O
ano de 2011 foi o ano da grande mudança estrutural que se operou no nosso país.
A mudança que nos fez recuar no tempo mais de 20 anos. Foi o início do empobrecimento
generalizado e da culpa por termos vivido acima das nossas possibilidades.
Segundo
o INE, em 2009 o país apresentava uma taxa de intensidade de pobreza de 23,7 %,
taxa essa que em 2012 já ia nos 27,3 %.
Vivíamos
acima das nossas posses quando em 2009, 22,5 % da população portuguesa vivia em
privação material, por isso passámos para 25,5 % em 2012.
Vivíamos
acima das nossas posses quando a pobreza consistente no país era de 8,5 % em
2009, e por isso passámos para 10,4 % em 2012.
Enfim,
éramos ricos quando em 2009, 17,9 % da população estava em risco de pobreza e
em 2012 passámos a ter 18,7 % portugueses e portuguesas em risco de pobreza, ao
mesmo tempo que conseguimos aumentar o número de milionários e a venda de
automóveis topo de gama em Portugal.
Portugal
continua a ser um dos países da União Europeia com mais desemprego, onde a taxa
de desemprego de longa duração é a mais elevada. Os jovens são os mais
afetados, tendo o nosso país uma taxa de desemprego juvenil na ordem dos 34,7
%, sendo que um em cada três jovens não encontra emprego em Portugal. A
Comunidade Europeia destaca
que a Europa tem mais de sete milhões de jovens que não trabalham, não estudam
nem seguem qualquer formação. Em Portugal, havia 324,4 mil jovens (entre os 15
e os 34 anos) que estavam nessa situação no primeiro trimestre de 2015.
Hoje,
ajustámos. Empobrecemos. Hoje vivemos mais de acordo com as nossas posses…
Hoje,
temos trabalho a preços da China...
Baixam-se
os custos do trabalho, com base nos salários.
E
foi assim que Portugal empobreceu. Pelo lado dos mais fracos, pelo lado de quem
trabalha.
1 comentário:
Será que vivíamos além das nossas posses? Não será esse o discurso que legitima a cobrança de juros enormes e tantas alterações, perda de soberania e aumento da desigualdade?
Deveria citar as fontes.
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