentar, mas também é
comum um eleitor deslocar-se às urnas para escrever o nome do presidente do seu
clube desportivo no respetivo boletim de voto, ou colocar a cruz fora do
quadrado, entrando assim na percentagem de votos nulos.
Na minha opinião os votos
em branco são a mais sincera manifestação que nenhuma política apresentada
satisfaz o cidadão. Deste modo a população não é tida em conta como
desinteressada pelos assuntos do país, pois tem a consciência que deve votar,
como um ato que deve ser levado a sério e não como uma brincadeira, pois “os
que estão lá também estão a brincar”.
Sinto que se devia apelar
mais ao voto como uma necessidade e como sinónimo de concordância para com
aqueles que tomam as decisões. Talvez se devesse aproveitar mais o poder da
internet e das redes sociais para apelar a ida às urnas e fazer publicidade
mais cativante nas televisões e rádio, para que as pessoas se sintam mais
cativadas a participar na vida política do país.
2 comentários:
Concordo com o teu ponto de vista. Acho que, se a população realmente quer assistir a uma mudança, é necessário exercer o direito de voto. Votar nulo, ou branco, em tom de revolta ou descontentamento para com os candidatos, se for esse o caso, mas votar. Afinal, o direito de voto foi tão desejado e agora que é aplicado a todos de igual forma é tão desvalorizado...
Ainda hoje aparecem a votar pessoas idosas que mal sabem ler mas demonstrando um espírito cívico e comoção até porque durante dezenas de anos não puderam votar nem falar nem ...
Uma democracia não subsiste sem uma opinião pública informada e cidadãos participantes.
Já agora uma nota: diz-se abstenção porque abstinência é, por exemplo abster-se de comer.
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