sábado, 7 de abril de 2012

Até que em fim!

Só hoje me dignei a abrir um Diário Económico que guardava em casa referente a 5 de Abril. Logo pelas primeiras páginas surgiu uma notícia boa, no meio de tantas terríveis como o alongamento na suspensão dos subsídios para os funcionários públicos até 2015. Creio que esta medida era indispensável, mas aponto o dedo ao governo por não ter revelado logo o verdadeiro prazo do corte, isto é, por ter mentido quando disse que a medida vigorava apenas até 2013. Deste modo, retiro muita credibilidade a Pedro Passos Coelho e a Vítor Gaspar.
No entanto, há um Ministro deste Governo que me tem surpreendido quase sempre pela positiva. Falo de Paulo Macedo, que tem a seu cargo a pasta da Saúde, sendo que não é médico, nem farmacêutico, e este "não estatuto" dá-lhe algo muito desejável para a função que tem que cumprir, que é a independência face aos lobies. A sua obra anterior no plano fiscal é reconhecida da Esquerda à Direita, e neste momento é-lhe entregue a missão de cortar numa artéria muito delicada do Estado Social que é a Saúde. Para onde iria canalizar os cortes? Contribuintes? Sim, ligeiramente, as taxas moderadoras aumentaram, mas ninguém deixa de ter acesso aos cuidados mesmo que não as possa pagar, com essa medida conseguiu fazer pagar quem pode, e deve. Mas era exigido mais, o Estado tinha que reduzir a despesa nos medicamentos. Com duas opções pela frente, Paulo Macedo escolheu a mais dura, atacar o lobie das farmacêuticas. Reduzindo o preço dos medicamentos em 12%, garante não só o corte na despesa tão apreciado pela troika, como os torna mais acessíveis aos consumidores. Quem paga são as farmacêuticas, que pelo que se tem ouvido não estão a passar mal. "É uma reforma pouco política no relacionamento com o sector" - diz o jornal, mas na minha opinião é o que tem feito falta aos outros Ministros nomeadamente no caso da EDP. Onde estão os cortes nas rendas prometidos pelo Primeiro Ministro? Bruxelas já enviou a mensagem, a troika também, mas a reforma não aparece. É pena que Paulo Macedo não possa tomar conta dessa pasta, porque no sector da energia o lobie é muito poderoso... Um secretário de Estado caiu, e por pouco não foi um Ministro.


Sem comentários: