sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Grão a grão enche a ZON Lusomundo o papo...











A exibidora Zon Lusomundo, que lidera o mercado das exibições comerciais de cinema, afirmou hoje que os bilhetes serão 40 a 60 cêntimos mais caros com o aumento da taxa do IVA de seis para 13 por cento.

Num curto comunicado enviado à agência Lusa, a exibidora afirmou que "vai ter que aumentar os bilhetes de cinema refletindo o aumento do IVA".
"No entanto o impacto da subida para 13 por cento é naturalmente menor do que o inicialmente previsto de 23 por cento, uma vez que os aumentos se vão situar entre os 40 e os 60 cêntimos por bilhete", referiu.
O Parlamento aprovou na segunda-feira a tributação de 13 por cento de IVA nas atividades culturais, uma proposta apresentada pelo PSD e pelo CDS-PP.
A proposta inicial do governo era subir a taxa de IVA das atividades culturais de seis para 23 por cento, mas acabou por se chegar à proposta da taxa intermédia.
Esta subida do IVA abrange, por exemplo, os bilhetes para concertos, espetáculos de teatro ou dança, sessões de cinema e entradas em museus.

E esta foi a prenda de Natal da ZON Lusomundo para os cinéfilos (eu estava na esperança de um par de peúgas e uma caixa de Ferrero Rocher, mas talvez para o próximo ano).
Mas, de notar que eles até não foram mauzinhos de todos, em vez de 23% (como previsto inicialmente) deixaram-se ficar pelos 13%.
É impressionante como algo tão bom nos tem de ser privado a vários níveis, aumento nos bilhetes, preços estupidamente altos para pipocas e bebidas e ainda um absurdo de um aumento para visionar o filme em 3D se o cinema em questão nem nos apresentar outra proposta.
O que ainda é mais impressionante é que isto não é uma "mania" actual, se recuarmos até á conversão do Euro, um bilhete custava 500$ (2.49 Eur) e devem ter achado o número 5 tão agradável á vista que passaram o preço dos bilhetes para 5 Euros.
Nem um Hans Gruber (hora da pesquisa cinematográfica cordialmente fornecida pelo Google) se lembrava de "roubar" assim.
Ai dele, como se não lhe bastasse ter o Bruce Willis a chatear-lhe o juízo.
E depois, não temos desculpa ao olharmos para notícias como "Salas perdem 500 Mil espectadores em 2011" e não ter um mini-ataque cardíaco, ou ao vermos grandes salas de cinema nacionais a desaparecerem
Nada mau para um Governo que decidiu colocar o Ministério da Cultura "fora da sala"...


3 comentários:

Anónimo disse...

A cultura é um pilar muito importante da sociedade sociedade, que já está fragilizada com estas medidas de "cortar a respiração".
Sinceramente já estava à espera desta medida, pois era dos poucos sectores que ainda não tinha sofrido um aumento do iva. Quem beneficia disto? Realmente não sei, pois as pessoas irão menos ao cinema, logo aquilo que o Estado podia ganhar com IVA anterior pode ser até mais do que com este IVA. Quem ficar desfavorecido? O "Zé Povinho" ou a Lusomundo? "Que bom que é ficar em casa á espera que o download do filme acabe..." Não é assim, Lusomundo?

joao sabino disse...

Já e uma tradição em épocas de crise os estados cortarem em todas as formas de cultura. Num pais como Portugal, onde a realidade não favorece o ”consumo cultural regular”, como em França ou em Inglaterra, os sucessivos cortes culturais levam ao agravamento desta situação que se encontra cada vez mais num estado decadente.
No caso do cinema abordado pelo Tiago, vê-se claramente que esta situação desencoraja ate o mais interessado espectador a ir ao cinema, pois com estes preços quem é que se dá ao luxo de dar tanto dinheiro para ir ver um filme?
Como já foi dito esta situação alarga-se a todos os tipos de cultura sendo talvez o mais afectado o teatro, tirando o exemplo de Évora e da sua companhia de teatro que cada vez mais se debate com dificuldades financeiras.
Deixo então um apelo a todos os que possam para usufruírem mais o teatro, já que o temos...

João Simas disse...

O ano passado esteve aqui na escola o realizador José Fonseca e Costa, tendo referido que há filmes portugueses que o público procura, mas como estas empresas têm praticamente o monopólio da distribuição passam apenas o que querem.