Foi no dia 28 de maio de 2012 que, em
mais um ano, a Assembleia da República recebeu os deputados jovens do pais.
Quatro comissões, 128 deputados, eleitos nas escolas do ensino secundário de
todos os círculos do continente e das regiões autónomas e ainda dos círculos da
Europa e de Fora da Europa, fizeram “log
in” na Sessão Nacional do Parlamento dos Jovens – Redes Sociais – Participação e Cidadania.
Depois das duas fases – Sessão Escolar e Sessão Distrital – era
altura da Sessão Nacional, que levou
os deputados Ana Garcia (porta-voz),
Inês Rosa, Eduarda Marques e Raúl
Vences a constituírem a Segunda
Comissão, juntamente com o círculo de Faro, Lisboa, Viseu, Açores e Aveiro
(estes dois últimos sem porta-voz).
Nesta comissão está presente o Deputado
Pedro Delgado Alves, do Partido Socialista, e a deputada Mariana Aiveca, do
Bloco de Esquerda, que iniciam por dar as boas vindas.
“Cada
ano que passa é um sucesso cada vez mais difícil de dar resposta”, afirma o
deputado do PS, sublinhando que a democracia passa por encontrar uma solução
concessual, com exercício de compromisso e procura de bom senso. Palavras
subscritas pela deputada do BE, “A
elaboração de leis passa por negociações... esgrimindo as nossas posições”.
E a posição adotada pelo círculo de Évora
foi conjugar esse mesmo verbo,
“esgrimir”.
Depois de apresentado o Projeto de Rec
omendação, foi preciso esgrimir afincadamente um projeto composto,
maioritariamente, pelas medidas da Epral de Estremoz, na fase distrital.
O círculo dos Açores e de Faro altercam
sobre uma medida do círculo de Évora,
que visa uma rede de voluntariado, argumentando que quem usufruisse da rede
originada por essa medida, seria apenas por interesses académicos e não sociais.
“O
problema não é falta de iniciativa, mas de conhecimento”,defende a deputada de Faro, “Voluntariado é para pessoas com bom senso”, riposta a deputada Inês Rosa, de Évora.
Mas neste debate a polémica gira em
volta de uma medida do círculo de Viana do Castelo, sobre a implementação do
voto eletrónico, que é caracterizada por vários deputados como um “caminho de
facilitismos”.
Procede-se à votação das propostas de
editamento, e a medida do círculo de Évora – desenvolvimento de uma rede
nacional de voluntariado – é rejeitada.
Depois de uma tarde de “Loucos de Lisboa” (um do reportório do
coro da Assembleia da República), era altura de encerrar a sessão.
No dia seguinte, é altura de
esgrimir na terceira pessoa do plural.
As várias comissões preparam-se para o debate, as tribunas enchem-se... Entra a Presidente da Assembleia da
República, que distingue este experiência coletiva de cidadania como um sistema
de moralidade, salientando “Hoje, gostava
que todos vós levassem um ensaio... para não serem apenas destinatários, mas
atores políticos”. Na mesa, além da
Srª Presidente da Assembleia da República, está o Presidente de Mesa, João
Ludovico; Leonor Parreira, Secretária de
Estado da Ciência que confirma “Dircordar
faz parte do jogo”; e, José Ribeiro e Castro, Presidente da Comissão
Parlamentar da Educação, Ciência e Cultura, salienta “A política e o parlamento não são um teatrinho”, e os jovens
deputados foram prova disso.
A Sala do Senado torna-se palco de
questões de índole, maioritariamente, económica, em volta do desemprego e do
futuro da camada jovem do país.
Finalmente, das 19 medidas levadas a
debate, apenas nove são aprovadas pelos círculos. Depois de esgriminadas as
medidas, é altura de deixar uma última palavra. A porta-voz de Évora, sublinha “A democracia não é só ter razão. É também
confrontarmo-nos com as ideias contrárias”.
É ao Presidente da Comissão Parlamentar
da Educação, Ciência e Cultura que cabe as últimas palavras. “o espírito é inapalpável... mas sente-se e
anima-nos e isso transmitiu-se nas vossas palavras”, assegurando que “(...)esta interação não se equipara ao
facebook ou twitter. As redes sociais não
podem substituir instituições como o Parlamento ou uma sala de aula”.
Esgrimiu-se, e cabe a estes deputados
desfraldar a invicta bandeira e, “Contra
os canhões marchar!”
“Log out”
1 comentário:
Quanto a mim, esta foi uma experiência muito interessante. Mais do que ganhar ou perder, o confronto directo de diferentes posições oriundas de jovens adultos é de facto "um mundo".
Considero que a burocracia (bem como na vida real) foi, em alguns momentos, impeditivo de um debate saudável e favoreceu as maiorias; mas se esta era uma tentativa de demonstrar a realidade desta nossa instituição política, desse ponto de vista o objectivo foi cumprido!
Ironias à parte, este foi um trabalho muito interessante e igualmente interessante é a opinião da nossa já quase profissional jornalista, que nos acompanha desde o princípio do processo!
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