Recentemente, Misao Okawa e Gertrude Weaver as duas mulheres
mais velhas do mundo faleceram com a pesada idade de
116 anos. As inúmeras noticias nos tablóides foram previsíveis.
É da natureza de um ser vivo, a morte. Então porquê o fascínio
pela eternidade? Ambição? Curiosidade? A vida é efémera e nada nos garante que a eternidade, se
existisse, fosse um paraíso. A curiosidade de viver no futuro, a oportunidade de fazermos o imaginável e o facto de
termos quem mais amamos ao nosso lado para toda a nossa vida, serão decerto as
respostas mais habituais a esta questão. Depois de
tudo ser feito, depois de tudo ser dito, depois de tudo acontecer, o que seria
de nós? Como é que isso nos afetaria psicologicamente? Tornaria-nos a eternidade, mais civilizados e seres mais aperfeiçoados ou exatamente o oposto?
A eternidade é um tema que mexe não só com assuntos médicos
e científicos altamente desenvolvidos mas também sociais e económicos. Seria necessária uma boa base
social baseada em valores como a igualdade, o respeito e a tolerância (entre
outros) para que se pudesse viver, não no futuro (finito), mas na eternidade,
valores esses defendidos por grandes e importantes instituições atuais que
ao fim de tantos anos de fundação ainda não conseguiram presentemente atingir plenamente os objetivos para que foram criadas. Tudo parte do foro
individual de cada um (quer queiramos ou não), todos temos a nossa maneira de pensar e agir, a eternidade seria
uma utopia na qual todos pensaríamos e agiríamos da mesma forma. Seria preciso
também que o mundo estivesse preparado para satisfazer a nossa eternidade, e
não está. O mundo está "programado" de uma maneira e nós como produto dele, nunca conseguiríamos transformá-lo conforme os nossos desejos e ambições de seres pequenos e quase insignificantes. A escassez e o acesso aos bens essenciais seriam desastrosas, os problemas ambientais agravar-se-iam e a
nossa vida eterna estaria comprometida, se não o está já na actualidade, como é
do conhecimento de todos. Teria futuro, a eternidade?
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