sábado, 12 de fevereiro de 2011

Já não se fazem políticos como este

Gostaria de vos dar a conhecer o grande orador e político Manuel de Arriaga, alguém conhece a interessante história da sua vida?
Foi advogado, professor, escritor, político, deputado de origem açoriana e um dos principais ideólogos do Partido Republicano Português.
Centremo-nos então na sua vida: Manuel de Arriaga era oriundo de famílias aristocráticas e descendente de flamengos. A sua adesão ao ideário republicano (na altura considerado subversivo) levou a que o seu pai, monárquico conservador, deixasse de lhe pagar os estudos, deserdando-o.
Devido a esta situação, Arriaga foi obrigado a trabalhar, dando lições de inglês para poder terminar o seu curso: Direito, no qual se formou uns anos mais tarde, destacando-se sempre pela sua grande capacidade argumentativa.
No percurso da sua vida foi vereador da Câmara Municipal de Lisboa, reitor da Universidade de Coimbra e Procurador-Geral da República.
Cinquenta anos da sua vida foram passados a defender o ideal de uma sociedade mais justa e aos setenta e um anos foi eleito Presidente da República. No dia da sua tomada de posse disse: “Estou aqui para servir o país. Seria incapaz de alguma vez me servir dele…”
Deste modo, Manuel de Arriaga recusou viver no Palácio de Belém, tendo escolhido uma modesta casa anexa a este, pagou a renda da residência oficial e todo o seu mobiliário do seu bolso.
Recusou quaisquer ajudas de custo, prescindiu do dinheiro para transportes, nunca quis secretários, nem protocolo nem sequer Conselho de Estado.
Foi aconselhado a comprar um automóvel para as suas deslocações, mas fez questão de o pagar do seu bolso também.
Este SENHOR foi Manuel de Arriaga. E foi o primeiro presidente eleito da República Portuguesa, em 1911.

1 comentário:

António disse...

Não fazia ideia de quem era esta pessoa. Mas ao que parece, é um exemplo de funcionário público. Se todos pensassem desta forma tenho a certeza que o Portugal não teria chegado ao buraco financeiro a que chegou.
A verdade é que ainda há homens assim, mas encontram-se afastados da política. Aliás, a própria modéstia anda afastada da política. Aspecto lamentável, e na minha opinião não nos devemos conformar. Há muito trabalho a fazer em Portugal, e primeiramente acho que se devia varrer aquela Assembléia da República, que é um embuste da democracia.