domingo, 12 de dezembro de 2010

Educação e Justiça, o essencial.

Apresento estas duas temáticas, pois são aquelas a que sou mais sensível, visto não necessitar de grandes cuidados de saúde, e de viver numa cidade segura. Entre outros, educação, justiça, saúde e segurança, cabe ao Estado oferecer aos seus cidadãos, como requisitos mínimos para se considerar aceitável. São as principais funções do estado, actualmente, e aquelas a que não pode nunca falhar, sem interferir gravemente na vida das pessoas.
Mas quero apenas concentrar-me nos temas titulares.
A educação. Porquê? É o futuro de uma pessoa, e do país. Ao privarmos alguém de receber a melhor educação possível, estamos a privar essa pessoa de ter um futuro, porque o mercado de trabalho é cada vez mais exigente, e a mão-de-obra desqualificada é abundante em Portugal, embora, se esteja a progredir, ainda não como desejado. A educação ainda não é para todos. Não basta construir escolas, não basta tornar o ensino obrigatório até ao 12º, nem sequer seria suficiente pagar os livros escolares aos alunos (ainda não é feito). Actualmente é quase impossível atingir uma profissão digna, (com vencimento superior a 1000€, e acho pouco), com o 12º, (excepto com cunhas ou favorecimentos), nos países nórdicos, este nível de escolaridade é impensável, não só porque para o cidadão é mau, mas é terrível para um país. Uma vez que a mão-de-obra de um certo país é desqualificada, este nunca pode ser responsável por formar executivos competentes, por criar produtos carregados de tecnologia, ou capaz de produzir com qualidade, estes países ficam sujeitos à escravatura actual que se vive no mercado laboral, aos salários baixos, e ao fosso entre rendimentos.
A meu ver, se o estado for capaz de garantir igualdade no acesso à educação, então cada indivíduo fica responsável pela sua qualificação. Em termos práticos, e a meu ver, o estado deve garantir o financiamento dos estudos universitários aos alunos de classes mais desfavorecidas com média de secundário superior a 17 valores, na universidade dentro do país à sua escolha. Não só os estudos mas também alojamento, entre outros. (Medida apresentada pelo meu grupo para o parlamento dos jovens)
Assim, impedir-se-ia que um aluno inteligente, e dotado de capacidades cognitivas elevadas, de acordo com os parâmetros actuais, não ficasse nunca barrado nos estudos, ou fosse obrigado a escolher uma universidade de categoria inferior, devido a questões financeiras.
A escolha de 17 valores parece-me excelente, no sentido de não ser algo inalcançável, e de não permitir que seja qualquer um a beneficiar dos dinheiros públicos. Desta forma, aqueles que mais se esforçam e que obtêm assim os melhores resultados não ficariam nunca impossibilitados de obter a mesma formação que os outros. É o mínimo que podemos exigir.


A justiça: cancro da sociedade portuguesa. Não tem outra discrição. Sob ponto de vista cívico, acho que não vale a pena estar aqui a dizer que todos temos direito à justiça, isso não se deveria pôr em causa no século XXI, (mas é posto, e com razão, infelizmente), mas trato os malefícios que a inexistência de justiça pública causa ao país. Foi António Barreto, um sociólogo muito prestigiado no nosso país e com orientação política conhecida (esquerdista), que disse que à excepção de casos políticos, havia mais justiça no tempo do estado novo que há agora, ou seja, a justiça funcionava melhor, embora fosse imperfeita. O que se passa aqui, neste país é que os tribunais não funcionam, temos casos que duram anos e anos a fio, sem se resolver nada, e após dez anos, quando os casos são resolvidos, não é justiça nenhuma, justiça faz-se na hora, não é dez anos mais tarde. Os tribunais são supostamente a garantia das classes baixas que não são explorados, nem enganados pelas classes mais altas sem custos para as segundas e compensações para as primeiras. É o garante que podemos andar na rua, e caso sejamos vítimas de qualquer crime, haja uma pena para o criminoso. Os tentáculos da corrupção estendem-se até aos bolsos de cada português para puxar as notas mais gordas, e onde estão os tribunais portugueses para os travar? Não estão.
Assim não vamos lá, e em principal, estas duas são obrigações que o estado tem para connosco. São obrigações que não são de agora, são de há cem anos.

Seguidamente apresento um vídeo com a primeira parte de uma entrevista com o Professor Henrique Medina Carreira, um senhor que prezo muito em ouvi-lo falar. Pertence à elite, e contra ele próprio fala, apresenta a sua opinião, a meu ver, de forma o mais claro possível, para que todos entendam.


2 comentários:

Carolina disse...

Gostei bastante deste texto e concordo com ele na sua totalidade. Creio que tanto o investimento do Estado na educação (pois é graças a esta que se forma um indivído) como na justiça pode ser melhorado e sim, a justiça portuguesa a resolver casos em tribunais é de uma duração indescritível (e falo por experiência própria). Os casos arrastam-se anos e anos e nunca se resolve nada, e ainda chamam a isto justiça? Que tipo de justiça é esta? Que anda a passo de caracol com assuntos que rapidamente são resolvidos? E a esta ainda se junta a corrupção que não é pouca, não falo apenas no Estado ou nos políticos mas também na própria justiça em si.
Em relação à entrevista, já tinha observado noutro programa televisivo, cujo nome não me recordo agora,o desastroso crescimento actual da ecónomia. Isto dá-me que pensar, que futuro teremos nós, jovens agora, cidadãos no futuro?

João Simas disse...

São dois grandes problemas cruciais para o desenvolvimento, do ponto de vista económico e dos direitos do cidadão. Sem mão-de-obra instruída apenas poderemos concorrer com os países subdesenvolvidos que a têm ainda mais barata, sem educação dificilmente teremos cidadãos plenos, sem uma justiça equitativa e célere nem as empresas confiam nem os direitos são respeitados e os privilégios de poucos serão engrandecidos. A descrença na Justiça pode ser extremamente perigosa. Compete-nos também a nós fazer alguma coisa para melhorar.