sexta-feira, 21 de novembro de 2014

É (quase) tudo uma questão de voto


Quando as coisas não estão fáceis para qualquer país a população exige que “quem manda” se demita, pois está a tornar a situação pior do que ela se encontrava. Na realidade, toda a gente se queixa mas quando chega o momento de decidir, um número significativo de população não participa. A desculpa é “são todos iguais, uns mentirosos”.

Na realidade a demagogia existe em toda a parte, mas também existem partidos em toda a parte. Cada partido tem uma filosofia, cabe aos cidadãos, à partida conhecedores da realidade de cada partido e informados das medidas que estes pretendem tomar para o próximo mandato, escolher a filosofia com que mais se identificam, para que esta possa por em prática as suas ideias e tentar por o país para a frente.

Embora os números tenham vindo a alterar-se, parece-me que a população não leva as eleições como um ato sério, contribuinte para a vida de todos nós. Vejamos:

·        Nas eleições legislativas de 2011 a abstenção foi de 41.1%. Dos 9.429.024 eleitores inscritos apenas 5.554.002 votaram. Em 1975 a abstenção foi apenas de 8.34% dos eleitores. Já em Setembro de 2009 as abstenções estavam nos 40.32%.

As abstenções, como comprovado pelos números a cima transcritos, têm vindo a aumentar, mas também é comum um eleitor deslocar-se às urnas para escrever o nome do presidente do seu clube desportivo no respetivo boletim de voto, ou colocar a cruz fora do quadrado, entrando assim na percentagem de votos nulos.

Na minha opinião os votos em branco são a mais sincera manifestação que nenhuma política apresentada satisfaz o cidadão. Deste modo a população não é tida em conta como desinteressada pelos assuntos do país, pois tem a consciência que deve votar, como um ato que deve ser levado a sério e não como uma brincadeira, pois “os que estão lá também estão a brincar”.

Sinto que se devia apelar mais ao voto como uma necessidade e como sinónimo de concordância para com aqueles que tomam as decisões. Talvez se devesse aproveitar mais o poder da internet e das redes sociais para apelar a ida às urnas e fazer publicidade mais cativante nas televisões e rádio, para que as pessoas se sintam mais cativadas a participar na vida política do país.

2 comentários:

Maria disse...

Concordo com o teu ponto de vista. Acho que, se a população realmente quer assistir a uma mudança, é necessário exercer o direito de voto. Votar nulo, ou branco, em tom de revolta ou descontentamento para com os candidatos, se for esse o caso, mas votar. Afinal, o direito de voto foi tão desejado e agora que é aplicado a todos de igual forma é tão desvalorizado...

João Simas disse...

Ainda hoje aparecem a votar pessoas idosas que mal sabem ler mas demonstrando um espírito cívico e comoção até porque durante dezenas de anos não puderam votar nem falar nem ...
Uma democracia não subsiste sem uma opinião pública informada e cidadãos participantes.
Já agora uma nota: diz-se abstenção porque abstinência é, por exemplo abster-se de comer.