quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A ascensão da extrema-direita na Europa

 Antes de findar o mandato Durão Barroso, ainda na qualidade de Presidente da Comissão Europeia apelou a processo no sentido de mobilização dos partidos anti-União Europeia, incentivando assim, as pessoas a não apoiarem esses partidos:“Mantermo-nos unidos como europeus é indispensável para que a Europa dê forma a uma ordem global em que possamos defender os nossos valores e interesses.”

 A vitória da extrema-direita nalguns países está a inquietar os líderes da União Europeia, pois estes desenvolvimentos podem condicionar a ação dos partidos europeus. A ascensão da extrema-direita parece estar a generalizar-se perante a Europa, após ter sido, talvez a principal vencedora nas últimas eleições europeias, mais recentemente o partido de Marine Le Pen conseguiu eleger dois senadores, pela primeira vez, no Senado Francês.

 Este facto inquieta nações… O facto da herança histórica que ainda hoje a Europa carrega, repleta de mazelas de duas grandes guerras, a segunda ativada por potências extremistas ainda não foi esquecida. A aparência democrática que pretendem transmitir, esconde talvez a intenção de subverter as bases de todas as democracias do estilo ocidental.
 Uma europa tão frágil como a que vemos hoje, não deve dar azo à queda num extremismo, aliás a necessidade de unificação da Europa e a sensibilização para os eleitores e nesse sentido também para os povos europeus tem mesmo de consciencializar as pessoas. O facto da descredibilização dos partidos, ditos “tradicionais” e dos seus políticos e até a elevada taxa de abstenção, não se podem reparar sem a consciencialização do voto e não se quer com isto dizer que o voto na extrema-direita não foi pensado… O facto de se votar já é em si uma grande vitória para combater a abstenção, porém deve ser ponderado, não deve ser por um dogma, por coação ou porque “apetece”.

 Os dados das taxas de abstenção (especialmente nas europeias) dão conta do aumento, nesse sentido convém frisar que no caso do gabinete europeu português, se promoveram campanhas de sensibilização focando-se na sociedade civil e sua voz, porém mesmo assim a taxa de abstenção foi mais elevada que em 2009. E convém também referir que estas teriam mais importância que as de 2009, pois nestas os deputados eleitos iriam decidir o novo líder da Comissão Europeia, ou seja que os eleitores acabariam por votar diretamente na escolha de um orgão executivo da UE, com poderes legislativos e de implantação de leis.
 
A ascensão é grave para a Europa, que por essa razão convém recordar o séc XX, que mais parece história de “ontem” mas que muito rapidamente se pode tornar uma história de “hoje”.

2 comentários:

Raquel Cetra disse...

E Mariana Morgadinho.

João Simas disse...

A democracia não é um regime definitivo; existe quando há uma opinião pública informada e cidadãos ativos. Não foi assim há tanto tempo que houve regimes que suprimiram as liberdades e cometeram genocídios. Estas últimas eleições europeias devem fazer despertar consciências que levem a que as pessoas vejam que os outros também são cidadãos e contribuem para esta Europa...