segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Conceito de Familia

Economicamente, o conceito de família baseia-se na função de consumir. A família faz parte de um circuito económico, no qual estabelece relações com os restantes elementos do circuito, (estado, instituições financeiras e instituições não financeiras) excluindo-se apenas o exterior ou resto do mundo.
Para a economia não é relevante os “laços de sangue” em cada agregado familiar, assim sendo o sistema económico não considera “absurdo” o casamento homossexual pois tem os mesmos resultados independentemente de ser esta situação ou uma ralação conjugal “clássica”.
Assim sendo, o conceito económico e social de Família são completamente díspares.
Em Portugal a população, maioritariamente católica, é obviamente contra (na maioria dos casos) o casamento homossexual, esta opinião estende-se á geração mais jovem que aparenta ser mais conservadora que a anterior, utilizando o argumento de que não se pode constituir família nessas condições pois a função básica (reproduzir) não é possível.
Ou seja, compreende-se que o conceito de família é também um valor: o valor da hereditariedade e da continuação da linhagem familiar.
Na minha opinião, o conceito de família é sensível, tanto a nível económico como a nível social.
Logicamente este conceito varia de sociedade para sociedade; falemos no caso da sociedade muçulmana em que um homem pode casar com varias mulheres em simultâneo sem ser julgado por isso.
Em suma: Escolhi este tema com o objectivo de alertar a forma como se emprega a palavra família, pois esta tem variadas interpretações que vão ao encontro das nossas convicções e valores morais. Há que pensar, antes de definir o que é família, pois tem vários níveis e vários subtemas envolvidos como: a homossexualidade, a adopção por homossexuais, as uniões de facto, os direitos da mulher, os direitos das crianças, etc.
Maria Leonor A. Ribeiro

Um Alentejo diferente do mundo urbano.

Vale a pena ler este livro. Dá para perceber melhor este Alentejo da província, com figuras locais e universais. Aqui fica o convite.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Touradas, ... música, contestação e mitos.



Letra do poeta Ary dos Santos, cantado por Fernando Tordo num festival da canção, ainda nos tempos da censura. Através do tema da tourada, uma crítica à sociedade.

Ou esta de uma célebre ópera, a Carmen de Bizet, quando os europeus de Além-Pirinéus, achavam a Península um lugar exótico, onde havia mulheres andaluzas (Carmen) que seduziam os homens e os levavam a paixões e crimes desmedidos, próprios do romantismo.

Ortografia... através dos tempos

A polémica é antiga. Por exemplo em finais do século XVII, um grande erudito, o Padre D. Rafael Bluteau, em Prosas Portuguesas, livro editado em 1727, escreve assim:

Na sexta Conferencia em 18 de Março (1696):
XIX. Se a Ortographia ha de seguir as origens ou a pronuncia, como Philosofia com P e H, ou com F.
Pareceo a alguns Academicos, que sempre se havia seguir a pronuncia. Fundavaõ-se em que esta era a mayor excellencia da lingua Portugueza, escrever como pronunciava, em que as letras dobradas, donde se naõ exprimem, eraõ inuteis, em que isto era dar huma regra geral para todos escreverem certo, e em que desta opiniaõ eraõ Duarte Nunes de Leaõ, Joaõ de Barros nas suas Ortographias, e os outros Autores, que escreveraõ da Lingua; e que o Ph dos gregos se pronuncia suave, e asperamente o F dos latinos; e que seguindo a nossa Lingua o F, com a pronuncia de Ph se escutava este. Assentousse, que nem sempre se escrevesse como se pronunciava, porque aquelles nomes, que conhecidamente encerravaõ as origens sem corrupçaõ, se escrevessem na sua etymologia, quando as letras naõ fossem como a pronuncia, e assim Coro, e naõ Choro; Monarquia, e naõ Monarchia; e que os ZZ se evitassem muitas vezes, suprindo-se com hum S.
"Oratorio Requerimento de Palavras Portuguezas, Aggravadas, Desconfiadas, Pertendentes, Presentado no Tribunal das Letras (...)", pág. 18, in D. Raphael Bluteau, Prosas Portuguezas, 1729

Repare-se que o ph só foi alterado em 1911, que as palavras proparoxítonas não eram acentuadas, havia consoantes duplas etc., até à primeira lei efectuada no início da República.

Nas alterações efectuadas, uma das linguistas mais consideradas, que esteve na comissão sobre ortografia (antes escrevia-se ortographia) escreve o seguinte:
[…] Esse estado anormal foi tomando proporções de verdadeira calamidade nos últimos decénios do século passado […]
II- SERIA CONVENIENTE QUE A ORTOGRAFIA FOSSE OFICIALMENTE REGULARIZADA E SIMPLIFICADA?
Conveniente e urjente, tanto sobre o aspecto científico, como sob o estético, e sobretudo pedagójico.
Num país, atrasadíssimo quanto á instrução e educação, em que quatro milhões estão á espera dos benefícios da luz espiritual, o que importa é facilitar o ensino da leitura e escrita; acabar com todas as complicações desnecessárias; eliminar todos os artifícios eruditos […] o ensino elementar da leitura e da escrita não é fim, mas apenas meio, indispensável para o desenvolvimento da faculdade de pensar, raciocinar, julgar, protestar e emendar o que encontramos imperfeito e obnócsio no nosso caminho: faculdades, sem as quaes não pode haver verdadeira liberdade.
[…]
Importa que Portugal e o Brasil realizem simultaneamente e de modo idêntico a reforma planeada, escrevendo de aqui em diante da mesma maneira, racionalmente simplificada, todos os vocábulos da sua língua comum, apesar do timbre diverso com que cá e lá se pronunciam as vogais tónicas e átonas.

in Carolina Michaëlis de Vasconcelos, Lições de Filologia Portuguesa, 1911, pp. 101 e 102
Repare-se, entre outras, no uso do j ou nos acentos ou ainda cs em vez de x.

Para alguns esclarecimentos sobre o actual Acordo Ortográfico veja-se, por exemplo, o Portal da Língua Portuguesa:
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/

Apenas duas perguntas: foi por causa da ortografia que compreenderam melhor ou pior o texto? Modificaram a pronúncia ao lerem as palavras escritas de outra forma?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010





Tiago Marques





Pena de morte... sim ou não?

Actualmente como é possível que estados soberanos ainda executem um acto tão bárbaro como a pena capital? Numa realidade em que se está constantemente a discutir os direito fundamentais dos homens e as suas violações, como é possível que quase se olhe para o outro lado quando é em relação a esta atrocidade?

Pois eu acho que é completamente inaceitável que tal aconteça. É ainda mais grave quando são grandes democracias, como o Japão ou os Estados Unidos da América que simplesmente escapam impunes a violações da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Será assim tão grande o desejo de ver alguém a sofrer e vontade macabra de ver alguém morto que simplesmente passe despercebida esta realidade? É necessário salientar que esta forma de sentença aplicada, nos países já referidos e em muitos outros, não garante que o acusado seja inocente ou não e para além disso esta pena é irreversível, ou seja, se mais tarde se vem a descobrir que na verdade determinada pessoa era inocente, já nada poderá reverter o facto de ter sido assassinada pelo Estado e pela Justiça. Só nos Estados Unidos mais de 1200 pessoas foram injustamente mortas por esta prática, o que é que podemos fazer para “compensar” essas pessoas? NADA! JÁ ESTÃO MORTAS!
Os Estados Unidos executam 52 pessoas, em média, por ano e já foram executados 1200 inocentes em cerca de 80 anos (balanço mais recente). 1200 inocentes em 80 anos são muitas pessoas, mas como sera em relação à China, que executa 1700 presos, em média, por ano? em 80 anos quantos inocentes serão?

Se o crime foi tão grave que é necessário uma sentença mais rígida e se têm um desejo assassino assim tão grande, optem pela pena perpétua sem liberdade condicional, o condenado fica na prisão para até que morra. Uma grande vantagem da pena perpétua é ser reversível, se mais tarde se prova a inocência do sujeito pode-se voltar atrás na sentença e fazer os ajustes necessários, seja anulando a pena e restituindo a sua liberdade ou reduzir a pena.

Pessoalmente sinto-me orgulhoso de estar num dos primeiros países a abolir a pena capital na sua Lei Fundamental, em 1867. Chega de sujeitar pessoas à tortura de serem mortas sem terem culpa de nada, ou para aqueles que realmente são culpados de um crime, chega de os sujeitar a uma tortura psicológica de saberem que vão morrer e que não vão poder fazer nada para impedir isso e a uma tortura física quando estão a ser executados.

Porque é que o Estado pode cometer um homicídio e simplesmente escapar impune? É por ser um dos regentes do país e por isso é superior a todos os outros e pode “escapar” à Justiça? O pior é quando a pena de morte é classificada como um homicídio premeditado e a “sangue-frio”, e que esse mesmo crime é punível com a morte. Sendo assim o Estado tem que morrer?

Os estudos científicos mais recentes sobre a relação entre a pena de morte e as percentagens de homicídios, conduzidas pelas Nações Unidas em 1988 e actualizadas em 1996, não conseguiram encontrar provas científicas de que as execuções tenham um efeito dissuasor superior ao da prisão perpétua.

Todos os sistemas de justiça criminal são vulneráveis à discriminação, ao erro, à parcialidade e à corrupção. Nenhum sistema é, nem será, capaz de decidir com justiça, com consistência e sem falhas quem deverá viver e quem deverá morrer, aliás porque não cabe a ninguém, por mais poderoso que possa ser, decidir quem deve viver e quem deve morrer.

A pena de morte é, na maior parte das vezes, discriminatória e muitas vezes usada de forma incorrecta contra os pobres, as minorias e os membros de comunidades raciais, étnicas e religiosas, atingindo inevitavelmente vítimas inocentes. Os prisioneiros executados não são necessariamente os piores, mas aqueles que eram demasiado pobres para contratar bons advogados ou que tiveram de enfrentar juízes mais duros. Algo que é bastante comum em estados não democráticos, principalmente estados ditatoriais ou comunistas/fascistas.

Enquanto a justiça humana for falível, o risco de se executar um inocente não pode ser eliminado.

Finalizo, questionando-vos se já chega de mortes e atrocidades, e se ainda se justifica uma medida tão antiquada na sociedade actual?



Tiago Marques

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O legado de Lula

Penso que não haja dúvidas sobre a cada vez mais destacada posição que o Brasil ocupa no mundo. Sobretudo na segunda metade do século XX, a sua aposta na expansão económica tem sido forte, por isso de país subdesenvolvido, o Brasil está a tornar-se um país do grupo dos desenvolvidos, e sem dúvida, com mais ofertas e investimentos que Portugal. Na minha opinião o que faltará ao Brasil para se tornar num país verdadeiramente desenvolvido seja o factor da educação, já que há uma percentagem enorme de insucesso escolar associado a factores como a criminalidade. É caso para dizer que a metrópole, que é Portugal, foi destronada por uma das suas colónias.
Estes últimos tempos no Brasil foram marcados por eleições. Devo confessar que tanta gente para votar deve ser no mínimo confuso e exaustivo, na medida em que é impossível conhecer todos os candidatos aos vários cargos de administração. E alguns dos candidatos eram do mais absurdo que podia existir, recordo-me de um que era o “Tiririca”, e o slogan da campanha deste candidato a deputado federal era: “Vota no Tiririca pior que tá não fica”. Eu penso que lá as eleições não são tão levadas a sério como em Portugal. Mas o mais importante era o facto de ser o último mandato de Lula da Silva na frente do Brasil, já que este não se podia voltar a recandidatar, pois tinha exercido dois mandatos consecutivos. Eu acho que se ele pudesse voltar a recandidatar-se voltaria a ganhar, mas como não pode decidiu apoiar uma colega do seu partido, Dilma Rousseff. Lula da Silva é um exemplo de como um simples trabalhador pode chegar a comandar um grande país, durante muitos anos trabalhou na metalurgia, como prova disso vemos que ele não possui um dedo, já que foi vítima de um acidente de trabalho. Uma pessoa humilde que deu um novo rosto ao Brasil, penso que ele foi um bom governante, tentou estabelecer boas relações com Portugal, com tratados e trocas entre os dois países.
E estas foram umas eleições complicadas, já que tiveram de ir à segunda volta para definir o novo Presidente da República. Se não estou em erro, penso que Dilma será a 36ª a ocupar o lugar na presidência e a primeira mulher com este cargo. Ela tem um historial imenso na luta contra a ditadura, tendo mesmo estado presa. Logo na juventude começou a interessar-se pelos ideais socialistas, actualmente faz parte do Partido dos Trabalhadores. Com o Golpe militar de 1964, começou a contestação pela igualdade. Dilma nasceu em Belo Horizonte, mas estudou e consolidou os seus estudos no Rio Grande do Sul. Este estado é em tudo parecido ao Alentejo, não só em termos climáticos, mas também pelas próprias pessoas. É, sem dúvida, um lugar com uma história associada à luta pela liberdade de um cariz muito especial, por isso, Dilma Rousseff não poderia ter escolhido um lugar melhor para se envolver em questões políticas e revolucionárias.
Já que Lula da Silva escolheu Dilma como sua substituta, acredito que ela fará um bom trabalho, já que vai continuar na mesma linha de governação. Penso que é bom ter uma mulher à frente de um país, o que prova que as coisas estão a mudar. Não é fácil gerir um país como o Brasil, com tantas culturas, costumes, povos, é incrível pensarmos como dentro do mesmo país pode haver tanta diversidade. Por isso, não vai ser um mandato fácil e espero que Dilma Rousseff faça um bom trabalho e melhore questões básicas para elevar o Brasil a outro patamar.



Ana Rita Dias

E as mulheres?

Mulher. O que significa ser mulher na civilização Indiana, mais concretamente nos países subdesenvolvidos? Do meu ponto de vista ser mulher significa ser escrava, ser mulher significa ser usada pelo homem e ser sua propriedade. Nesta civilização as mulheres são obrigadas a trabalhar para o homem e também a cumprir todas as suas ordens. Sobreviver à infância é como que uma vitória, pois algumas mulheres são levadas a praticar um aborto quando são informadas que a criança que esperam é uma menina.
Nesta sociedade, as mulheres são descriminadas em relação ao homem, como exemplo temos a ausência de direitos bem como a ausência de educação escolar. Estas mulheres que são violadas, maltratadas e desrespeitadas reconhecem-se sem ajuda por parte dos tribunais e das leis, visto que quando apresentam queixa sobre qualquer uma das infracções acima referidas elas são dadas como culpadas, nunca o sendo o homem.
Comparativamente, em Portugal as mulheres já possuem algum reconhecimento, de modo que a oferta de empregos já vai sendo igualada à dos homens, bem como os salários, embora ainda existam (como em todos os lugares) injustiças. A mulher em Portugal é vista como capaz e autónoma, não se vivendo mais o ideal de que a mulher deveria ser dona de casa e que deveria obrigatoriamente cuidar dos filhos. É importante referir também, que a mulher desde sempre trabalhou, verificando-se isso mesmo, no século XX aquando das emigrações por parte dos homens, o que levava a mulher a trabalhar arduamente no campo para sustentar os filhos; a título de exemplo da coragem das mulheres, temos também o caso da Segunda Guerra Mundial na qual as mulheres russas pegaram em armas e defenderam o seu país, tal como os homens.
Na minha opinião, é uma pena a mulher ainda ser vista como uma dona de casa, principalmente nas regiões do Norte de Portugal, em que esta se vê privada dos seus direitos enquanto mulher. Posto isto, questiono-me e deixo-vos uma questão: será que em pleno século XXI as mulheres têm os seus direitos reconhecidos?



Ana Sofia Fragata

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O aborto e a sua (i)legalização

A legalização do aborto sofreu várias fases no último século. Até 1984 o aborto era proibido em todas as situações (até abusos sexuais!). Foi então que neste ano o aborto foi legalizado apenas em situações de risco para a mãe, para o feto e/ou em caso de violação.
Em 1997, para as situações de violação e má formação do feto, o prazo do aborto foi alargado. Esta situação, contudo, continuava a excluir todos os outros tipos de aborto provocados que, juntamente com a não resposta por parte dos hospitais públicos ou publicamente reconhecidos, resultou numa alta de aborto clandestino e perigoso.
Como consequência desta situação, o aborto foi a principal causa de morte materna durante vários anos, levando muitas portuguesas aos hospitais com complicações de saúde devido a abortos ilegais.
Foi então que em 2007, após uma grande luta por parte de várias entidades e organizações de forma a combaterem o aborto inseguro e ilegal, este foi finalmente despenalizado e legalizado até às 10 semanas de gravidez por qualquer mulher que o desejasse, independentemente das razões da sua escolha, até às 16 semanas em caso de violação, até às 24 semanas em caso de má formação do feto e a qualquer altura quando representa um risco para a saúde da mãe.

Terá sido uma lei viável? Defendo que sim, creio que o aborto deva ser legal em qualquer situação até determinado período de tempo. Claro que não defendo que uma mãe aborte aos 6 ou 7 meses de gravidez, mas defendo-o quando é desejo da mulher não ter o filho, independentemente das suas razões.
Fala-se muito na religião e no aborto e na ligação entre si, está claro que a Igreja não defende o aborto, então e se o Papa fosse mulher? Decerto que perceberia bem melhor.
Na minha opinião defendo que é preferível realizar-se um aborto numa instituição segura e legal, de modo a evitar complicações na saúde da mulher que vai abortar (situações que ocorriam com frequência quando os abortos eram ilegais).
Creio que se estivéssemos ainda no século XX, esta situação seria bem diferente e mais de metade das pessoas que estão neste momento a ler este texto não concordariam comigo, o que se verificou no Referendo de 1998, onde 50,9% dos votantes responderam que não, à pergunta: "Concorda com a despenalização voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas dez primeiras semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?".
E em pleno século XXI, ano quase 2011? O que acham sobre este assunto?

Carolina Pena

Consultei os seguintes sites, para complementar este texto:

http://www.aborto.com/

http://pt.wikipedia.org/

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Novo Acordo Ortográfico

É de esperar que Portugal enquanto Estado Nação preserve a sua própria cultura mas não estaremos nós a perder um pouco (significativo até) da nossa identidade? E eis que estamos, passo a corrigir, já perdemos, uma vez que o tão polémico Novo Acordo Ortográfico se propõe a entrar em vigor no presente ano de 2010.
Bem, o facto de existirem duas línguas oficiais portuguesas, "a lusitana e a brasileira, tem sido considerada como largamente prejudicial para a unidade intercontinental do português e para o seu prestígio no Mundo." Ora, como solução afigura-se este acordo, a chamada "uniformização".
O "português europeu" está para o "português brasileiro" como o "inglês britânico" está para o "inglês americano" e estas diferenças devem ser preservadas porque são constituintes da identidade de cada país.
Se a inexistência deste acordo não significava a impossibilidade de comunicação entre brasileiros e portugueses, afirmo que a justificação para este acordo é puramente promover a internacionalização da língua e quem sabe, colocá-la no top 3 das línguas mais falados no Mundo.

Embora, quer o português de Portugal, quer o português do Brasil tenham origem na mesma língua, o latim, foram alvo ao longo dos tempos de influências diferentes. Influências de outras línguas e de outras culturas, daí que estas particularidades devam ser respeitadas e preservadas. Esta uniformização não se justifica. E ainda dizem que os portugueses não têm “nacionalismo”. Obviamente que este acordo foi pensado, e muito, desde o inicio do século XX que este acordo está a ser feito e em 1986 propunha-se a uniformizar cerca de 99,5% da língua “mas conseguia-a, sobretudo, à custa da simplificação drástica do sistema de acentuação gráfica, pela supressão dos acentos nas palavras proparoxítonas e paroxítonas, o que não foi bem aceite por uma parte substancial da opinião pública portuguesa.” Decidiu-se então uniformizar “apenas” 98% do geral da língua.


Apoiado em http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?action=acordo&version=1990b


Raquel Pinto

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Máfia Portuguesa.

Não se trata da característica máfia italiana, com os seus homens de óculos escuros que fogem à lei. Estes mostram a cara, e são protegidos pelos tribunais. Refiro-me à grande maioria de políticos, militantes, ou membros do Partido Socialista, (PS) ou da Juventude Socialista (JS).
Primeiro vamos às origens. Em 1995 António Guterres vence as eleições legislativas, e torna-se Primeiro-ministro de Portugal com maioria absoluta, substituindo Aníbal Cavaco Silva; substituindo o Partido Social Democrata (PSD) pelo PS. Cavaco Silva deixa o país com indicadores económicos crescentes, uma economia em aceleração, estradas novas foram construídas, e o país acarretava fundos vindos da UE para o seu desenvolvimento e coesão com os restantes países da União Europeia. Contudo, havia muito trabalho pela frente: as injustiças sociais eram tremendas, especialmente as desigualdades na satisfação das necessidades. A saúde era diferente para os ricos e para os pobres, e o mesmo se verificava na educação, e segurança.
O país pedia urgentemente medidas sociais que permitissem eliminar estas assimetrias. O mesmo foi explícito pela UE, através dos fundos estruturais como o FEDER e o Fundo de Coesão.
As medidas criadas pelo governo são na sua maioria a atribuição de fundos sociais para os mais necessitados, os subsídios, e também o aumento do número de empregados no Sector Público Administrativo, ou seja, pessoas que trabalham para o estado, e cujo ordenado advém do estado. Estas medidas incrementaram uma dependência enorme do estado por parte da população portuguesa, e esta dependência saiu-nos muito cara.
Ao longo dos anos, os indicadores económicos melhoraram, o PIB cresceu como nunca antes visto, assim como outros indicadores económicos, fruto do aumento do consumo privado (as pessoas têm mais dinheiro fruto dos subsídios e fundos atribuídos pelo estado) e também do investimento gerado pela colocação financeira das poupanças dos particulares.
O país crescia, mas crescia à custa do estado. E ao mesmo tempo, o Partido Socialista ganhava poder nas sombras, ex-ministros passavam para altos cargos em empresas, tribunais, hospitais, universidades, autarquias, entre outras instituições poderosas. Ao mesmo tempo que o país crescia sobre uma felicidade criada pelos fundos comunitários (europeus), o PS instalava-se em todos os órgãos de importância.
A mítica expressão "Jobs for the boys", reflecte aquilo que aconteceu em Portugal nos anos seguintes, e mantêm-se até hoje, em 2010 sob o governo de José Sócrates.
Como foi referido anteriormente, os Socialistas apoderaram-se dos altos cargos nas diversas instituições. O sistema montado é simples. Uma vez no governo, inúmeros membros do PS são colocados nas mais altas funções de empresas, hospitais, universidades, tribunais, etc. Estes membros, são responsáveis pelo " Favorecimento Mutuo " que consiste basicamente na cedência e acatamento de favores entre eles. Concursos das empresas são viciados, favorecendo aquelas cuja maioria dos accionistas são, membros do PS, ou o estado em si.
Sentindo injustiça, temos necessidade de recorrer a tribunais, mas isto torna-se difícil quando no topo da hierarquia judicial estão presentes "amigos" do partido Socialista. O mesmo acontece com a aprovação de projectos.
Para dar exemplo de um caso em particular, que me é bastante próximo; o dono de cerca de 60 hectares na zona da beira baixa, a serem futuramente plantados com floresta, assinou um contrato com uma empresa de corte de madeiras, para efectuarem a respectiva plantação, e o futuro corte, dividindo despesas e possíveis lucros.
Claro, este projecto necessita da aprovação da câmara. O responsável por tal aprovação, consta ter sido "colocado" no seu actual cargo pelo PS. O projecto foi chumbado, sem justificação decente. Segundo o proprietário, o mesmo senhor havia já chumbado dois projectos em anos anteriores. O que quereria ele para poder conceder a aprovação? Todos os requisitos haviam sido cumpridos, não se justificavam entraves. Quanto a mim, ele queria um suborno, ou seja, ele queria conceder-nos o favor de aprovar o projecto, pela cedência de dinheiro. O proprietário rejeitou, e o projecto não foi concretizado. Este jogo de amizades, no qual um "banco de favorecimento mútuo" é criado, chama-se corrupção.

Em 2004, surgiu o Euro, que teve lugar em Portugal. Inúmeros fundos destinados supostamente à criação de emprego, diminuição de assimetrias regionais, desenvolvimento agrícola e das pescas foram desviados para a enorme festa na qual Portugal seria o palco. A construção dos estádios roubou milhões de euros ao país, e actualmente temos um Portugal estritamente dividido entre litoral e interior, estando os primeiros sobrelotados de gente, em crescimento e expansão, ao passo que o interior vai morrendo a cada dia que passa. Os sectores que produziam foram morrendo, assim como as indústrias do Norte do país. Tudo por causa do Euro2004, mais um espectáculo para entreter o povo, depois da expo.

Agora, sigamos em frente para 2005, quando José Sócrates chega ao poder. Um novo governo PS chegava dando continuidade ao trabalho começado por Guterres.
Contudo, este novo governo vai ter algo para enfrentar, a crise financeira mundial.
Todas as crises têm um efeito recessivo numa economia como é bem sabido. Um abrandamento da produção, do consumo, do investimento, resumindo, uma quebra nas receitas tanto do estado como das empresas, um crescimento do desemprego, fruto da contracção das despesas e modo a minimizar os gastos, e o detrimento do nível de vida das pessoas. Apesar disso, o novo primeiro-ministro afirma que Portugal pode passar ao lado da crise, e chega mesmo a contratar ainda mais pessoal para o sector público administrativo, aumentando as despesas do estado. Finalmente, a crise chegou. As primeiras empresas começam a fechar, surgem mais desempregados e o estado vê-se forçado a atribuir cada vez mais subsídios de desemprego, e fundos de apoio aos desfavorecidos que são cada vez em maior número.
A elevada dependência do estado por parte das pessoas tornou-se insustentável, e levou a crescimento tremendo da dívida pública. Como se não bastasse, havia outro problema, criado não apenas pelo envelhecimento da população, mas também pelo governo socialista.

As reformas, que o estado paga às pessoa que durante toda a vida descontaram para a segurança social são atribuídas necessariamente pelo número de pessoas que pagam as contribuições no tempo actual. Explicando melhor, a nossa reforma quando terminamos a nossa vida de trabalhador, é-nos dada derivada do montante que é pago ao estado pelas pessoas que trabalham e descontam actualmente, ao contrário do que muitas pessoas pensam, quando dizem que descontam uma vida inteira para receber depois, sim isso é verdade, mas quando descontam, é para pagar as reformas dos aposentados nessa altura, e futuramente outros pagarão as suas.
Observando as pirâmides etárias actuais, é possível verificar um envelhecimento da populão em Portugal, o que está já a originar um grande número de aposentados. Derivado deste problema, o estado acresceu a idade da reforma para os 65 anos. Acontece que mesmo assim, há excesso de aposentados, excesso de reformas. As acumulações de cargos por parte de ex-ministros, entre outros, originam a acumulação de reformas. Até Aníbal Cavaco Silva, têm três reformas diferentes. As reformas contam portanto como uma rubrica crítica, nas despesas correntes do estado. E não são as reformas de 2000€ que pesam, mas sim, as de 10.000€ para cima.
Isto, entre outras coisas levou o país à falência. Como vimos, a corrupção impede o desenvolvimento. Se o projecto referido no exemplo anterior tivesse sido aprovado, contribuiria certamente para um crescimento do PIB, e até das exportações, e como este, muitos outros. A acumulação de reformas, a corrupção, as extravagâncias dos estádios de futebol, juntamente com a degradação da produção nacional, a dependência tremenda do estado, levou Portugal à banca rota. Estima-se que vamos perder cerca de 20 a 30% do poder de compra, e tudo, fruto de erros feitos pelo PS, que nos últimos quinze anos minaram o país com um sistema de favores mútuos que impede o desenvolvimento, e causa cada vez maior injustiça social, enquanto eles, os PS, se favorecem uns aos outros.

Recentemente analisou-se o currículo do nosso Primeiro-ministro. Nem vou fazer referência à possibilidade de o seu curso lhe ter sido "entregue", mais uma vez um favor, mas apenas aos inúmeros casos de favores que este concedeu quando foi presidente da concelhia da Guarda, inúmeros projectos para a construção de casas em zonas inadequadas foram aprovados pelo mesmo, que actualmente alega nada ter recebido pela aprovação de tais projectos. Há alguém que aprove algo ilegal sem nada receber em troca? Penso que não.

Por favor, invoco a necessidade de se pôr um fim a este sistema corrupto que o PS criou, a justiça em Portugal não funciona, e é estritamente necessário numa democracia que os tribunais sejam favoráveis ao povo, caso contrário o estado e as empresas simpatizantes fazem o que querem dos trabalhadores. Portugal mergulhou na banca rota porque em vez de ensinar-mos os portugueses a pescar, oferecemos o peixe; em vez de criar facilidades na criação de empresas, retirar-lhes entraves burocráticos, de modo a permitir aos privados terem independência, atribuímos cada vez mais fundos sociais, oferecendo dinheiro fácil e certo, que gera despesas enormes para o estado.
O povo português não pode mais depender do estado, caso contrário, tornamo-nos passageiros de um barco cujo comandante é corrupto e foi pago para nos afundar. Contudo, tem autorização legal para se salvar a si próprio.

(Escrevi este texto partindo de algumas ideias expostas no livro "Anos Perdidos" de Miguel Sousa Tavares)

António Martins

Novamente as Touradas

Após a realização de uma corrida, o touro é encaminhado para o matadouro, e a sua carne é cozinhada em restaurantes. Na verdade, na tourada o que se faz é utilizar um animal já sentenciado como forma de dinamização da cultura. Sim, porque as corridas fazem parte da cultura Portuguesa. Acabar com as touradas significa apagar uma parte da nossa cultura, e também erradicar uma arte.
Durante a corrida, os diferentes touros postos numa arena, onde tanto a fera como o homem podem perecer. Em alguns casos a vida dos touros é poupada, dada a sua bravura e dinamica. Não esquecer também, que antes da tourada, os touros vivem em pasto livre, durante vários anos, são tratados impecavelmente, e criados especificamente para a ocasião. Não são utilizados quaisquer touros, apenas os criados e tratados para tal.
Em suma: a tourada é uma arte e uma tradição, e mais ainda é uma forma de cultura. Quando é aplicada, admite-se que o touro sofre na arena, mas horas depois ele é morto, de qualquer forma, e não esquecer que o ser humano também arrisca, e demonstra muita coragem na apresentação em frente às presas deste explêndido animal, que nos proporciona um espectáculo sem igual.