Ao assistir ao
atentado no Charlie Hebdo, perguntei-me:
Será que este
atentado é um ato político, religioso ou um pouco dos dois?
Sem dúvida que
é um pouco dos dois.
De facto o
radicalismo religioso, muçulmano ou cristão, é utilizado como uma arma
política. Política de pressão sobre outras nações, ou outros povos, com o
intuito de os condicionar na sua autodeterminação, liberdade e/ou economia, ou
até, em casos extremos, de os ocupar, subjugar e dominar.
Nem todos os
muçulmanos são fundamentalistas ou terroristas, a religião não é, neste casos,
o elemento principal, porque a religião muçulmana, ou cristã, tanto faz,
defende a paz e não a guerra e a morte. Os homens é que recorrem a ela, para
fazer política, ação de guerra e controlo, para atingirem objetivos políticos e
não raras vezes, económicos.
A luta entre o
ocidente e o oriente, não é entre muçulmanos e cristãos, não. É entre
políticos, ditadores e democratas, que querem exercer o seu poder sobre o outro
e retirar daí, o máximo proveito. A isto não está alheio o significativo peso
do petróleo, nas sociedades ocidentais enquanto fonte de energia e nas
sociedades orientais, enquanto fonte de recursos financeiros e riqueza.
Mas nem sempre
os interesses são político-estratégicos, isso acontece normalmente nas cúpulas,
junto aos líderes, pois mais abaixo, junto aos “soldados da fé” impera
sobretudo o fanatismo e um pouco de loucura, aí sim, falamos de fundamentalismo
religioso, uma vez que aqueles que deixam a vida, fazendo-se explodir,
acreditam efetivamente que o estão a fazer pela religião, porque lhes fizeram
uma espécie de lavagem cerebral religiosa, o tal fundamentalismo religioso.
Importa
condenar estes atos, mas não nos deixarmos cair na tentação de generalizar e
acusar os muçulmanos, ou a religião muçulmana, como terroristas. Não. São só
alguns, aqueles que foram “salvos” do meio de guerras e países devastados, e
foram transformados em terroristas, ou, aqueles que o são porque é essa a sua
natureza (alguns emigraram dos seus países de origem, no ocidente, para serem
assassinos).
Tudo isto é
muito complexo, mas o mais importante é evitarmos que o ódio ou a revolta nos
controlem e só nos permitam ver o mundo a preto e branco. Porque o mundo tem
várias cores, várias, e essa relatividade é fundamental na política e na
democracia.
1 comentário:
O problema está bem posto. A "culpa" não é das religiões, é da forma como os homens a interpretam e, sobretudo como atuam. A maioria dos muçulmanos rejeita esse fundamentalismo.
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