sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Adoção por casais homossexuais chumbada pela 4ª vez



As quatro propostas legislativas relativas à adoção por casais do mesmo sexo foram nesta quinta-feira chumbadas pelo plenário da Assembleia da República.
Vivemos num mundo repleto de crueldade. Milhares e milhares de crianças são deixadas em instituições, para não falar daquelas que são deitadas no lixo ou assassinadas pelos próprios pais. Pois bem, também existem milhares de pessoas a quererem adotar crianças.
Acontece que, quando um casal está disposto a adotar uma criança o processo é demasiado lento e leva o mesmo casal a desistir da adoção da criança. Mas não é só este facto que leva a população a desistir da adoção. Estamos inseridos numa sociedade que decide optar pelo facilitismo, e com isto quero dizer que até para adotar uma criança existe critério. A grande maioria da população que decide adotar uma criança pretende que a mesma não ultrapasse uma certa idade, ou seja, a população prefere crianças pequenas, de preferência o mais pequenas possível para que as possam educar. Estas pequenas crianças vão saindo das instituições, mas nelas permanecem as crianças mais velhas até, muito provavelmente, à idade estabelecida para a sua saída. Adotar uma criança que tenha mais que 6/7 anos, sensivelmente, é ter que se habituar aos seus hábitos, à sua personalidade, o que é muito mais difícil do que moldar uma criança que tem 1 ou 2 anos de vida àquilo que se espera que os filhos se tornem um dia. Estas crianças não vão ter presente na memória o tempo que passaram numa instituição, ou que foram abandonadas pelos pais. Sabem-no, mais tarde, mas não se lembram que o viveram. Tudo o que se lembram é da sua vida com a família adotiva, o que não acontece com crianças mais velhas.
Pois bem, estas crianças, por motivos já referidos, vão ficando nas instituições e se um casal homossexual estiver interessado na adoção é-lhes negado esse direito. E tudo isto é uma questão de preconceito? Estamos no século XXI, será que uma criança que nunca teve amor paternal não pode ser adotada, simplesmente porque quem a pretende adotar tem uma orientação sexual diferente? Então estamos num mundo em que os bons são aqueles que abandonam e os “idiotas” são aqueles que ainda pensam que podem algum dia dar amor a uma criança. Quando se debatem estes temas, o principal objetivo deveria ser o bem-estar da criança, se ela vai ser amada, se vai ter boas condições para viver, se vai, no fundo, ser feliz. Mas não, estas crianças estão simplesmente a ser abandonadas pelo preconceito que quem nos representa tem, pelas ideologias que cada um defende.
Aos olhos do mundo somos um país muito pouco avançado. São estas pequenas coisas que nos fazem ser reconhecidos como tal.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Exames Nacionais

Todos nós estamos mais que familiarizados com o assunto dos exames nacionais e com a sua importância a nível profissional de um estudante. Mas serão mesmo os exames elaborados para avaliação das capacidades do aluno, ou serão mais um estratagema com fins políticos? Esta dúvida surge-me por duas razões: um aluno é avaliado ao longo da sua vida académica pelos testes e outras avaliações escritas e orais que realiza e pelo comportamento e interesse que demonstra durante os 12 anos académicos obrigatórios. Posto isto pressupunha-se que o trabalho de avaliação dos professores que acompanharam os alunos, não tenha sido em vão, e no final do secundário o aluno tenha mais do que avaliações suficientes para poder ingressar no ensino superior na área que pretender e para qual tenha capacidades. Mas o que acontece é que os exames nacionais são demasiado valorizados na nota final do secundário e muitas vezes possuem um elevado nível de dificuldade (já nem comentando a existência das conhecidas “rasteiras” que a meu ver não têm lógica nenhuma num exame de tamanha seriedade como querem fazer parecer) que muitos dos nossos ministros não conseguiriam superar e desvalorizam de certa forma todo o trabalho que até aí tenha sido realizado pelo aluno, causando muitas vezes o decréscimo na nota que o mesmo até aí se tinha, à partida, esforçado para obter. A matéria, o stress e principalmente o valor da percentagem dos exames na nota do aluno (como já referi e volto a sublinhar), gera um clima de desgaste e desmotivação no examinando que acaba, muitas das vezes, por não conseguir ser bem-sucedido no exame.
Outra razão deve-se a todo o aparato que surge à volta dos dias de exame e dos seus resultados mais tarde revelados. Os meios de comunicação social e as redes sociais, são alvo de comentários, criticas, lamurias e festejos por parte de todos os que se preocupam ou participam sobre este tema. 
Que se pretende com isto? Mostrar que o país está interessado e a investir a olhos vistos na educação da melhor forma? Preocupem-se mais com quem ensina porque são realmente os professores e a sua qualidade de ensino o fundamental para uma boa educação e não uma prova de 2 horas com a matéria leccionada em 3 anos. Mostrar que a juventude portuguesa possui uma boa capacidade intelectual? A boa parte da formação profissional e determinante para a vida de um cidadão vai ser realizada na universidade (fora dela e depois dela) da qual sem esse estatuto (universitário) mal conseguiremos arranjar emprego “digno”(não contabilizando a vergonha do número de licenciados desempregados, mas isso é outra questão...) cá dentro ou lá fora. E quando os resultados não vão aquém do esperado? No ano a seguir, salvo alguma excepção, os alunos sentirão que o exame foi decerto mais fácil que no ano anterior (especialmente se for ano de eleições..) e responsabilizam os alunos porque não se esforçaram o suficiente, fazendo todos farinha do mesmo saco. 
Posto isto, ao ingressar na universidade, o aluno, sim, deveria ser avaliado, mas pela universidade e pelos superiores do curso que pretenderia ingressar como forma de melhor selecção de futuros estudantes universitários e claro também, melhor preparação dos professores catedráticos tendo em conta o aspeto geral das capacidades adquiridas anteriormente pelos estudantes. Desta forma os alunos não se sentiriam forçados a abandonar o desejo de ingressar nos cursos que seriam realmente aqueles que pretendiam seguir, sob pena da nota que obtiveram anteriormente em exames nacionais dos quais provavelmente nem todos precisam para o curso que pretendem seguir mais tarde mas que contam assim à mesma para a média que necessitam para depois conseguirem entrar em alguma instituição de ensino superior seja ela ou não a que desejavam realmente. 
Quem sabe se assim o número de licenciados desempregados diminuiria, as más disposições de quem está a trabalhar em algo que não foi o que idealizou dariam lugar a uma sociedade mais realizada e feliz, ou ainda o aproveitamento do esforço do trabalho dos portugueses não seria mais rentável…

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Charlie Hebdo – Eu sou Charlie…

Ao assistir ao atentado no Charlie Hebdo, perguntei-me:
Será que este atentado é um ato político, religioso ou um pouco dos dois?
Sem dúvida que é um pouco dos dois.
De facto o radicalismo religioso, muçulmano ou cristão, é utilizado como uma arma política. Política de pressão sobre outras nações, ou outros povos, com o intuito de os condicionar na sua autodeterminação, liberdade e/ou economia, ou até, em casos extremos, de os ocupar, subjugar e dominar.
Nem todos os muçulmanos são fundamentalistas ou terroristas, a religião não é, neste casos, o elemento principal, porque a religião muçulmana, ou cristã, tanto faz, defende a paz e não a guerra e a morte. Os homens é que recorrem a ela, para fazer política, ação de guerra e controlo, para atingirem objetivos políticos e não raras vezes, económicos.
A luta entre o ocidente e o oriente, não é entre muçulmanos e cristãos, não. É entre políticos, ditadores e democratas, que querem exercer o seu poder sobre o outro e retirar daí, o máximo proveito. A isto não está alheio o significativo peso do petróleo, nas sociedades ocidentais enquanto fonte de energia e nas sociedades orientais, enquanto fonte de recursos financeiros e riqueza.
Mas nem sempre os interesses são político-estratégicos, isso acontece normalmente nas cúpulas, junto aos líderes, pois mais abaixo, junto aos “soldados da fé” impera sobretudo o fanatismo e um pouco de loucura, aí sim, falamos de fundamentalismo religioso, uma vez que aqueles que deixam a vida, fazendo-se explodir, acreditam efetivamente que o estão a fazer pela religião, porque lhes fizeram uma espécie de lavagem cerebral religiosa, o tal fundamentalismo religioso.
Importa condenar estes atos, mas não nos deixarmos cair na tentação de generalizar e acusar os muçulmanos, ou a religião muçulmana, como terroristas. Não. São só alguns, aqueles que foram “salvos” do meio de guerras e países devastados, e foram transformados em terroristas, ou, aqueles que o são porque é essa a sua natureza (alguns emigraram dos seus países de origem, no ocidente, para serem assassinos).

Tudo isto é muito complexo, mas o mais importante é evitarmos que o ódio ou a revolta nos controlem e só nos permitam ver o mundo a preto e branco. Porque o mundo tem várias cores, várias, e essa relatividade é fundamental na política e na democracia. 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Uma "brincadeira" que acabou em tragédia

  O passado dia 7 de Janeiro de 2014 ficará na história pelos piores motivos. A recente tragédia ocorrida em Paris com a morte de 16 pessoas levada a cabo por terroristas islâmicos é apenas mais um exemplo de uma intolerância religiosa que tem séculos de existência.
  Tudo começou depois de um famoso jornal Francês ter publicado um cartoon onde estava desenhado moame. Terá sido este cartoon que levou os terroristas islâmicos a cometem estes horríveis ataques à cede do jornal Charlie Hebdo, e também a um super mercado de produtos judaicos, onde tragicamente morreram 16 pessoas.
  Depois da chacina feita na cede do jornal os terroristas fugiram, tendo sido mais tarde encurralados numa gráfica a cerca de 50km de Paris onde fizeram 1 refem, depois de horas de negociações sem sucesso por volta das 5 da tarde do dia seguinte a policia usou a força, onde se trocaram vários tiros, tendo os terroristas sido abatidos pelas forças policiais.
  Estes bárbaros ataques são apenas uma pequena amostra daquilo que o terrorismo islâmico é capaz, estando toda a Europa com um elevado alerta  para o que ai vem...


Ensino cada vez com maiores custos

No seguimento do comunicado tornado público no dia 12 de agosto de 2014, pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), em que é anunciada a redução global de 1,5% no orçamento das instituições de ensino superior para o ano de 2015, veio pelo presente a Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP) pronunciar-se sobre o mesmo dizendo que "Ao longo dos últimos anos a educação, e o ensino superior em particular, tem sido um dos setores mais afetados pelos cortes orçamentais que ano após ano vão assolando a economia portuguesa. Só nos últimos 3 anos o ensino superior perdeu 260 milhões de euros de investimento do Estado, colocando verdadeiramente em “xeque” a gestão e sustentabilidade das instituições de ensino superior (...) Na prática, os sucessivos cortes orçamentais para as instituições de ensino superior têm implicado um aumento da ponderação da propina paga pelos estudantes e, consequentemente, um aumento do número de indivíduos a abandonar o ensino superior por falta de condições financeiras." A partir destas informações é caso para parar e refletir, sobre qual será o futuro dos jovens portugueses? Como vão conquistar a sua independência? Como vão ter dinheiro para se sustentar? Portugal tem cortado no investimento dirigido ao Ensino Superior: Em 2009, a maioria dos países europeus encontrava-se em recessão, mas todos eles mantiveram ou aumentaram o investimento em educação, à excepção de Portugal e da Roménia. A mim parece-me que estamos a voltar ao antigamente, como era na altura dos nossos avós, antes do estado novo... Só estudava quem tinha posses, quem derivava de famílias nobres e com algum reconhecimento social. Os "outros", tinha que ganhar a vida logo desde os 10,11,12 anos de idade em trabalhos rurais ou em actividades como sapateiros, carpinteiros etc muito pouco remuneradas que mal dava para pagar o pão de cada dia. Ponho em dúvida se hoje em dia não haverá um retrocesso, e que o nosso futuro (alunos) seja tão negro como o que relatei. A verdade é que hoje, na escola dita publica, já tudo tem um preço bastante elevado como por exemplo o valor de material escolar nomeadamente manuais, ou um aluno ser submetido a um teste sumativo proposto pelo professor e ainda ter que pagar a folha de teste, ou até aqueles alunos que residem em localidades longe da escola terem que pagar do passe dos transportes públicos um valor dispendioso no orçamento familiar, ou por exemplo o valor cada vez maior exigido para as propinas entre muitas outras coisas fundamentais para o dito normal funcionamento do ensino que o estado cobra. Dito isto, pergunto onde está a ser posto em prática o Artigo 26.º dos direitos humanos "1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito.?"

domingo, 4 de janeiro de 2015

Encontros Institucionais

Na sequência da eleição de António Costa como Secretário-geral do Partido Socialista (23 de Novembro de 2014) e do Congresso do PS (29 de Novembro de 2014) este iniciou uma série de encontros institucionais.
Tendo-se encontrado já com Assunção Esteves (Presidente da Assembleia da Republica) a 9 de Novembro e com Pedro Passos Coelho (Primeiro-Ministro) a 11 de Novembro.
Como já havia acontecido a 9 de Outubro, quando venceu as primárias, dia 17 de Dezembro, já depois de ocupar o seu cargo de Secretário-geral do PS, foi também recebido pelo Presidente da Republica, Aníbal Cavaco Silva. 
Sabe-se por uma fonte socialista que na altura em foi que formalizado o pedido para o encontro com Cavaco Silva já tinham sido formalizados pedidos de reuniões com o presidente do Supremo Tribunal de Justiça e com os líderes partidários sendo que estas se deveriam realizar no inicio deste novo ano. 
O próximo encontro de António Costa irá realizar-se na próxima sexta-feira, dia 10 de Janeiro, com o vice-primeiro-ministro e presidente do CDS-PP, Paulo Portas. 
A este deverá seguir-se um encontro com uma delegação do BE, chefiada pela porta-voz dos bloquistas, Catarina Martins. 



sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Foi só pelos 20 centavos?

No Brasil, o aumento de R$0,20 centavos na tarifa dos transporte públicos fez com que milhões de pessoas fossem às ruas reclamar das condições de vida no país.

Os manifestantes saíram à rua durante o mês de Junho de 2013 expondo o seu descontentamento pela situação em que o país vivia. Milhares de pessoas saíram feridas e centenas de pessoas morreram. O país clamava por mudanças, afirmavam que a manifestação a que chamavam “O Gigante Acordou” não seria apenas pelos vinte centavos, mas sim pela educação, outros queriam menos gastos com a Copa que ocorreria no ano seguinte (2014) e mudanças no Governo do país, presidido pela Presidente Dilma Rousseff.

Graduadamente, as manifestações iam acabando. Os vinte centavos baixaram, os políticos assustaram-se, mas, em geral, a vida continuou a mesma.

Na minha opinião, as manifestações que fizeram, foram de certa forma em vão e acredito sim, que terá sido pelos vinte centavos. Pois o país clamava por mudanças, queriam um novo governo e queriam lutar por uma vida melhor. No entanto nas eleições brasileiras que ocorreram a Outubro de 2014, o povo brasileiro elegeu ao poder novamente a Presidente Dilma Rousseff. No mês de Junho de 2013 os cidadãos unidos e revoltados contra a vida e a inflação a que eram submetidos, que na altura saíram à rua clamando por mudança, foram os mesmos que em Outubro de 2014 elegeram a mesma Presidente Dilma Rousseff.