quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Discurso de abertura nas Nações Unidas



Um discurso importante que levanta grandes problemas do mundo actual e que aponta soluções.

domingo, 18 de setembro de 2011

Eurobonds - uma saída para a crise?

Surgiu recentemente no nosso vocabulário uma palavra: "eurobonds". Mas afinal o que são os eurobonds?
Os eurobonds são títulos de dívida, neste caso, europeia, emitidos à escala europeia, servindo assim como um meio de financiamento a todos os estados soberanos europeus. Como são títulos de dívida emitidos conjuntamente para todos os países da União Europeia, todos os países usufruem de iguais taxas de juro.

A sua implementação permitiria assim que todos os países da União Europeia conseguissem satisfazer as suas necessidades de financiamento com baixas taxas de juros para todos, o que não acontece actualmente e que levou a que vários países fossem quase "obrigados" a sair dos mercados e a recorrer à ajuda externa com taxas de juro baixas e fixas. Assim, evita-se que os países com menos credibilidade junto dos mercados tradicionais tenham que contrair empréstimos com taxas que apresentam uma escalada impressionante e que são insustentáveis a médio/longo prazo, quando esses mesmos empréstimos tiverem que ser pagos.
Afigura-se necessário relembrar que na Grécia as taxas de juro atingiram já os 100%, o que significa que, se a Grécia emitir dívida nos mercados, terá de pagar o valor do empréstimo duas vezes.

Parece-me que se os eurobonds fossem postos em prática, nem a Grécia, nem Portugal, nem a Irlanda, nem Itália, nem Espanha teriam parte dos problemas que têm, nem viveriam num estado de constante incerteza, não sabendo se conseguem honrar os seus compromissos, livrando-se da desconfiança e da ganância dos mercados.

Creio também que a grave crise económica e financeira na União Europeia é generalizada e não é exclusiva de um ou outro país periférico, requerendo assim uma resposta política conjunta, forte e determinada e não reacções pontuais e medidas fracas que aumentam a desconfiança dos mercados e, por conseguinte, as taxas de juros.

Contudo, e mais uma vez, os dois maiores países da UE (França e Alemanha) manifestaram-se imediatamente contra esta solução, numa atitude um pouco irreflectida, a meu ver. Justificaram-se dizendo que assim iriam ser penalizados, pagando juros maiores. Receio bem que estejam equivocados, pois julgo que a forte resposta política que são os eurobonds acalmaria os mercados financeiros que praticariam juros mais baixos, acabando por beneficiar todos os países, sem excepção.

Estes dois países terão também esquecido o facto de que não estão na União para fazer um favor aos outros, pois também têm sido sempre muito beneficiados e, se aceitaram pertencer a esta "sociedade", têm de estar presentes quer para o melhor quer para o pior. Para além disso, além de falta de solidariedade, acho que o Presidente e a Chancelerina de cada um destes países são motivados por convicções eurocépticas e orgulhos nacionalistas e populistas, com vista a evitar pesadas derrotas nas eleições que se aproximam em ambos os países.

Resta-nos esperar com calma pelos próximos episódios...