segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Lamentação

É pena que o povo português seja, uma vez mais, inconsciente. Uns votam por simpatias, outros votam sem fundamento, outros por partido e a maioria, abstem-se.
Fundamento a minha última afirmação, apresentando o exemplo de uma habitante da aldeia de Isna, concelho de Oleiros, distrito de Castelo Branco. Maria de Lurdes Cardoso, viúva e com 73 anos, não sabe ler mas vota pela fotografia. Apenas conhece as caras de Manuel Alegre e de Cavaco Silva e diz que lhe basta. Enfim, exerce o seu direito mas incorrectamente…
O que se passou nestas eleições presidenciais não se tratou de optar pela estabilidade política como disse o nosso primeiro ministro, José Sócrates. Tratou-se, sim, de indiferença e falta de consciência. A verdade é que os portugueses estão descontentes e não vêm as suas mãos como meio para mudar o rumo do país. Os políticos caíram em descrédito.
Cerca de 53% da população portuguesa não votou, a taxa mais alta desde 1976. Ainda que desanimados, é uma vergonha. O sufrágio nem sempre foi um direito, muito menos universal, e agora que podemos usufruir dele, abstemo-nos?!
Através do voto podemos ser ouvidos, concordo com António, também habitante da aldeia de Isna, , quando diz: "Se não votarmos, somos esquecidos".
É necessário mostrarmos que estamos activos e que nos preocupamos com o nosso futuro e com o futuro do nosso país e descendentes.
No entanto, fico reticente, a verdade é que se registaram alguns problemas quanto aos votos por causa do cartão de cidadão, alteração do número e/ou local de voto…
Não tenho conhecimentos suficientes para me colocar numa posição política (esquerda, centro ou direita) e muito menos acho que os políticos tenham credibilidade suficiente para que eu abra a boca para falar bem de algum mas a verdade é que ainda assim, tinha uma inclinação para o candidato Fernando Nobre.
Não vou entrar em detalhes quanto à vida e obra do candidato pois não me parece relevante, agora após a sua derrota, fazer referências pormenorizadas e também para que não se torne repetitivo.
A vida e obra de Nobre, mostram claramente o gosto e preocupação que te em ajudar o próximo.
Como candidato independente, Fernando Nobre, encontra-se no espaço político da “liberdade, da justiça social, do humanismo, da ética, da solidariedade, da transparência na vida pública.” Afirma que Portugal precisa da mobilização de todos os Portugueses de todos os sectores sociais e produtivos, da sua capacidade de trabalho e capacidade empreendedora.
"Estarei particularmente atento à situação dos desempregados e dos trabalhadores precários assim como ao futuro dos nossos jovens, à dignidade do fim de vida dos nossos idosos, às comunidades emigrantes e imigrantes". É esta uma promessa perdida, uma vez que os portugueses não votaram massivamente no candidato mais humano e esforçado.
Enfim, daqui a 5 anos (se ainda formos portugueses…), teremos uma nova oportunidade de votar num futuro melhor.

Resultados Eleições Presidenciais 2011 em Portugal:

  • Votos Brancos:4.26%
  • Votos Nulos:1.93%
  • Abstenção: 53.57%.

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