segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Racismo


Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

E é com este poema de António Gedão que inicio a minha critica ao racismo.

O racismo desde sempre existiu e apesar da evolução do tempo ele continua presente nos nossos dias, existem muitas pessoas que dão demasiada importância à aparência exterior e nem se dão ao trabalho de pensar que por dentro somos todos feitos da mesma matéria.

São vários os exemplos de formas de racismo e muitos deles fazem parte da história.A crença de que existem raças superiores ou inferiores foi utilizada para justificar a escravidão e o domínio de determinados povos por outros. Estes são apenas dois exemplos:

O Nazismo – Escravização da Europa Oriental e perseguição aos judeus eram as provas pretendidas pelos nazistas da superioridade da raça ariana sobre os demais grupos diferentes e raciais também.

O Apartheid - Uma demonstração vergonhosa para o ser humano sobre o racismo ocorreu em pleno século XX, a partir de 1948 na África do Sul, o apartheid manteve a população africana sob o domínio de um povo de origem europeia.

Para mim não existe uma raça e não é pelo aspecto exterior que deve-mos julgar uma pessoa.

É importante sensibilizar as pessoas, todos nós existimos por uma razão e todos nós devíamos conseguir coabitar uns com os outros, sem brigas e sem descriminações pois, na verdade, independentemente da cor, da classe social, todos nos temos o mesmo fim.

Não deveria existir uma cor ideal para viver-mos felizes!

1 comentário:

João Simas disse...

Foram grandes e dolorosas lutas contra preconceitos. Mas o problema ainda hoje existe e pode aumentar se os cidadãos não estiverem atentos. Em épocas de crise é frequente haver quem se volte contra os outros.
Sobre António Gedeão, de seu nome Rómulo de Carvalho, professor de Física e divulgador dessa ciência, no Liceu Camões e através de outros livros, foi uma grande e discreta figura da cultura portuguesa.