terça-feira, 8 de março de 2011

Um novo nível de indecência...


Recentemente saiu uma notícia relacionada com os professores e a avaliação destes, que rapidamente se transformou num escândalo social e laboral. Um professor foi demitido do cargo de coordenador da Equipa de Apoio às Escolas por ter contestado a avaliação dos docentes!!
O Ministério da Educação, como é hábito nesta e noutras instituições governamentais, rapidamente negou a responsabilidade pelo acto, transmitindo-a para a Direcção Regional de Educação do Centro (DREC). O docente em causa era o coordenador da Equipa de Apoio às Escolas de Coimbra, e foi “afastado”, segundo as palavras da DREC, após ter assinado um documento que circulava na sua escola, contra o actual modelo de avaliação dos professores. Este professor ocupava o cargo desde de 2005 e por ter manifestado o seu desagrado contra uma medida do governo, foi “afastado” do cargo? Onde está o discernimento, a moral do governo? Será que se perderam, como alguns ficheiros do caso Face Oculta? Simplesmente vergonhoso.
O Ministério, em sua defesa, afirmou que todas as pessoas nesses cargos têm o dever de lealdade! Será que o mundo mudou de ontem para hoje e eu não reparei? Porque parece-me que o Ministério está a tentar afirmar, por outras palavras, que quem se encontra em certos cargos não possui o direito a manifestar o seu desagrado e lhe é recusada a liberdade de expressão?
Como pode vir o Ministério argumentar a lealdade, quando pretende realizar fortes cortes na educação, o que só piora a situação dos docentes, mas mais importante ainda, piora a situação dos alunos. Neste caso onde se encontra a lealdade do Ministérios e dos seus representantes para com a nação e os alunos do país, que merecem a melhor educação possível? Realmente na situação em que estamos, crise económica, só faltava juntar uma crise de valores, de decência, uma crise onde se esquecem os direitos e liberdades adquiridas por cada um.

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