Na sequência da conferência sobre o sobreendividamento que tivémos há umas semanas, decidi escrever este texto, relacionado com este tema. Mas... será que é a vida que está cara? Será que esta também se compra? Penso que sim... A todas as horas de todos os dias, durante o ano inteiro compramos coisas boas e más para a nossa vida, bem como coisas que necessitamos e não necessitamos (bens supérfluos).
Escolher os produtos que alimentam e prolongam a nossa vida ou que só a agridem e diminuem, devia ser uma opção livre. Mas não é. Existem milhões de seres humanos que são obrigados a comprar apenas aquilo que os seus rendimentos lhes permitem, tanto em quantidade, como em qualidade. Mas também existem aqueles que, sem necessidade, compram aquilo que agride a sua vida, por simplesmente "lhes apetecer"! Mas não vamos falar destes casos.
Na actualidade, todos nós ouvidos, vemos e lemos, na comunicação social, as notícias da crise mundial e da crise alimental, do aumento do iva e, por consequente, dos preços dos produtos de consumo básico, o que se repercute na nossa alimentação. Os pobres não conseguem pagar a vida que levam, mas ninguém questiona tal coisa. Será mesmo assim? Vejamos:
O que se diz então ser um produto caro? Será caro um produto que, sendo essencial à manutenção da vida, não está ao alcance da grande maioria ou um produto que, devido ao intenso marketing que se faz hoje em dia em favor do consumismo desenfreado, é comprado pela simples aquisição de staus social?
Será caro um quilo de feijão pelo qual chegamos a pagar 2 ou 3 euros, ou uns bilhetes para o futebol ou para ir ao Rock in Rio, a 60 euros? Caro é um quilo de bom peixe por 6 ou 7 euros ou mais ou 3 decilitros de creme para fazer caracóis, pelos mesmos 6 euros?
Todos nós somos humanos e temos necessidades que vão muito para além de alimentar o estômago, cada um tem as suas necessidades e a cabeça não funciona como estômago, mas muitas vezes e isto é uma realidade, as famílias descuram uma boa alimentação, saúde e educação, e investem mais na "aparêcia", sejam carros, férias no estrangeiro ou em bons locais, casas de férias, roupas de marca... E por trás estão cegos de dívidas ou têm uma vida que poderia ser melhor e não é em prol, mais uma vez mais, do status social...
Acho que isto deve ser algo em que se pensar.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
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