terça-feira, 5 de junho de 2012

Jovens "Parlamentares"


Foi no dia 28 de maio de 2012 que, em mais um ano, a Assembleia da República recebeu os deputados jovens do pais. Quatro comissões, 128 deputados, eleitos nas escolas do ensino secundário de todos os círculos do continente e das regiões autónomas e ainda dos círculos da Europa e de Fora da Europa,  fizeram log inna Sessão Nacional do Parlamento dos Jovens – Redes Sociais – Participação e Cidadania.



Depois das duas fases – Sessão Escolar e Sessão Distrital – era altura da Sessão Nacional, que levou os deputados Ana Garcia (porta-voz), Inês Rosa, Eduarda Marques e Raúl Vences  a constituírem a Segunda Comissão, juntamente com o círculo de Faro, Lisboa, Viseu, Açores e Aveiro (estes dois últimos sem porta-voz).
Nesta comissão está presente o Deputado Pedro Delgado Alves, do Partido Socialista, e a deputada Mariana Aiveca, do Bloco de Esquerda, que iniciam por dar as boas vindas.
“Cada ano que passa é um sucesso cada vez mais difícil de dar resposta”, afirma o deputado do PS, sublinhando que a democracia passa por encontrar uma solução concessual, com exercício de compromisso e procura de bom senso. Palavras subscritas pela deputada do BE, “A elaboração de leis passa por negociações... esgrimindo as nossas posições”.

E a posição adotada pelo círculo de Évora foi conjugar esse mesmo verbo, “esgrimir”.
Depois de apresentado o Projeto de Rec omendação, foi preciso esgrimir afincadamente um projeto composto, maioritariamente, pelas medidas da Epral de Estremoz, na fase distrital.
O círculo dos Açores e de Faro altercam sobre uma  medida do círculo de Évora, que visa uma rede de voluntariado, argumentando que quem usufruisse da rede originada por essa medida, seria apenas por interesses académicos e não sociais.
“O problema não é falta de iniciativa, mas de conhecimento”,defende  a deputada de Faro, “Voluntariado é para pessoas com bom senso”, riposta  a deputada Inês Rosa, de Évora.

Mas neste debate a polémica gira em volta de uma medida do círculo de Viana do Castelo, sobre a implementação do voto eletrónico, que é caracterizada por vários deputados como um “caminho de facilitismos”.

Procede-se à votação das propostas de editamento, e a medida do círculo de Évora – desenvolvimento de uma rede nacional de voluntariado – é rejeitada.

Depois de uma tarde de “Loucos de Lisboa” (um do reportório do coro da Assembleia da República), era altura de encerrar a sessão.

No dia seguinte, é altura de esgrimir  na terceira pessoa do plural. As várias comissões preparam-se para o debate, as tribunas enchem-se...  Entra a Presidente da Assembleia da República, que distingue este experiência coletiva de cidadania como um sistema de moralidade, salientando “Hoje, gostava que todos vós levassem um ensaio... para não serem apenas destinatários, mas atores políticos”.  Na mesa, além da Srª Presidente da Assembleia da República, está o Presidente de Mesa, João Ludovico;  Leonor Parreira, Secretária de Estado da Ciência que confirma “Dircordar faz parte do jogo”; e, José Ribeiro e Castro, Presidente da Comissão Parlamentar da Educação, Ciência e Cultura, salienta “A política e o parlamento não são um teatrinho”, e os jovens deputados foram prova disso.

A Sala do Senado torna-se palco de questões de índole, maioritariamente, económica, em volta do desemprego e do futuro da camada jovem do país.

Finalmente, das 19 medidas levadas a debate, apenas nove são aprovadas pelos círculos. Depois de esgriminadas as medidas, é altura de deixar uma última palavra. A porta-voz de Évora, sublinha “A democracia não é só ter razão. É também confrontarmo-nos com as ideias contrárias”.

É ao Presidente da Comissão Parlamentar da Educação, Ciência e Cultura que cabe as últimas palavras. “o espírito é inapalpável... mas sente-se e anima-nos e isso transmitiu-se nas vossas palavras”, assegurando que “(...)esta interação não se equipara ao facebook ou twitter. As redes sociais não  podem substituir instituições como o Parlamento ou uma sala de aula”.

Esgrimiu-se, e cabe a estes deputados desfraldar a invicta bandeira e, “Contra os canhões marchar!”

“Log out”

1 comentário:

Ana Garcia disse...

Quanto a mim, esta foi uma experiência muito interessante. Mais do que ganhar ou perder, o confronto directo de diferentes posições oriundas de jovens adultos é de facto "um mundo".
Considero que a burocracia (bem como na vida real) foi, em alguns momentos, impeditivo de um debate saudável e favoreceu as maiorias; mas se esta era uma tentativa de demonstrar a realidade desta nossa instituição política, desse ponto de vista o objectivo foi cumprido!

Ironias à parte, este foi um trabalho muito interessante e igualmente interessante é a opinião da nossa já quase profissional jornalista, que nos acompanha desde o princípio do processo!