Estes cinco mil vão ser uma gota de água no fluxo em direção ao continente uma vez que este ano já há mais de 36 mil sobreviventes que chegaram a Itália, Grécia e Malta, e no ano passado sobreviveram à travessia do Mediterrâneo mais cerca de 220 mil pessoas.
A grande maioria dos migrantes será mandada de volta aos seus países através de um programa de regresso rápido coordenado pela Frontex (agência que controla as agências da União Europeia).
Esta cimeira extraordinária foi decidida depois de um naufrágio ter provocado a morte de mais de 800 pessoas que foi considerado o pior desastre de sempre no Mediterrâneo.
A luta contra os traficantes que operam os barcos e navios que levam os migrantes até à União Europeia será uma prioridade para a União Europeia. Estes traficantes têm estado no centro das atenções por métodos cada vez mais brutais, violentos e perigosos como deixar navios em piloto automático e abandonar os barcos a meio da travessia, ou após uma operação de socorro disparar tiros para o ar para afastar os salvadores e recuperar o barco (isto para além dos relatos de violência generalizada sobre os migrantes, como intimidação, violação, espancamentos).
Na minha opinião pessoal, esta missão poderá levar a sérias dificuldades legais e não só. Uma vez que o grupo que controla a costa da Líbia já se tinha manifestado, mesmo antes da cimeira, declarando que iria “confrontar” qualquer ação unilateral da Europa para atacar locais usados pelos traficantes de pessoas.
Migrantes resgatados de naufrágio chegam à Sicília
1 comentário:
Eu penso que esta problemática é uma das mais urgentes e preocupantes do momento. Por um lado, temos pessoas fragilizadas pela guerra que precisam de ajuda e de uma oportunidade para terem uma vida minimamente digna. Por outro lado, temos uma Europa que enfrenta uma crise económica sem precedentes, com imenso desemprego e com dificuldade em acolher estes refugiados. Não sendo linear, parece-me impossível voltar as costas a estes seres humanos ou a quaisquer outros seres humanos. O valor da vida deve ser o nosso valor máximo. Creio que a solução não é devolve-los e abandoná-los à pouca sorte de terem nascido naquele lado do planeta, antes sim, uma ação concertada, rápida e eficaz que erradique os traficantes bem como a guerra. Estas pessoas merecem paz, estabilidade e vidas dignas.Acrescento que a responsabilidade é de todos os países direta e indiretamente envolvidos.
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