quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Charlie Hebdo – Eu sou Charlie…

Ao assistir ao atentado no Charlie Hebdo, perguntei-me:
Será que este atentado é um ato político, religioso ou um pouco dos dois?
Sem dúvida que é um pouco dos dois.
De facto o radicalismo religioso, muçulmano ou cristão, é utilizado como uma arma política. Política de pressão sobre outras nações, ou outros povos, com o intuito de os condicionar na sua autodeterminação, liberdade e/ou economia, ou até, em casos extremos, de os ocupar, subjugar e dominar.
Nem todos os muçulmanos são fundamentalistas ou terroristas, a religião não é, neste casos, o elemento principal, porque a religião muçulmana, ou cristã, tanto faz, defende a paz e não a guerra e a morte. Os homens é que recorrem a ela, para fazer política, ação de guerra e controlo, para atingirem objetivos políticos e não raras vezes, económicos.
A luta entre o ocidente e o oriente, não é entre muçulmanos e cristãos, não. É entre políticos, ditadores e democratas, que querem exercer o seu poder sobre o outro e retirar daí, o máximo proveito. A isto não está alheio o significativo peso do petróleo, nas sociedades ocidentais enquanto fonte de energia e nas sociedades orientais, enquanto fonte de recursos financeiros e riqueza.
Mas nem sempre os interesses são político-estratégicos, isso acontece normalmente nas cúpulas, junto aos líderes, pois mais abaixo, junto aos “soldados da fé” impera sobretudo o fanatismo e um pouco de loucura, aí sim, falamos de fundamentalismo religioso, uma vez que aqueles que deixam a vida, fazendo-se explodir, acreditam efetivamente que o estão a fazer pela religião, porque lhes fizeram uma espécie de lavagem cerebral religiosa, o tal fundamentalismo religioso.
Importa condenar estes atos, mas não nos deixarmos cair na tentação de generalizar e acusar os muçulmanos, ou a religião muçulmana, como terroristas. Não. São só alguns, aqueles que foram “salvos” do meio de guerras e países devastados, e foram transformados em terroristas, ou, aqueles que o são porque é essa a sua natureza (alguns emigraram dos seus países de origem, no ocidente, para serem assassinos).

Tudo isto é muito complexo, mas o mais importante é evitarmos que o ódio ou a revolta nos controlem e só nos permitam ver o mundo a preto e branco. Porque o mundo tem várias cores, várias, e essa relatividade é fundamental na política e na democracia. 

1 comentário:

João Simas disse...

O problema está bem posto. A "culpa" não é das religiões, é da forma como os homens a interpretam e, sobretudo como atuam. A maioria dos muçulmanos rejeita esse fundamentalismo.